Capítulo 1

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Fomos todos colocados em fileiras, inclusive as mulheres e crianças.

Segurei minhas pequenas irmãs, Catarina e Sophia, uma de cinco que agarrava minha mão com todas as suas forças e uma de 2 anos que estava no meu colo.

Estávamos todas colhendo algumas amoras no campo da cidade, junto a outros trabalhadores, sempre fomos autorizados a fazer isso, mas hoje tinha sido diferente.

Já faz quinze meses que nossa cidade foi habitada pelos malfeitores, um governador tirano tomou conta do País e seu exército imoral está mantendo suas ordens por vários locais.

Os primeiros dois meses foram os mais difíceis, a comida ficou pouca, muitos homens morriam e muitas mulheres eram estupradas, até que o tal "rei" fez algo que preste e espalhou que deveria ser mantido o controle a fim de defender a vida dos cidadãos.

Só saí de casa um mês depois de o decreto estar sendo vigorado e agradeço aos céus por aqui esses selvagens estarem seguindo o que lhe foi ordenado, mas sabia que tinha lugares que pessoas o desobedeciam.

Mesmo após a ocupação, continuamos a manter nosso serviço, no entanto hoje fomos retirados do campo e trazidos para esta sala.

Era uma sala no segundo andar, com piso polido cor cinza e paredes cor branca, a nossa frente tinha uma mesa onde o líder maioral deles estava, em volta dele tinha alguns homens com armamento pesado, olhando fixamente para nós.

Catarina balançou minha mão me chamando enquanto Sophia estava em meu colo sem entender nada.

Soltei a mão dela e segurei a pequena nos meus braços com mais firmeza, me inclinando para escutar a do meio.

-Limã, cuando vamos pra casa?- perguntou com aparentemente medo.

-Logo, não precisa se preocupar, logo voltaremos pra casa.-dei um beijo em sua testa tentando tranquilizá-la, depois me endireitei, soltei as costas de Sophia e segurei a mão de Catarina novamente.

Eu odiava esses homens, desde sua chegada a cidade vem sendo um caos porque eles fazem o que querem, pegam o que querem.

Já tem semanas que eles comem de graça no restaurante de meu pai e se ele se recusar, somos levados presos ou pior.

Aqui não há lei.

-Vocês foram chamados aqui porque estamos fazendo um cadastro para quem tem acesso ao campo.-nos trabalhadores do campo nos entreolhamos, a maioria alarmados.

Isso nunca foi necessário, por que agora?

-Não precisam se preocupar, vão continuar tendo acesso, só queremos saber quantos são.-explicou um dos homens, ele havia surgido recentemente, tinha em suas mãos uma prancheta. Ele apontou para um homem, o mais senhor.-Primeiro os idosos e depois as gestantes e as que tem criança pequena.-explicou ele como seria chamado a ordem.

Respirei fundo e o primeiro homem se aproximou da mesa deles.

Ele estava com medo.

Todos estavam com medo.

Eu tinha mais raiva que medo.

As pessoas começaram a se movimentar de acordo eram chamadas. A conversa durava poucos minutos, mas ainda era um tempo precioso, tempo de trabalho ou descanso.

Por que diabos eles querem gastar seu tempo e o nosso tempo com isso?!

Não faz o menor sentido.

E por que o tal general deles estava aqui?!

Respirei fundo, meu coração estava acelerado e meu braço começava a pesar quando uma gestante se aproximou.

Dava mais graças por ser solteira, calças e métodos contraceptivos femininos foram proibidos, se o marido deseja não fazer uso do preservativo, a mulher era submetida a uma gravidez, mesmo que contra a sua vontade.

Alina - Obsessão do General [Degustação]Where stories live. Discover now