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A chuva caía incessantemente lá fora, criando um ritmo suave ao bater nas janelas de Tóquio. As ruas da cidade estavam cobertas por um manto de água, refletindo as luzes coloridas dos letreiros e dos carros que passavam. Era uma noite típica na metrópole movimentada e vibrante.

Você estava deitada na cama, envolvida pelo conforto dos lençóis. Seu corpo desfrutava de um agradável repouso, no entanto, sua mente estava repleta de conflitos. Com o contato de Nanami aberto no celular, você observava as várias chamadas que havia feito para ele, sem que nenhuma delas fosse atendida.

Se perguntava se tinha feito algo errado, de novo. Por que ele não atendia? Por que estava te ignorando? Seus pensamentos não paravam... Você pensava demais. Isso te machucava, mas não conseguia evitar. Talvez já estivesse acostumada com isso.

Com as mãos trêmulas, você tocou na tela e discou novamente. Será que ele finalmente atenderia? Na última vez, precisou ligar exatamente 24 vezes antes que ele respondesse. Sim, você contou. Mas não importava, porque só iria se acalmar quando ouvisse a voz dele.

— Atende essa merda, Nanami. Atende!

Já de passava de meia-noite e você tentava desde as onze. Com sono, mas incapaz de dormir, estava prestes a encerrar mais uma vez quando a chamada foi atendida.

— Oi, garota.

Um soluço escapou de seus lábios ao ouvir a voz rouca do loiro do outro lado da linha.

— O-oi, Nanami! Eu queria-

— Estou aqui na frente da sua casa. Desça em 10 minutos ou eu vou embora. — ele interrompeu, com seriedade em sua voz.

— O quê?! Do que você 'tá falando?

— Você não estava me enchendo o saco ligando? Pois bem. Estou esperando, (Nome). — Ele encerrou a chamada antes que você pudesse responder.

Você ficou encarando o celular, processando o que tinha acabado de acontecer, com uma expressão totalmente confusa, até que um sorriso surgiu em seus lábios.

— Ok... Isso foi inesperado. Mas estou feliz! — você soltou um gritinho de felicidade, pulando da cama rapidamente.

Por um breve momento, deixou de lado as dezenas de chamadas não atendidas, a ansiedade e a insegurança que pesavam em seu peito.

Como fazia todas as outras vezes.

Sem demora, correu até o guarda-roupa, preocupada em escolher uma roupa adequada. Conhecendo Kento, sabia que se atrasasse apenas 10 segundos, ele iria embora. Por sorte, já tinha tomado banho, o que economizou tempo.

Abrindo as portas do móvel, você procurou freneticamente em todos os cantos, jogando roupas para todos os lados. Sabia que se arrependeria disso mais tarde, pois teria que arrumar tudo novamente. No entanto, um sorriso brotou em seus lábios ao encontrar um vestido vermelho sangue no meio das outras roupas.

Pegou o tecido fino em suas mãos e foi para frente do espelho, vestindo-o. O vestido de alcinha, que ia um pouco acima das coxas, se encaixou perfeitamente em seu corpo, realçando suas curvas.

— Acho que só preciso passar um gloss... Não vai dar tempo de uma maquiagem completa. — Passou o gloss de uva nos lábios e rapidamente calçou seus saltos pretos.

Você saiu do quarto, olhando cautelosamente ao redor para garantir que sua mãe não te visse. Não queria ser pega novamente como da última vez. Embora fosse mais fácil contar a ela sobre suas saídas, elas eram frequentes e aconteciam durante a madrugada. Você temia que ela interpretasse mal a situação. E conhecendo ela, com certeza interpretaria.

The Other Woman - k, nanami Where stories live. Discover now