9. O sarcófago de Senful

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— Até que enfim - A voz irritada de Layla finalmente quebrou o momento. - Vamos.

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Alguns minutos depois e já estávamos a caminho de Deus sabe onde, aquela situação ainda me incomodava, Layla insistia em guardar para si as informações importantes, ela sabe que se eu soubesse o que preciso fazer , a largaria o mais longe daqui e tentaria resolver tudo sem ela, droga, ela é teimosa demais, será que não pode aceitar o fato de que eu estou tentando protege-la de Khonshu, dos deuses e principalmente... de mim.

Respiro fundo absorvendo o ar frio da noite, ao longe eu via o barco que pegaríamos até o contato de Layla, olhei brevemente para a cacheada e me surpreendo ao perceber que ela já me encarava, desvio rapidamente o olhar para qualquer outra coisa ali perto, percebo um leve cantarolar ao meu lado e me viro em busca da origem do som.

Meus olhos encontram uma Amaris pacifica, olhando para o céu enquanto parece relembrar uma memória feliz, inconscientemente acabo sorrindo com a visão, nos últimos dias eu vi a morena lutar com uma criatura monstruosa 3 vezes o tamanho dela, seduzir um salão inteiro e roubar uma relíquia antiquíssima como se não fosse nada, ela parecia sempre estar rodeada de uma energia caótica, vê-la assim... calma, era de certo modo... reconfortante.

— É lindo, não é? - A voz pacífica da morena me surpreendeu ao revelar que ela estava ciente da minha presença. - o céu... está magnífico hoje.

Olhei brevemente para a imensidão azul acima de nós e tornei a observar a morena.

— Belíssimo...

— De todas as coisas das quais fui privada, observar o céu foi do que mais senti falta - a voz da morena carregava um tom melancólico - eu amava sair à noite pra observar as estrelas, eu podia ficar nos telhados, longe dos chacais...

Um brilho de tristeza pintou os olhos de Amaris, um sorriso gentil ainda se esforçava para continuar em seu rosto, meu peito apertou um pouco ao vê-la assim, eu queria abraçar a morena, fazer qualquer coisa pra trazer de volta seu brilho alegre.

— Quem pôs você em um jarro?

A voz de Layla irrompeu ao meu lado me surpreendendo, eu não tinha percebido que a cacheada estava prestando atenção a nossa conversa, meu corpo ficou tenso instantaneamente, sempre que Amaris tocava em algum aspecto do seu passado ela parecia murchar ou ficar alterada. Olhei em repreensão para Layla que parecia estar indiferente a minha presença.

— E-eu... foi... - A morena parecia ainda estar processando a pergunta sem saber ao certo o que responder - em... uma reunião com os deuses... O senhor Hórus decidiu que eu seria presa em pedra pelos meus erros, mas a senhora Bastet disse que o Jarro seria uma punição mais adequada... então... eles fizeram isso.

As palavras pareciam sair dolorosamente, como facas rasgando a garganta da morena, ela estava claramente desconfortável com o assunto, ao contrário de Layla, que, guiada pela curiosidade, continuou seu questionário inconveniente.

— Uma punição? pelo que? - ela perguntou com aquele olhar intrigado que sempre fazia quando achava alguma relíquia interessante. Amaris por sua vez, apenas suspirou evitando o nosso olhar antes de responder.

— Sacerdotes divinos não tem permissão para se misturar com os humanos a menos que recebam ordens de seus mestres. - Ela fez uma pausa como se pensasse em como prosseguir - também não tínhamos permissão para adentrar o território de outros deuses sem autorização, e eu... quebrei essa regra...

— O que? Como?

— Layla - repreendi a cacheada que finalmente pareceu entender seus limites.

— E-eu... aqui, chegamos. - Amaris disse apressando o passo em direção ao barco que nos aguardava.

Cavaleiro da Lua; gato e chacalDove le storie prendono vita. Scoprilo ora