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O AMOR, um sentimento complexo, capaz de salvar vidas e também de destruí-las. Apaixonar-se não é tão simples quanto dizem, especialmente para aqueles que amam intensamente.

Você nunca foi muito crente em forças divinas, especialmente no destino. Sempre achou que era algo usado por aqueles que procuravam desesperadamente justificar seus fracassos, pessoas que não aceitavam suas próprias desgraças e acreditavam ter nascido para uma vida de infortúnios.

Você estava simplesmente entediada em uma noite de sexta-feira, seja lá qual dia fosse. Passava o tempo em seu celular, procurando alguém para se divertir em um aplicativo de namoro. Seria possível encontrar o amor da sua vida dessa maneira? Você não fazia ideia, mas foi exatamente o que aconteceu.

Foi o destino que o trouxe para a sua vida, e ele seria sua felicidade, ou a sua destruição.

Você estava perdidamente apaixonada, como nunca havia estado antes na vida. Sentia-se radiante, adorando a sensação de seu coração acelerando sempre que o via, a ansiedade de conversar com ele e compartilhar os mínimos detalhes do seu dia. Só de pensar em seu rosto, um sorriso se desenhava em seus lábios.

Era para encontrá-lo que você estava se arriscando agora. Mesmo sendo maior de idade, sua mãe ainda implicava com você e pegava no seu pé.

— É isso. Tô pronta!. — Dando um toque final no batom vermelho escaldante recém-aplicado nos lábios, admirou seu reflexo no espelho, girando lentamente para observar cada detalhe minuciosamente.

Ao sair do quarto, fechou a porta com o máximo de cuidado, garantindo que sua mãe jamais desconfiasse de sua saída noturna. Caminhando na ponta dos pés, optando por calçar os saltos somente quando estivesse do lado de fora. Desceu as escadas com calma e precisão, finalmente chegando à porta da frente, que se abria para a rua.

— Vai sair, filha? — A voz de sua mãe ecoou inesperadamente, fazendo seu coração dar um pulo em seu peito. Ela estava encostada no batente da porta da cozinha, com um olhar curioso.

Um suspiro escapou dos seus lábios, pois você sabia que ela pediria explicações, e detestava ser tratada como uma criança.

— É-é... Bom... Sim... — Gaguejou, desviando o olhar para o lado.

— Essas horas? São exatamente... 01:30 da manhã. — Ela disse, conferindo o relógio de parede com um olhar reprovador.

— Sim... Algum problema?

— Sim, vários problemas, (Nome). Primeiro, é 01:30 da manhã. Segundo, você está vestida como uma piriguete. Terceiro, está saindo escondida. E quarto...

— Chega, mãe. — Interrompeu sua fala antes que ela pudesse prosseguir. — Eu iria avisar quando estivesse lá. Pare de fazer cena.

— Me respeite, isso não é cena nenhuma! Eu sou sua mãe, você me deve satisfação.

— Eu tenho 19 anos. Não te devo satisfação nenhuma.

— Deve sim! Enquanto você morar nesta casa.

— Eu não quero brigar, está bem? — Respirou fundo, buscando manter a calma. — Não quero iniciar uma discussão desnecessária. Estou saindo.

— Você... Vá! Suma daqui, antes que eu perca minha paciência. — Derrotada, ela virou as costas e subiu furiosa as escadas, indo para seu quarto.

— Só isso? Foi mais fácil do que pensei. — Você deu de ombros, sentando-se no sofá, calçando finalmente os seus saltos.

Trancando a porta, saiu de casa, sentindo-se finalmente livre. Não que você odiasse o seu lar, mas às vezes se sentia sufocada, como se não pertencesse àquele lugar.

The Other Woman - k, nanami Where stories live. Discover now