The Mysterious Princess | versão luniale

capítulo um;

A Casa Beale nem sempre foi uma casa Real, um ramo ilegítimo de uma linhagem cuja filha foi renegada pelo pai, o cruel rei Ivan III da Dinamarca, que um dia simplesmente decidiu deslegitimar todas as suas filhas, assim ficando somente seu filho como legítimo herdeiro, o futuro rei Otto I da Dinamarca. Sua Tetravó, Lady Alexandra Beale, era a filha mais velha do rei Ivan III e tinha apenas dezesseis anos quando foi praticamente expulsa de tudo o que conhecia, para sua sorte ela já estava prometida a um Visconde com quem consumou o casamento. Crescendo distante em um vilarejo longe de Copenhague, Alexandra e seu marido fizeram sua vida, prosperando em seus próprios termos.
E em uma reviravolta de eventos, seu avô, o antigo Visconde Cohen de Bielke, se tornou Rei Cohen da Dinamarca. Já que o falecido rei Otto II não tinha filhos ou herdeiros legítimos para assumir o trono, assim em seu leito de morte legitimou todos os descendentes das filhas renegadas do rei Ivan III. E assim, toda a linhagem viva e legítima de Alexandra Beale se tornou elegível para o trono, fazendo de seu bisneto o Rei da Dinamarca.

E assim, o Viscondado de Bielke, foi elevado à Monarca da Dinamarca. E há quase cinquenta anos, a Casa Beale governa o país dinamarquês.

...

Malina nasceu no Rigshospitalet, o Hospital Universitário de Copenhague, no dia 04 de setembro de 2001, sendo a terceira filha do rei Oscar e da rainha Susan da Dinamarca. Seu nascimento foi celebrado com uma festa de duas noites por todo o país. O batizado ocorreu no dia 15 de setembro, na Capela Real do Palácio de Fredensborg, onde seu nome, de acordo com a tradição real dinamarquesa, foi revelado como Malina Rose Alexandra Susan, Alexandra em homenagem a sua tetravó, Rose em homenagem a sua bisavó, Susan em homenagem a sua mãe. Suas madrinhas foram a prima de terceiro grau de seu pai, a princesa Marie da Dinamarca e a Rainha Marigold da Suécia; e seus padrinhos foram o príncipe herdeiro Haakon da Noruega e o príncipe Olav da Dinamarca.
Quando nasceu, Malina era a terceira na linha de sucessão, atualmente ocupa a quinta posição atrás de suas duas sobrinhas e sua irmã mais velha. E seu lugar na linhagem do trono só baixaria ainda mais, principalmente após o casamento de sua irmã mais velha Margot. Ela cresceu sabendo que um dia se casaria e se mudaria para outro país, talvez casada com uma princesa herdeira ou uma Lady, só não imaginava que seria tão cedo ou que nem sequer pudesse conhecer sua noiva antes do matrimônio.

...

Malina apreciava todos os seus nomes e tinha orgulho de cada um deles, mas o que mais prezava era o apelido Lina.
Lina.
Bem simples, mas não era a isso que se devia sua preferência.
Afinal de contas, dificilmente poderia ser descrita como uma mulher de gostos simples. 
Desde pequena era apaixonada pela Marvel e pela DC, vendo todos os filmes possíveis no cinema e sempre tenho todos os brindes. Além disso, em todo halloween estava com uma fantasia diferente. A primeira que se lembra de usar foi a do Homem de Ferro. Por ser a terceira filha, Malina sabia que tinha menos responsabilidades que a irmã e por isso tinha o privilégio de poder admirar tanto as complexidades do cinema ou da arte, sem pensar tanto em ser perfeita.

Não era uma criatura simples.
Mas gostava de ser chamada de Lina. Gostava porque quase ninguém usava aquele nome. Era preciso conhecê-la para chamá-la assim.
Era preciso saber, por exemplo, que na primavera sua sobremesa preferida era bolo de chocolate, e, no inverno, sorvete de morango com cobertura de chocolate. Adorava frutas e salgados, não sendo muito fã de doces.
Quem a chamava de Lina também sabia que, quando menina, ela adorava nadar no lago próximo de sua casa (quando fazia um pouco de calor, o que raramente acontecia). Sabia também que, quando o pai dela morreu, de um infarto naquele mesmo lago, ela havia adquirido um medo de água. Havia sido o pai dela quem a apelidara de Lina. E o verdadeiro motivo para que o apelido fosse sua forma de tratamento preferida. Tinha sido concedido pelo homem que ela mais havia amado em toda sua vida.
E que morreu quando ela tinha somente doze anos.