- Muito obrigada gente, vocês não sabem o tanto que isso significa para mim – Anne diz com os olhos brilhando de felicidade e excitação.

   - Ok, precisamos de um nome, dias de ensaio... – Maghie diz pensativa – o que mais?

   - UM GUITARRISTA – Anne lembra. Realmente, esquecemos o mais importante. Não dá para ganhar um concurso de banda sem um guitarrista.

   - O que faremos? – Maghie indaga preocupada.

  Depois de um tempo tentando achar uma solução em minha mente, logo venho uma ideia brilhante.

   - Eu tenho um guitarrista perfeito! – Digo animada. Quer dizer... eu acho que é perfeito.

   - Quem? – Anne pergunta esperançosa.

   - Vocês vão ver.

   - Fala logo peste! – Maghie me insulta, no momento que eu vou falar o sinal toca e nos interrompe.

   - Depois eu falo, vocês vão me encher de pergunta quando eu disser o nome. E não temos tempo para isso.

  Plantando uma dúvida nelas vou alegre para a aula com a maravilhosa ideia em minha mente.



  Antes de entrar no ensino médio eu amava matemática, amava cálculos, amava a sensação de resolver uma questão, mas esse sentimento foi embora na minha primeira aula com a senhora Turley. Não sei o que ela tinha contra mim, mas se eu deixasse minha caneta cair era uma oportunidade de me repreender.

  Com o tempo fui acostumando com seu jeito indecente, mas me incomodava ela não gostar apenas de mim por motivos que desconhecia.

  No fundo eu sei qual é seu problema comigo, mas chamá-la de racista não adiantaria de nada nessa escola, provavelmente criaria problema para mim.

  Chego bufando até às meninas. Elas sabem que estava na aula de Matemática, por isso provavelmente sabem o motivo da irritação.

   - A racista de novo? - Anne pergunta guardando seu material no armário. Concordo balançando a cabeça.

   - Qual o problema que ela tem comigo? - Pergunto sabendo a resposta.

   - Quer mesmo que te responda? - Maghie pergunta olhando as unhas.

   - Eu queria fazer alguma coisa, mas nós três sabemos que nessa escola não adiantaria de nada.

    - Essa escola é rodeada por gente branca e rica - Anne diz - É a receita perfeita para esse tipo de situação.

   - Falar com a diretora só atrairia problema - Maghie começa - Principalmente porque iria repercutir na cidade, e Deus nos livre da escola ser mal falada.

  Pode achar que estamos sem coragem, ou com medo. Mas essa é uma realidade dura nessa escola, e no mundo. Se tiver alguma coisa – pode ser uma pequena situação - que prejudique a moral da escola, eles varrem para de baixo do pano. Não queremos correr o risco, não temos esse privilégio.

   - Mudando de assunto... - Anne fecha o armário e olha para mim - Não ache que esquecemos que iria nos apresentar alguém.

É assim que Eu te amoWhere stories live. Discover now