episódio 2 💭

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A sala branca aonde continha os botões se manchou de sangue quando a coleira da coisa explodiu, que agora eu via que era uma mulher aparentemente mais velha, então aquele homem grande tava certo, são só humanos, e pelo celular caido ao lado do corpo era uma jogadora também e isso me confundiu ainda mais. Saimos de lá e o loiro sumiu de repente, parecendo até mesmo um fantasma, e a moça de cabelo curtinho surgiu ali respirando ofegante, ela veio pelas sacadas escalando.

— Ela também tava jogando... — Pensei alto vendo todos dali me olhar.

Nos sentamos perto da porta, Arisu pareceu bem pensativo, sentando ao seu lado eu encostei na parede ainda sentindo meu rosto sujo pelo líquido escarlate.

— Aquela mulher... Eu tirei a vida dela. — Arisu falou quase sussurrando.

— Todos fomos obrigados a jogar, nada foi sua culpa. — A garota respondeu.

— E se fosse pra se culpar, lembre que sem mim você não zeraria, então a gente compartilharia dessa culpa. — Bati minha destra no ombro dele tentando conforta-lo.

Vi o moreno sorrir bem sutilmente parecia mais leve.

— Ninguém tem culpa de nada — A mulher disse.

— Qual o motivo de tudo isso? — O moreno parecia confuso.

Me levantei devagar sabendo que logo eu teria que seguir meu caminho.

— Eu também queria saber, mas pode ter certeza que eu faria de tudo só para garantir minha sobrevivência. — Respondeu a moça, indo embora em seguida.

Depois de um breve silêncio eu iria abrir minha boca para falar algo, portanto fui interrompido com o loiro de branco saindo da sala, pra mim ele já tinha ido embora, não esperava aquilo, o susto foi tão grande que dei um golpe de judô no garoto, o derrubando no chão.

— Mas que? — O de branco me encarou quase me acertando com o negócio de choque.

— Oh, desculpa. Você me assustou. — Sorri sem jeito.

Ajudei ele a levantar encarando-o com um pouco de atenção, tentei pegar algum detalhe diferente nele, mas nada tinha, nada além do olhar superior que ele mirava para cima de todos. Ignorando ele me virei para Arisu e o vi me olhando, abri a boca outra vez pensando em perguntar se eu poderia  acompanhá-lo depois disso, queria entender mais desse lugar, e ele parecia ser inteligente. Porém fechei ela e sorri pequeno, não devia fazer isso, eu posso me virar sozinho, e mais uma coisa, aquele loiro amigo dele não iria gostar tenho quase certeza.

— Obrigado Arisu, por me ajudar aqui.

Sem esperar uma resposta me jogo pela sacada agarrando no cano deslizando até embaixo, escutei um grito assustado do moreno, olhei pra cima e vi ele me olhando lá de cima, ri baixinho percebendo a preocupação dele. Sabia que eu devia me limpar urgentemente, já estava ficando agoniado, chegando no chão firme olhei e por onde eu passei um vestígio de sangue ficou. Levei minha mão esquerda para o cantinho de meus lábios sentindo uma ardência.

— Que bela bosta. — Reclamei em voz alta.

Olhei envolta pensando para aonde eu iria agora, a cidade estava um breu, olhei para saida do edifício quando ouvi passos. Era apenas aquele homem alto e meio careca, suspirei vendo ele ir rumo a algum lugar, bom pelo menos ele tem um destino certo, diferente de mim.

— Ei! — Gritei pro cara gigante.

Resolvi arriscar fazer algumas perguntas simples pra ele, mesmo percebendo que ele não era muito simpático, e isso ficou bem aparente no instante que ele me encarou de forma rude, não é possível que ninguém desse lugar é pelo menos um pouco amigável.

Kenai in borderland Where stories live. Discover now