Harry estava se recuperando agora, e realmente não havia desculpa para ele estar aqui atrapalhando o relacionamento deles por mais tempo. Seria egoísta de sua parte. Ele podia ouvir a tensão e o desespero na voz de Regulus, e ele sabia que Tom devia ter sentido isso também, especialmente depois do perigo que todos estavam correndo.

Uma série de gemidos necessitados tirou Harry de seu estado congelado, junto com a voz de Tom murmurando algo calmante e pacificador em troca. Ele afastou sua mão da porta como se estivesse queimando, e ao som inconfundível de pele contra pele encontrando um ritmo familiar, Harry se virou e fugiu. Ele não podia ficar. Não seria certo, e ele precisava de ar fresco.

Harry não tinha certeza de quanto tempo ele ficou sentado na praia observando as ondas rolarem, tentando não pensar no que estava acontecendo no chalé atrás dele, mas ele sabia o momento em que Regulus e Tom perceberam que ele havia sumido. Houve um grito abafado de seu nome, seguido por um muito mais claro quando a porta do chalé se abriu. Regulus saiu, olhando ao redor em pânico.

Assim que Regulus o avistou, seu ombro caiu em alívio e ele começou a descer para a praia.

Harry se levantou para encontrá-lo.

- Harry, aí está você. Você não estava no seu quarto. Não te ouvimos acordar. Você nos deixou preocupados por um segundo. Tom deveria verificar você...

Harry não queria fazer isso, não realmente, mas foi como se um interruptor tivesse sido acionado, e seu corpo recuou quando Regulus estendeu a mão para tocá-lo. Harry não previu sua própria reação, muito menos a gravidade dela, mas lá estava ela, e ele teve que assistir enquanto a mágoa cruzava o rosto de Regulus.

- Desculpe, eu...- mas Harry não sabia pelo que se desculpar. Ele queria estender a mão para Regulus, mas ao mesmo tempo parte dele agora se encolheu com a ideia de tocá-lo, então Harry passou a mão pelo cabelo impotente.

Tom os alcançou em um ritmo mais lento. Ele podia ler uma situação mais rápido do que qualquer um deles, e parecia perceber o que estava acontecendo com Harry antes mesmo de Harry entender suas próprias emoções. Regulus estava olhando para Harry como se ele o tivesse ferido quando Tom se aproximou para ficar atrás de Regulus, colocando as mãos em seus ombros em apoio.

- Desculpe se eu te preocupei.- Harry limpou a garganta, incapaz de olhar para qualquer um deles sem pensar no que eles estavam fazendo.

Os lábios de Tom ainda pareciam mordidos e inchados. Harry nunca os tinha visto assim antes, tão vermelhos e cheios. Regulus tinha a tendência de morder os lábios quando estava perdido em pesquisas, mas Tom nunca pareceu tão corado. Eles se arrumaram bem, mas os sinais do que estavam fazendo ainda estavam na pele. Eles se destacaram para Harry como uma facada, dolorida e profunda.

- Você está bem?- Regulus perguntou, estendendo a mão, mas depois hesitando. Não tendo certeza se seu toque seria bem-vindo agora e Harry podia ver todo o progresso suado na última semana voando pela janela.- Está com fome? Nós estávamos apenas...

- Eu acho que é hora de voltar para a Mansão Potter.- Harry cortou, dando um pequeno passo para longe deles.- Aproveitei sua hospitalidade e fiquei fora por muito tempo.

Regulus parecia devastado. 

- O que? Harry, não, você não precisa ir. Você está mais seguro aqui conosco. Tom e eu queremos você aqui.- ele se moveu para dar um passo à frente, mas as mãos de Tom em seus ombros o impediram, e Harry descobriu que estava grato por isso. Ele realmente não queria ser tocado agora, mas também não queria machucar Regulus se afastando.

- Eu não posso ficar aqui com vocês...assim.- Harry finalmente admitiu, sentindo seus olhos arderem enquanto olhava para o oceano.- Você tem sido muito complacente. Vocês dois têm, mas...isso não vai funcionar. Nunca vai.

Marcas Inegáveis Where stories live. Discover now