— Eu tenho aula pela noite, mas eu posso saber por que? — perguntou curiosamente — se for algo sério, posso faltar a aula.

— É que vamos ter a confraternização do escritório, nós fazemos a cada três meses — ele explicou — conheço o L'Etoile?

— Sei que é um restaurante, mas nunca foi — Harry foi sincero — acho que é comida francesa, certo?

— Isso — acenou — vai ser um momento bem legal e raramente vejo meus funcionários dispensando ir, ainda mais porque é tudo por conta do escritório.

— Ou seja, a sua.

— Eu tento não pensar muito que o dinheiro vai sair do meu bolso — riu — mas é por uma boa causa. O escritório vai muito bem e é graças aos incríveis funcionários.

— Eu acho que posso tentar ir — acenou — posso ir acompanhado?

— Claro — ele acenou — o convite se estende para um funcionário e acompanhante.

— Nesse caso, vou acompanhado do meu namorado.

— Ah, claro — Henrique sorriu fraco — esqueci que você tinha um namorado. Aliás, acho que você não mencionou.

— É que não fazia parte dos requisitos na entrevista.

— Certo — acenou, parecendo um pouco inquieto — não me lembro do meu último relacionamento, na realidade, desde que me divorciei, não saio com outras pessoas.

— Entendo — acenou, não que ele estivesse muito interessado no assunto.

— Seu namorado frequenta a UFRJ também?

— Ele não foi pra faculdade — explicou, não achando que havia algum problema em contar aquilo, porque ele tinha orgulho de Louis, de todo modo.

— Sem pretensão de futuro? Não é uma coisa muito boa.

— Na verdade ele tem pretensão de futuro — disse, evitando ser grosseiro com seu chefe, afinal ele não poderia jogar no lixo o esforço dado para chegar ali — só não é como um estudante.

— O que ele faz?

A pergunta fez Harry respirar fundo, pensando no que poderia ser dito.

— Ele pretende ser ator — contou.

Louis ainda não era um ator, mas na quinta faria o teste, aquele que Victor havia lhe indicado.

— Essas profissões midiáticas — murmurou — não são trabalho de verdade. Mas não devo julgar, de qualquer forma.

— De qualquer modo, tudo o que fizer, vai me dar orgulho — Harry tentou encerrar a conversa — ele sempre se esforça bastante em tudo o que faz.

Henrique ficou quieto por um momento, tempo em que o celular de Harry tremeu sobre a mesa.

Harry observou a tela acessa, lendo a mensagem ali. Ele alcançou o celular e abriu o chat para que pudesse responder Louis.

Seu namorado havia perguntado se estava bem e se queria que fosse lhe buscar no escritório. Harry lhe respondeu que não era necessário, pegaria um Uber.

Ao colocar o celular sobre a mesa, ainda com a tela acesa, Henrique observou a foto de tela, de Louis e Juju juntos. Harry nunca havia mudado.

— Seu namorado?

— Sim, o Louis — sorriu.

— Hm. — resmungou — muitas tatuagens, não?

— Eu também tenho — respondeu simples, logo de puxar a manga da camisa um pouco para cima — é que as camisas sociais costumam cobrir.

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