O Experimento do Deus

Capítulo 31- Cuidando de você

— Não vai me soltar? — ela pergunta marota fazendo-o rir.

— Nunca mais! — responde apaixonadamente, não iria ficar longe dela nunca mais.

— Precisamos mesmo ir? — Aine pergunta marota.

Entendia a sua curiosidade, de fato aquele lugar era lindo, ele mesmo não sentia vontade de sair correndo dali, mas era perigoso manter-se ali, não sabia quanto tempo passara, não queria mais problemas.

— Claro! Me admira os deuses não saberem que estamos aqui! — fala ocasionando em um bico fofo nela.

Céus aquilo era o pior, vê-la com semblante triste deixava-o triste também.

— Não fique chateada, não quero vê-la triste! — comenta fazendo um terno carinho em seu rosto.

Antes que ela pudesse falar algo, seu estômago roncou alto fazendo rir, aquele era mais um motivo para saírem logo, afinal ela já enfrentara muitas emoções para uma gravida, o bebê merecia um descanso!

— Parece que tem alguém com fome! — comenta sorrindo enquanto a palma de sua mão cobria o ventre plano.

Era surreal para pensar que uma vida estava sendo gerada ali, um pedaço de ambos estava crescendo a cada minuto, a prova do amor entre eles, uma vida inteira com ambos, era tudo que poderia pedir, ao pensar nisso sorriu junto a ela, sabia que estavam pensando a mesma coisa, mesmo sem falar.

— Estamos famintos, papai! — a fala dela aumentou seu sorriso.

— Vamos para casa então — fala pegando as pedras que Sarah tinha lhes dado para quando quisessem voltar.

Ao olhar em direção aos seus pais, percebeu que ambos estavam melancólicos, mas sabiam que era melhor a ser feito, não poderiam ficar mais tempo ali. Não poderia arriscar a vida de sua mulher e seu filho por conta da ira dos deuses, pois eles iriam enlouquecer quando soubessem que ele violara suas leis e ido para a cidade que estava lacrada justamente para que ninguém entrasse.

Esse era mais um problema que teria que resolver, a caçada pela cabeça de Aine, não poderia permitir que continuasse, iria proclamá-la como sua perante aos deuses, mataria o primeiro que ousasse pensar nela.

— Eu desejo que sejam muito felizes — Ansel fala com uma emoção evidente em sua voz.

O anjo não aguenta e puxa-o para os braços, dando-lhe um longo e carinhoso abraço, apenas pode retribuir um pouco sem graça com a demonstração de afeto, não era acostumado a sentir-se tão amado assim por outras pessoas. Soltando-se do pai, sorriu sincero em sua direção, apesar de ter ficado envergonhado, sentiu-se amado como nunca.

Sorriu virando-se para a sua mãe, que mantinha um rosto sério em sua direção, fazendo-o olhar de canto de olho para seu pai, que apenas ria da situação.

— Belzebub, espero que cuide muito bem deles! — Electra fala com os olhos cerrados em sua direção.

Sem que esperasse ela aproximou-se como um raio, soltou um gemido de dor ao sentir as suas mãos em ambas orelhas, puxando-as com raiva, enquanto tagarelava sobre como ele deveria ser um bom homem para Aine e um bom pai para seu filho, sentia a sua orelha pegando fogo, depois de um longo tempo dando-lhe uma enorme bronca, o olhar dela muda para um amoroso.

— Meu bebê! — Electra puxou-o para seus braços, ficou sem entender com aquela súbita mudança, Ansel e Aine apenas riam deixando-o envergonhado.

— E-eu p-reciso a-ar- — fala ofegante ao sentir ela apertando-o em um abraço de urso.

— Desculpe! Esperei por esse abraço há muito tempo, sempre sonhei com o dia que poderia conhecê-lo — sua mãe fala segurando com carinho o rosto em suas mãos.