Ela era diferente sim, mas isso não significava que era uma aberração. Longe disso. Infelizmente, Alice sabia das coisas que falavam sobre sua irmã, dos apelidos horríveis pelos quais a chamavam. As pessoas podem ser muito cruéis com o que parece ser diferente ou estranho, seja por medo, inveja ou raiva.

Mas sua família também não era um exemplo de gentileza.

Elas ficaram abraçadas até Laila bocejar. Já estava muito tarde e ambas haviam passado da hora de dormir.

- Melhor a gente ir dormir. - Alice diz e Laila apenas concorda.

Assim que Laila se cobriu, Alice se levantou e começou a caminhar em direção a porta, até ouvir sua irmã chamá-la com a voz baixa:

- Você pode cantar para mim, por favor?

Ela não precisava se virar para ouviu a súplica na voz da irmã.

- Não acha que estamos um pouco velhas para isso?- ela sabia a que música sua irmã se referia. E realmente achava que já estavam um pouco "grandes" pra ela.

- Por favor, Ali- Laila estava praticamente implorando.

Alice bufou e revirou os olhos com a situação, mesmo assim, ela foi até Laila, se sentou na ponta da cama e começou a cantar:

- Existe um lugar onde apenas os sonhadores podem encontrar;
Se os olhos você fechar e se permitir sonhar;
Você verá a Árvore Das Almas, em uma ilha no meio do mar;
De um lado o Sol vai brilhar, do outro tem as estrelas à cintilar;
Tome cuidado para a ela não se apegar;
E mesmo quando você acorda no seu coração a árvore ainda vai estar.

Quando olhou para Laila percebeu que a mesma já estava dormindo.
Não precisava perguntar qual era a música que ela queria, essa era a música que sua mãe cantava para ela e seus irmãos, desde que conseguia se lembrar. E essa canção sempre conseguiu acalmá-los, quando nada mais parecia funcionar.

Alice murmurou um boa noite para Laila, então foi até a porta e em direção ao próprio quarto.

Tinha alguma coisa errada

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Tinha alguma coisa errada.

Ela sabia que estava sonhando, tudo se repetiu.
Primeiro, tudo o que via era apenas um vazio, escuro e acolhedor, e lentamente, o escuro foi substituído por uma luz assustadora, não era uma luz qualquer. Era fogo.

Diferente de seus outros sonhos, em que nunca conseguia ver nada com clareza e tudo o que fazia era chorar, dessa vez era ela própria olhando tudo. Como se fosse apenas uma espectadora de seu próprio sonho.

Laila estava em um quarto simples, que só possuía espaço para uma cama e um pequeno berço, os pisos de madeira eram tomados rapidamente pelas chamas, porém não era o fogo se aproximando que a assutava e sim, a pequena criaturinha chorosa no berço.

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