#𝟎𝟎𝟗 𝐖𝐄 𝐀𝐑𝐄 𝐍𝐎𝐓 𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐔𝐂𝐊𝐘 𝐎𝐍𝐄𝐒

Mulai dari awal
                                    

A lembrança do dia em que pesquisava a biografia de Louis é fresca em minha memória. Movido a curiosidade, tiro o livro bonito da estante e o abro, lendo as palavras registradas na primeira página.

"Há esperanças, só não para nós"

É Franz Kafka, reconheço antes mesmo de ler os créditos no canto da página. Foi o primeiro livro que li na faculdade de letras.

Fecho o livro com força, como se ele fosse me queimar a qualquer momento, e o guardo de volta na estante.

Me afasto em passos lentos, olhando para todos os cantos do lugar que não aquele que guardava o livro.

Era estranho, eu estava me sentido tentado! Tipo quando você é criança e colocam um chocolate quente na sua frente e te dizem "não beba!", óbvio que você vai ter o dobro de vontade de beber.

Mas eu me contenho, porque, como alguém que escreve, eu sei que ler as escrituras de alguém é conhecer realmente aquela pessoa. Você entra na mente dela, é íntimo demais. Esse não é o tipo de intimidade que eu quero ter com um superior meu nesse momento. O que eu posso encontrar no livro pode me dar outro olhar sobre Louis, e eu não quero isso.

Todos os meus pensamentos sobre entrar na mente de uma pessoa me levam até a minha última sessão com a minha terapeuta, Clara. Ela me encorajou a comprar um diário, assim eu me conheceria mais, não me privaria dos meus próprios pensamentos e seria mais intimo comigo mesmo.

Me esforcei bastante para não rir na sua cara, lembrando que a pobre coitada só estava fazendo o seu trabalho, mas achei a ideia ridícula. Talvez não para os outros, mas para mim não vejo isso como algo que vá surtir algum efeito diferente de me achar patético. Mesmo assim, me esforço para achar uma agenda bonitinha para usar como diário.

Uma capa marrom degastada, um elástico prestes a ceder, um couro com manchas mais escuras do que outras. É esse. Ela quer que eu me conheça mais, certo? Vamos pegar algo que se pareça comigo, então. Degastado, prestes a ceder e manchado. Nunca soou tão Harry antes.

Agarro o caderno mediano e caminho decidido para o caixa.

─ Eu mudei de ideia, vou deixar esse daqui. ─ a mulher na minha frente, na fila, diz.

Ela sorri tão simpática que minhas bochechas doem por ela, mas o caixa só mastiga com mais força seu chiclete e como se tivesse preguiça até mesmo de respirar, deixou o livro de lado, como a mulher decidiu.

─ Mais alguma coisa?

Quando a mulher vai embora, eu me aproximo do balcão e fico encarando o livro que ela deixou. Caramba, poderia ser qualquer um.

─ Senhor? É a sua vez. ─ focalizo minha atenção nos olhos lentos do vendedor que me olha com cara feia. Franzo as sobrancelhas com isso e coloco o diário sobre a madeira.

Não pergunte, não pergunte, não pergunte.

─ Mais alguma coisa?

Merda.

─ Eu...acho que eu vou levar esse livro.

Ele pega o livro impaciente e me dá uma olhada acusatória. É como se seus olhos gritassem que eu estava fazendo algo de errado.

Quando saio daquele lugar arremesso o livro dentro da bolsa como se fosse um pacote de drogas. Você não facilita as coisas para mim, Tomlinson.

─ Eu não posso acreditar no que os meus olhos estão vendo neste momento. ─ digo maravilhado passando os olhos pelo escritorio de Louis. ─ E isso aqui é um sofá? Oh meu deus, eu não posso acreditar, você realmente pendurou os certificados. E...E o cacto feio também foi embora. ─ me aproximo e deixo a minha mochila em cima do estofado do sofá.

𝐀𝐅𝐄𝐓𝐑𝐎𝐏𝐈𝐀 ── larry stylinson.Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang