Quando um alfa se torna um ômega

Capítulo 0. Sentença imprópria.

Ha Suha acordou com uma dor latejante na cabeça.

— Ugh...

Ele estava dolorido e febril por todo o corpo. Suha primeiro tentou levantar a cabeça do chão com um gemido baixo. No entanto, seus braços não se moveram.

— Que...?

O cheiro de purificadores de ar artificiais tocando a ponta de seu nariz, o aroma doce e único de um ômega no cio e a textura da roupa de cama dura em volta de sua pele foi a primeira coisa que ele notou.

— Um hotel?

Não é surpreendente. Era muito natural para ele estar em um quarto de hotel com um ômega ao acordar.
Com o fim da sonolência, Suha abriu lentamente as pálpebras. Era uma sala estranha que parecia à primeira vista. Depois foram mais coisas, como a parede com papel de parede branco mesclado, cortinas altas e janelas grandes, nada perto do seu gosto.
E as lembranças do dia anterior lentamente se instalaram em sua mente.
Como todos os outros fins de semana, Suha estava em uma sala de clube tomando uma bebida. O cheiro de cigarro molhado, o som da música martelando nos tímpanos e os feromônios ômega que se misturavam no ar, sem moderação. Um espaço cheio de coisas barulhentas, do jeito que Ha Suha gosta.
Havia um ômega na mira de Suha.

[ — Eu apenas segui meu amigo.

— Não estou interessado em você.]

Ao contrário de sua aparência fofa, ele era um homem espinhoso de poucas palavras. No entanto, ele não evita ou se recusa a ser tocado. Essa atitude sutil e contraditória estimulou o peculiar desejo de conquista do alfa. Sim, todo ômega deve ser um pouco exigente.
Ninguém jamais respondeu assim a Suha, que sempre foi perseguido por outros.
Para a maioria das pessoas, seu nome e rosto já eram conhecidos, então ele estava acostumado a ser muito bem recebido por todos, mas agora, pela primeira vez, alguém apresentava um desafio a Suha. Considerando os outros que ele encontrou neste tipo de clube, tanto a atitude quanto a aparência deste ômega são incrivelmente adequadas ao gosto de Ha Suha.
Ele não achava que tinha um amante, o que achou muito estranho, mas o fez beber de propósito mesmo assim. Sempre foi assim, ele pede muito álcool caro sem se importar com o preço, e espalhe alguns feromônios alfa dominantes enquanto elogia a aparência e o estilo da outra pessoa. Se Ha Suha propusesse, não havia ômega que pudesse resistir.
Suha era uma alfa dominante, quebrando facilmente os limites de qualquer ômega apenas com seu jeito amigável de falar e aparência simpática. Ele era diferente de seu amigo, Seo
Dan-woo, que tinha uma atitude fechada e igualmente um alfa dominador.
O ômega, bêbado e cercado de feromônios, não estava alerta, pelo contrário, ria. Eu estava pensando em tirá-lo a tempo, mas...

— E não me lembro de mais. Maldição...

"Eu nem bebi tanto. Só por alguns copos de Dom Perignon e uma garrafa de vodca?... Agora que penso nisso, acho que estava muito bêbado."

Suha gostava de beber e fazer sexo, ele era bom em ambos. Ele pensou que não era estúpido o suficiente para perder a cabeça, pelo menos não com um ômega como companheiro. Até ontem.

— Ugh...

"Me desculpe, minha cabeça está partindo ao meio."

Suha moveu seu corpo deixando escapar um gemido.

— Você se levantou?

De repente, uma voz familiar foi ouvida. Suha abaixou a cabeça reflexivamente.

— Você...

Foi o ômega que ele conheceu ontem no clube. O nome dele é Lee Ji-woo.

— Você tinha esse tipo de gosto?