❦ 19 : ❛Pacto da Ruína❜

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— Aconteceu alguma coisa? — prontamente, Rhaena perguntou. — Você brigou com ela ou...

— Ciúmes é uma ferramenta astuciosa para induzir a percepção do outro — disse Baela, um sorriso de satisfação assumiu o rosto da Targaryen. — Pelo que parece, é adequado afirmar sua atração por Jace não ser uma mera atração.

Daenerys e Baela se entreolharam por instantes, a acusação não havia sido refutada.

— De toda forma, Elysabeth não é essa vilã à qual vocês acreditam. Me surpreende que Daeny não esteja em bons termos com ela — proferiu Rhaena, ao deparar-se com a expressão intrigada de Baela, ela acrescentou: — Vocês duas são parecidas.

— Parecidas? — Daenerys indagou, de forma cortante, incrédula.

Uma verdade ou comparação atroz, não importou porque, atentou-se às palavras. Perguntou-se era esse o motivo de Jacaerys demonstrar um sutil interesse e orbitava ao redor de Elysabeth — uma versão mais dócil e submissa de si mesma —, a insegurança entranhou sua goela como uma doença infecciosa.

Teria ele só deitado-se, feito promessas ou mostrou-se cego de amores por esse aspecto similar entre nós duas? Ou, por minha habilidade — à qual recebi a maldição divina na infância — em rodear-me de admiradores? Afinal de contas, Jace nunca demonstrou-se solícito à minha presença até as Terras Médias, onde é claro, não havia outra opção para ele tornar-se próximo senão eu.

Os mais variados pensamentos transcorreram na mente da Princesa Serpente.

— As duas são muito belas, queridas pela corte, recebem muitas propostas de matrimônio, bem relacionadas e podem facilmente orbitar sobre os ambientes, inclusive com temperamentos muitos similares, com a exceção de que Daeny tem o fogo do dragão — constatou Rhaena.

— Uma comparação absurda — retrucou Baela, incrédula. — As duas estão em níveis completamente diferentes.

Conforme a conversa sucedida, salteando de fofocas repentinas, boatos suspeitos e rumores espalhados pelo próprio bobo da corte Cogumelo, em suas traquinagens e diversões de cunho questionável, a Princesa Velaryon visitou com seus próprios olhos a janela larga, podendo ver o céu azul e límpido, distraindo-se e mais do que ciente de que seus dias seriam tempestuosos.

Do outro lado do castelo, uma dama trajada de verde dos pés a cabeça, de postura esguia e expressão serena caminhava para a Torre da Mão. Lady Hightower sentava-se sobre a cadeira, dividindo a mesa com seu querido avô, Otto Hightower. 

Em volto de elogios e um cumprimento afável, a Mão do Rei vislumbrava a ambição tintilar nas orbes castanhas, ao seu ver, Elysabeth era o que Helaena deveria ter sido e mais determinada do que sua própria filha, Rainha Alicent poderia ser.

Uma arma perfeita.

— Parece ter começado sua jornada formidável — a Mão do Rei havia flagrado a tensão instaurada com a vinda de sua querida neta. — Agradeço sua cooperação, por mais que custe sacrificar sua honra à conquista o filho bastardo, garantirei que após seu primo deter seu devido título como rei, garantiremos que essa mancha seja eliminada e será recompensada com um nobre adequado.

O rosto de Lady Elysabeth manchou-se em satisfação.

— Irá fluir naturalmente. Suspeito, no entanto, que a relação próxima de Jacaerys e Daenerys mostrem-se como um empecilho mas, creio deter artifícios para livrar-me desse detalhe — ressaltou a Hightower arrancando um sorriso suave do avô.

— Não atente-se a isso. Já temos uma solução plausível, o caminho estará livre — garantiu o mais velho. — Primeiro, deve cultivar afeição e uma conexão adequada, deve fazê-lo não só com Jacaerys, mas com todos que estão ao seu redor, será árduo e muitas vezes não poderá contar com o apoio de nossa casa, à qual irá se opor publicamente e repudiar suas ações mas eu, seu pai e Lorde Hobert, meu irmão sabemos exatamente sua missão, será mais fácil e garantirá passos à frente.

INDOMÁVEL ⸻ HOUSE OF THE DRAGON ³Where stories live. Discover now