#𝟎𝟏𝟓 𝐀𝐊𝐖𝐀𝐑𝐃

शुरू से प्रारंभ करें:
                                    

─ Não, espera. Você não precisa ir, eu só preciso organizar os pensamentos e então quando voltar do trabalho a gente conversa, pode ser?

Seus olhos estão azuis como nunca e me dão uma expectativa de embrulhar o estômago.

─ Não. Não pode. Nos vemos essa semana para o andamento do seu projeto. ─ ele troca de roupa e sai da minha casa sem uma palavra.

Eu queria deitar na minha cama e sofrer embaixo do meu incrível edredom, mas eu preciso trabalhar.

─ Eu não sou paga para isso, entende? Se os pais não tiveram a responsabilidade de vigiar os estudos dos capetinhas dos filhos deles que só vem pra cá pra tirar meleca do nariz e esfregar nas paredes, a culpa não é minha! Não acha, H? ─ a voz de florence é um borrão já faz um tempo.

─ Sim, pode ter certeza. ─ a dou um sorriso e volto a encarar o papel que tirou a minha paz.

─ Você não está prestando atenção, está? Vamos, me diga o que há.

─ Não é nada demais é só que eu não dormi direito essa noite e-

─ Florence, a diretora te chama. ─ Nathalie, a professora de ciências do quinto ano é quem avisa.

─ Sim, muito obrigada. Sinto muito Harry, eu tenho que ir. Acho que estou encrencado por chamar Peter de catarrento. ─ ela sorri torto e eu consigo rir genuinamente pela primeira vez ao dia.

Ela sai da sala e eu estou sozinho de novo, só com aquele maldito papel me encarando de volta. É um desenho problemático de uma das minhas alunas.

O telefone dos responsáveis está na lista de contatos da escola então ligo quando tenho o tempo do intervalo.

─ Alô?

─ Alô, é a Srta. Mayclaire que fala?

─ A própria. Não quero mais planos com a wificompanysis, já disse!

─ Não, não. Aqui é o professor da Flora, me chamo Harry. Eu precisaria que o responsável viesse a escola para uma conversa sobre a mesma o quanto antes.

─ Ah, sim...Até quando fica disponível?

─ Eu tenho o meu horário livre até às dez, isso encaixa na sua agenda?

─ Na minha não, mas na do pai da Flora sim. Eu sou a vó dela, anjo, mas como meu genro foi pai muito novo, preferimos que a guarda fosse colocada em meu nome. Sabe como é?

─ Sem problemas, senhorita. Apenas me passe o nome dele por favor para que ele não seja barrado na portaria.

Resolvemos tudo e desligo o telefone suspirando pesado, sentindo o peso de um piano velho em meus ombros.

Pego meu celular. Nenhuma mensagem. No fim, Louis estava certo sobre eu poder achar inspirações para escrever meu projeto em qualquer lugar, afinal, escrever agora me faria ficar mais horas em uma sala fechada com ele, mesmo que discutindo o projeto.

É meio deprimente que eu tenha tido uma noite incrível e que mexeu com tudo dentro de mim e não possa falar nada, porque aparentemente vamos ignorar isso agora e ele volta a ser só meu orientador.

Passo mais de quarenta minutos na frente da tela do meu notebook escrevendo sem ao menos piscar um olho quando escuto alguém bater na porta da sala dos professores. É...

─ Zayn? ─ digo confuso mas me levanto para comprimenta-lo.

─ Harry, que bom te ver. Não sabia que você era professor da Flora.

─ Oh, você é o pai dela? Eu estou surpreso, Zayn. Não sabia que você era pai, mas que bom que teve uma benção daquelas.

─ Então, ela não está se comportando mal? Em casa ela é bem custosinha e quando minha ex sogra disse que você convocou os pais para uma conversa já achei que ela tinha aprontado algo.

   É diferente a forma como ele descreve esse comportamento, nada como a Flora realmente é.

─ Na verdade, não. Ela é bem reclusa dentro da sala de aula e até então não é um problema para nós, várias crianças tem um comportamento mais tímido, principalmente a Flora que está passando por uma adaptação nessa nova escolinha, mas tenho que te dizer. Na última sexta, no dia do desenho, ela fez um desenho meio preocupante. ─ me afasto e pego o desenho na minha pasta.

─ Quando a perguntei, ela disse que é o pai e a mãe dela. ─ a foto são dois adultos feitos de palito com feições tristes e um coração quebrado entre eles, com uma criança chorando entre os dois. ─ Não ache que eu estou querendo intrometer na sua vida pessoal, mas a gente fica preocupado.

   Ele faz uma expressão de dor e coloca a mão no peito.

─ Eu nem imaginava, digo sério. Ela é muito extrovertida mas acho que ela está sofrendo com a minha relação com a mãe dela. Sendo muito honesto, nunca fomos namorados. Moramos juntos por um tempo quando descobri que ela estava gerando um filho meu, mas...Sabe, as vezes é melhor separar. Eu sou presente na vida da Florinha, não imaginei que...Meu deus.

─ Olha, Zayn. Tem coisas que não há como evitar e realmente se era uma relação conflituosa, as vezes a prejudicaria mais ainda! Não estou te dando uma bronca e sim alertando porque ela é uma criança incrível e muito inteligente, vocês a criam muito bem. Eu recomendo um terapeuta infantil, a própria escola tem um, você pode conversar com ela.

─ Obrigado, Harry. Eu sou pai de primeira viagem e é tão difícil saber o que fazer com uma menininha tão doce como ela sem errar em tudo que as vezes me sinto no escuro. 

─ Não posso dizer que sei como é, mas tenho certeza que você está indo bem. Um abraço te fará sentir melhor? ─ ele sorri e me abraça. É amigável e Zayn parece precisar disso.

─ Posso te perguntar algo? ─ é o que diz quando se afasta, coçando a nuca e parecendo sem graça. Afirmo e espero que ele diga. ─ Louis está bem? Ainda fumando como sempre, né? ─ ele ri e me sinto deprimido. Será que um dia serei um Zayn para Louis?

    Alguém que ao menos sabe seu paradeiro e como ele está.

─ Ele está bem, mas sim, não parou de fumar. Um suicídio a longo prazo, ele diz.

─ Não diga a ele que perguntei, ok? Mas cuide dele. ─ ele sai antes mesmo que eu possa perguntar algo.

    Não quero me tornar alguém distante.

É o que penso parado na frente do escritório de Louis, dentro da faculdade. A maldita porta azul me encara. Não tenho certeza se ele está mas não me importo em esperar, então giro a maçaneta e abro.

Uma mulher loira está pendurada em seu pescoço beijando seus lábios enquanto ele a segura pela barriga. Meu celular toca e ele afasta ela, encarando a porta onde estou parado em choque.

Sou rápido em pegar o celular e desliga-lo.

─ Me desculpem, eu- ─ ele a empurra e vem em minha direção, cambaleio para trás quase caindo para me afastar.

─ Harry, eu-

─ Pelo amor, não faça essa merda. Você queria dar algo para eles falarem? Que eu era o depósito de porra do professor, huh?

─ Do que você está falando? Eu não estou fazendo isso, se você ao menos me deixasse explicar. ─ ele tem uma veia no meio da testa.

─ Sabe o que é? Eu cansei de deixar que eles se expliquem. Vou pedir para coordenação um novo orientador de mestrado e acabou aqui qualquer tipo de relação que nós pudéssemos ter, até mesmo profissional. ─ eu imagino o quão vermelho meu rosto deve estar. ─ Eu só ia te devolver isso. ─ coloco o casaco dele em cima da sua mesa e me viro para sair, mas escuto antes de fechar a porta a mulher falar:

─ Não escute ele, amor. Você ouviu os boatos, não ouviu?

Cruzo o corredor vendo várias pessoas cochichando e até umas mais desavergonhadas apontando em minha direção. Me recuso chorar mais, não é a primeira vez que isso acontece, afinal.

Acaba aqui.

𝐀𝐅𝐄𝐓𝐑𝐎𝐏𝐈𝐀 ── larry stylinson.जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें