Com delicadeza, apoiou os braços do marido em seu pescoço e com um braço atrás dos joelhos e outro em suas costas, o carregou para o quarto do casal e o ajeitou em seu lado da cama.

Não querendo perturbar seu sono, apenas ajeitou um pouco as roupas de Xichen, desfez o coque apertado que prendia seu cabelo e o cobriu com o grosso edredom para mantê-lo aquecido.

Na cozinha, Jiang Cheng bebe um copo de água e olha para o relógio pendurado na parede branca, às 21:00 horas. Era o horário que normalmente dormiam, mas o rapaz não conseguiria dormir mesmo se tentasse. Aquele assunto perturbava sua mente desde que saiu do escritório.

Jantou algo leve por conta do horário tardio e resolveu trabalhar mais um pouco para ocupar a mente. Vendo o tempo passando e nada do sono chegar, foi para o banheiro e abriu as gavetas do pequeno armário embaixo da pia. Se desesperou um pouco ao não achar o que procurava.

"Cadê meu remédio? Eu preciso dele... É o único medicamento que me faz dormir! Cadê?", pensou. Não achando em nenhuma gaveta do armarinho, levou suas mãos ao armário do espelho. Ao abrir o espelho e ver seu medicamento, se acalmou, pegou 3 pílulas e as tomou com água da torneira.

Se acalmando ainda mais, voltou para a sala e pegou o celular do marido para deixar na mesinha de cabeceira ao alcance de Xichen caso precisasse. Viu seu marido dormindo tranquilamente e se sentando ao seu lado, acariciou sua pele branca como a neve e arrumou um fio rebelde que estava cobrindo sua testa.

Era tradição na família Lan meninos e meninas deixar seus cabelos compridos, só podiam cortar com a permissão dos pais ou da pessoa amada. Com um sorriso amoroso, abaixou-se e deu um delicado beijo em seus lábios, um pequeno selar e disse tão baixo que era impossível de ser escutado:

— Me desculpe... Me desculpe por ser um fardo, A-Huan. — Se afastou e saiu do quarto.

A culpa invadia o corpo todo de Jiang Cheng, culpa por não conseguir realizar o sonho que o casal tinha desde o início do namoro.

"Eu deveria ter desconfiado... Afinal, não tenho um perfeito corpo ômega", pensou enquanto atravessava o pequeno corredor com as paredes azul-arroxeadas repletas de fotos. Tinha fotos com seus irmãos, sobrinhos, cunhados e uma única foto de sua mãe Yu Ziyuan, uma das ômegas lúpus da família Jiang. Parando na frente do pequeno retrato, Jiang Cheng olhou tristemente.

— A senhora estava certa. Eu só atrapalhei a vida do A-Huan... Desculpe por não ter ouvir, mãe. — disse abaixando levemente a cabeça e logo voltando ao caminho que fazia.

Abrindo a porta do quarto de hóspedes, ligou o interruptor e o lilás das paredes o acolheram. Se aproximou da cama, que não era muito mais larga que uma de solteiro, arrumada com edredom azul claro e mexendo seus pés entre si, tirou suas botas de cano baixo. Puxou o edredom azul e se enrolou em seguida.

Jiang Cheng tentava, tentava não se lembrar do que aconteceu no dia, mas as lembranças vieram como flechas em alta velocidade atingindo em cheio seus pensamentos. Juntamente vieram a lembrança de uma das últimas brigas com sua mãe que lhe veio à mente. O qual foi uma visita há quase 1 ano, onde apareceu em sua casa quando Xichen estava trabalhando.

*Início flashback*

O som suave da música tocava calmamente de fundo qual saía a melodia do celular, Jiang Cheng trabalhava pelo computador na mesa qual era próxima da bancada da cozinha, enquanto seu gato dormia no sofá confortavelmente. Por conta de uma gripe decidiu trabalhar de casa, então antes de sair Xichen deixou seu café da manhã que estava preparado com os remédios do lado.

Como acordou um pouco mais tarde, ficou surpreso e feliz ao ver a mesa do café arrumada. Jiang Cheng tomou seu café da manhã tardio e tomou os remédios diligentemente. Achava muito fofo quando seu marido cuidava dele e ainda mais apaixonado.

Me desculpe [Xicheng] (Concluído) Where stories live. Discover now