- Vamos? – ele perguntou animado.

- Vem aqui primeiro.

Ele caminhou até mim e tentei de alguma forma arrumar seus cachos bagunçados. Apesar da lateral raspada, em cima está grande. Pequei um elástico e fiz alguma coisa parecida com um coque samurai.

- Fala para o pai te levar no cabelereiro, seu cabelo está enorme – Falo finalizando o coque – Pronto! Podemos ir.

Pego minhas chaves, meu celular, um dinheiro em minha carteira e coloco tudo na minha pequena bolsa.

- Podemos ir no parquinho da praia? - Ele disse cantarolando um pouco - Meu amigo mora lá perto.

- Que amigo? – Perguntei.

- O Arthur.

Não fazia ideia de quem era Arthur, mas creio que seja seu coleguinha de sala.

- Aquele parquinho é um pouco longe, vamos a um mais perto.

- Mas aquele é o mais legal, e meus amigos vão estar lá.

- Como sabe que eles estarão lá? – perguntei vendo-o chutar as pedrinhas enquanto andava.

- Eles sempre estão lá.

Acabou que já estávamos indo em direção aquele parque, mesmo que fosse longe. Seguro mais firme a mão de Joaquim ao atravessar a rua e de antemão conseguimos avistar a extensão do mar.

O dia está deslumbrante, quase agradeço ao Joaquim por me fazer sair. O sol ardente beijava minha pele a deixando levemente corada. A maré do mar está baixa, mas seu som se estende pelo litoral, definitivamente uma das melhores músicas da natureza.

- Aquele não é o Jacob? - Joaquim pergunta.

- Onde? - não estava vendo direito por conta da luz do sol.

- Ali - ele apontou, mas ainda não o enxergava - Ali maninha. JACOB! - meu irmão grita.

Joaquim conheceu Jacob em um dos aniversários de Vic. Meu irmão o adora desde então.

- Joaquim! Não grita na rua.

Apesar de corrigi-lo ele já estava abanando a mão para o alto. Fecho um pouco meus olhos tentando ver o menino que Joaquim acena. Vi Jacob mais claramente quando o próprio se achegou mais perto dando uma pequena corridinha.

- E aí tampinha! - ele cumprimenta meu irmão com um higth five e logo passa a mão sobre sua cabeça. Não, no cabelo não penso comigo.

- Oi Jacob! - meu irmão o cumprimentou de volta sorrindo. Engraçado como ele esqueceu os amigos facilmente.

- Oi Anne! - agora sua atenção vem até mim – Já está virando tradição nos encontrarmos – lembro-me dele dizer a mesma coisa da última vez.

- Oi Jacob. – O comprimento – Deveria me preocupar?

- Me diz você – Senti um certo cinismo na sua fala, principalmente por conta da leve curvatura que formou em sua boca

- O que é fazendo aqui? - Pergunto mudando de assunto olhando o suor do da sua mandíbula traçando um caminho pelo seu pescoço.

- Correndo um pouco.

- E o Gregory? Não veio? -perguntei já que os dois sempre andam juntos.

- Por incrível que pareça nós não nascemos grudados – Jurava que eram irmãos siameses – E ele está descansando para o campeonato de natação. E você?

É assim que Eu te amoWhere stories live. Discover now