𝗖𝗔𝗣(07) - 𝗙𝗢𝗡𝗧𝗘𝗦 𝗧𝗘𝗥𝗠𝗔𝗜𝗦 (𝗣𝗮𝗿𝘁𝗲 𝗨𝗺)

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   Após alguns minutos de risos, Shinobu ofereceu ajuda a Tomioka para se levantar, deixando a timidez de lado, ele aceitou e deu a mão a Hashira do Inseto que o ajudou a sair de dentro da plantação de arroz, Tomioka ficou mais um tempo torcendo seu kimono para tentar secá-lo o máximo que desse, mas não adiantou muito, sorte que estava fazendo um dia se sol claro e forte, então não demorou muito para que a umidade de suas roupas começasse a desaparecer de pouco em pouco.
   Por volta de meio dia, os dois pararam à sombra de uma árvore para almoçar, Shinobu havia pego o que sobrou das frutas do café e trouxe com ela para comer mais tarde. Enquanto comiam, Shinobu tentou puxar assunto.

𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Ei, Tomioka-san...
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Hum?

   Disse Tomioka com a boca cheia.

𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Sobre a nossa missão, o que você espera encontrar quando chegarmos lá?
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Onis, obviamente.
𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Isso eu sei, mas... a Kanao falou que o número aproximado de onis é algo por volta de 30, isso é algo muito incomum, onis raramente andam em grupo e quando andam não são tantos membros assim.
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Isso realmente é estranho, mas não acho que seja necessário tanta preocupação, não a nada que indique o envolvimento de algum Lua Inferior, muito menos um Superior.
𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Mesmo assim, não consigo deixar de pensar nisso.

   Tomioka olhou para Shinobu e notou seu olhar de dúvida e preocupação.

𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Somos Hashiras, desde que não seja um Lua Superior, podem vir 30, 100 ou 500 onis, nós vamos exterminá-los, e se houver algo de errado, vamo dar um jeito nisso.

   Shinobu percebeu que aquelas palavras possuiam a intenção de acalmar suas preocupações, dito isso, ela concordou com seu parceiro.

𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Sim, vamos.

   Após o almoço, ambos se levantaram e seguiram caminho, o resto do dia foi calmo, sol forte, céu claro e sem nenhuma nuvem, ambos tiveram poucos diálogos durante o resto do dia, nada muito relevante. Com o passar do tempo o cenário a volta foi mudando novamente, as plantações de arroz sumiram e quando se deram conta, ambos continuavam o caminho, mas agora estavam no meio das árvores novamente. Foi nesse momento que Tomioka notou uma grande construção de madeira logo a frente. Ele parou.

𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: O que é aquilo?
𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Ué, uma contrução desse tamanho no meio do nada? Quem iria morar aqui?

   Tomioka se aproximou mais alguns passos e leu o que havia escrito em um letreiro ao lado da construção.

𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Não é uma casa, são fontes termais.
𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Eu não sabia que tinha uma fonte termal por aqui.
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Nem eu.
𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Hum...
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: O que foi?
𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Já está anoitecendo, não temos comida e não estou com muita vontade de passar a noite dormindo no chão de novo, fora que... eu já estou a 3 dias sem tomar banho...
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Ahhh... ok, pode ser que seja uma boa ideia, acho que o meu tombo na plantação de arroz hoje mais cedo não conta como banho, vamos.

   Ambos se aproximaram das construção e entraram. O lugar possuía um estilo bem rústico, até de mais para a época, isso apontava que aquela construção era antiga, porém estava muito bem preservada, com móveis, quadros, e demais decorações que aparentavam ser bem caras.

𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Parece ser bem chique.
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: E bem caro.
𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Somos Hashiras, dinheiro não vai ser um problema.
𝗥𝗘𝗖𝗘𝗣𝗖𝗜𝗢𝗡𝗜𝗦𝗧𝗔 : Bem-vindos!
𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Hã? Ah, olá.

   Uma mulher surgiu atrás do balcão da recepção, era uma mulher idosa, baixinha e corcunda.

𝗥𝗘𝗖𝗘𝗣𝗖𝗜𝗢𝗡𝗜𝗦𝗧𝗔: Desejam passar a noite aqui?
𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Sim, vai querer dividir um quarto Tomioka-s...
𝗥𝗘𝗖𝗘𝗣𝗖𝗜𝗢𝗡𝗜𝗦𝗧𝗔: Impossível.

   Interrompeu a mulher antes que Shinobu terminasse a frase.

𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Hã? Como assim?
𝗥𝗘𝗖𝗘𝗣𝗖𝗜𝗢𝗡𝗜𝗦𝗧𝗔: Nossa pousada dá muita importância a privacidade de nossos clientes aqui nas fontes termais, por isso os dormitórios de homens e mulheres são separados um do outro.
𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Ah... bem...
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Por mim tudo bem.
𝗥𝗘𝗖𝗘𝗣𝗖𝗜𝗢𝗡𝗜𝗦𝗧𝗔: Ótimo! Dois quartos! Mais uma coisa, trabalhamos com pagamento adiantado.

   Os dois pagaram o valor equivalente a uma noite, já incluindo o acesso as fontes termais.

𝗥𝗘𝗖𝗘𝗣𝗖𝗜𝗢𝗡𝗜𝗦𝗧𝗔: Muito bem.

   A recepcionista tocou uma campainha que ficava em cima do balcão, nessa hora, um homem alto, porém magro, saiu de uma porta localizada atrás da recepção.

𝗥𝗘𝗖𝗘𝗣𝗖𝗜𝗢𝗡𝗜𝗦𝗧𝗔: Por favor, mostre a cada um dos clientes onde ficam seus respectivos quartos.
𝗙𝗨𝗡𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔́𝗥𝗜𝗢: Sim, senhora. Por favor, sigam-me.
𝗥𝗘𝗖𝗘𝗣𝗖𝗜𝗢𝗡𝗜𝗦𝗧𝗔: Tenham uma boa estadia, o jantar pode ser servido a qualquer horário, basta falarem comigo ou com o nosso funcionário.

   Após esta última fala, Tomioka e Shinobu seguiram o homem pela pousada.

𝗙𝗨𝗡𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔́𝗥𝗜𝗢: Aqui estão as nossas fontes termais, toalhas de banho e os roupões estão disponibilizados em seus quartos, podem entrar e sair a hora que quiserem.

   Após mais alguns passos...

𝗙𝗨𝗡𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔́𝗥𝗜𝗢: Os dormitórios masculinos ficam à direita, aqui está sua chave, quarto número 03.

  Ele entregou uma chave a Tomioka.

𝗙𝗨𝗡𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔́𝗥𝗜𝗢: Os quartos femininos ficam à esquerda, aqui está sua chave, quarto número 05.

   Ele entregou uma chave a Shinobu.

𝗙𝗨𝗡𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔́𝗥𝗜𝗢: Qualquer coisa é só me chamarem ou irem até a recepção.
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Este lugar parece estar bem vazio.
𝗙𝗨𝗡𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔́𝗥𝗜𝗢: O número de clientes tem diminuído bastante nas últimas semanas, e por falta de clientes tivemos que despedir os demais funcionários, desde então somos só eu e a dona que trabalhamos aqui, mas garanto a vocês que falta de clientes não significa atendimento ruim por aqui.
𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Bem, obrigada.
𝗙𝗨𝗡𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔́𝗥𝗜𝗢: Não há de quê.
𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Até mais, Tomioka-san.
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Até.

   Cada um pegou um corredor e foi em direção ao seu quarto, o funcionário por sua vez voltou pelo mesmo caminho de onde tinha vindo.

𝗥𝗘𝗖𝗘𝗣𝗖𝗜𝗢𝗡𝗜𝗦𝗧𝗔: Todos já estão em seus quartos?
𝗙𝗨𝗡𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔́𝗥𝗜𝗢: Sim, senhora.
𝗥𝗘𝗖𝗘𝗣𝗖𝗜𝗢𝗡𝗜𝗦𝗧𝗔: Ótimo, muito bom... dois Hashiras... tiramos a sorte grande! Darão uma ótima refeição.
𝗙𝗨𝗡𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔́𝗥𝗜𝗢: Gostaria de pedir para que deixasse a garota em meus cuidados, achei ela bem apetitosa...

   Disse o homem agora com um olhar maligno e passando sua língua afiada pelos lábios.

𝗥𝗘𝗖𝗘𝗣𝗖𝗜𝗢𝗡𝗜𝗦𝗧𝗔: Como quiser, eu já estava mesmo de olho no garoto.
𝗙𝗨𝗡𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔́𝗥𝗜𝗢: Teremos uma ótima refeição está noite, eles nem imaginam que o motivo da falta de clientes e funcionários foi porque nós devoramos todos! Já estou com água na boca!
𝗥𝗘𝗖𝗘𝗣𝗖𝗜𝗢𝗡𝗜𝗦𝗧𝗔: Se acalme, não vamos atacar ainda, vamos esperar até que ambos estejam confortáveis e por consequência também vulneráveis, afinal, quem poderia imaginar que será atacado enquanto desfruta de um momento de calma em uma fonte termal? E é essa despreocupação dos clientes que nos fez ter sucesso com todas as nossas vítimas até hoje!
𝗙𝗨𝗡𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔́𝗥𝗜𝗢: Mal posso esperar!

Consigo Sentir sua Respiração (01)Where stories live. Discover now