— você demorou - o capitão aparece no arco da porta batendo a bengala, coloco as mãos nos bolsos dando de ombros descontraída
— estava com muito sono - minto me jogando em cima de um baú
Todos tem um dever no navio e os novatos como eu tem folga na cidade apenas uma vez a cada duas semanas, é o tempo que eles usam comendo putas ou caindo bêbados em uma vala, já no meu caso eu arranco dinheiro de idiotas desavisados nas ruas e bêbados, mas esse último apenas em jogos ilegalmente justos acompanhados de algumas perguntas
— você tem trabalho a fazer - sua voz indica ameaça, me limito a revirar os olhos. - você tem uma dívida
— o caralho que eu tenho - respondo e uma risada cruel ecoa atrás de mim, continuo sentada no baú, de costas pro capitão
— não esqueça quem salvou sua vida, garoto - diz e some pra dentro do cômodo
Salvar a minha vida, pois eu estava "me afogando" é uma frase forte demais pra se dizer. Eu estava sendo caçada por uns soldados do Reino da Terra, vi um navio de piratas, usei meus dons artísticos e cá estou eu, viajando com um bando de homens inúteis e nojentos, que acham que sou um garotinho adolescente. Os idiotas acham que sou um homem e pior acham que realmente me salvaram de alguma coisa. Só estou mantendo estadia nesse lugar, porque é mais fácil de viajar e para os homens do mar, as fofocas voam como areia ao vento
— não sou vendedor
— foda-se
Dou risada sem som, mexendo apenas meus ombros, um bocejo sai de meus lábios e eu volto a observar a sala cheia de objetos roubados. Desde esculturas de cachorro comuns, até armaduras completas de várias nações.
Dois jovens observam atentamente uma besta com uma flecha de três pontas, a desgraçada tem tantas quinquilharias que obviamente são somente pra exibição e não pra um combate real. Um homem grande e forte que eu nunca lembrava o nome estava sentado ao lado da única saída, amolando um facão como aviso a qualquer um que tentasse roubar ou sair sem pagar.
É até engraçado o descaro que os piratas têm, eles roubam, matam e destroem pessoas e coisas que acreditam que vale ouro, e os vendem para o próprio povo a qual eles roubaram. Tanto inocentes quanto piratas morrem nos confrontos, ou melhor dizendo, na mineração, mas eles fingem que salvam algumas vitimas e no final cobra por suas vidas. Uma pessoa normal ficaria louco pela quantidade de violência a qual é apresentado em tão pouco tempo
Sentada no baú, com minhas pernas abertas e os braços cruzados, sinto minha bota começar a escorregar pelo peso das moedas, a apoio no baú e a amarro com força, meus olhos passam pra porta na hora que três adolescentes entram por ela.
O primeiro é um garoto - não exatamente um garoto, mas ele está naquela fase onde um menino começa a se tornar homem - de calças azuis escura, botas de neve, uma túnica azul clara sem mangas, ele tem uma mochila nas costas, o cabo de um facão saindo da mochila, um boomerang amarrado na cintura junto com um leque de ferro negro com detalhes azuis, sua pele é castanha e seus olhos verdes claros, o cabelo dele é raspado nas laterais com somente a parte de cima comprida e amarrada em um rabo de cavalo.
O segundo é um garoto - dessa vez um garoto, recém saído de sua infância - com botas laranja escuro quase marrons próprias pro calor, um tecido fino, mas que provavelmente não deixava entrar o ar frio, um macacão amarelo claro sem mangas e uma capa laranja escuro pequena que cobria apenas até os cotovelos. O garoto é careca com uma seta tatuada em espirais e símbolos em sua cabeça, descendo pela coluna, as costas de suas mãos também têm as mesmas setas que sobem pelos seus braços e os seus olhos são de um cinza tão escuro que é quase preto. Ele carrega um bastão em uma das mãos
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Don't Blame Me - Zuko
FanfictionAlina é uma jovem dominadora de água que já passou por mais infernos do que qualquer pessoa deveria. Disfarçada em meio aos piratas, procurando uma chance de abandonar os malditos nojentos do mar, Alina da de cara com o Avatar, um guerreiro intelig...
Cap um
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