- Tudo bem - Marcelo concordou

- Gabriel Narrando -

Se passou 1 semana desde a minha alta e só hoje fui liberado para vir ao hospital visitar a Lara, ao mesmo tempo que eu queria vê-la sentia medo do que estaria na minha frente. Ao chegar no hospital encontrei com o Guilherme e o Felipe, eles informaram que os meus sogros foram na bisavó da Lara levar o Davi mas em breve estarão de volta.

- O seu avô me deu uma licença - Guilherme falou de repente e olhei pra ele, o mesmo estava com os olhos inchados de choro - Disse que eu posso voltar quando me sentir bem

- É o certo - falei e ele assentiu

- Mas voltei hoje - falou e eu fiquei surpreso - Preciso manter a minha cabeça ocupada

- Também sou assim - falei e um toque de celular se fez presente

- É a sua mãe - Felipe falou olhando pro filho - Ontem ela veio aqui e eu fiquei de dar notícias. Quer falar?

- Dispenso - Guilherme negou e o Felipe saiu da sala

- Algum problema? - perguntei e ele deu de ombros

- Digamos que pra eu manter uma boa relação com a minha mãe é melhor ficarmos afastados - falou e eu fiquei surpreso - Nos encontramos de vez em quando e conversamos as vezes, é melhor assim

- Complicado - falei e peguei meu celular - Porém é o necessário em alguns casos

- Me colocaram com o Andrade - falou de repente e eu tirei os olhos do celular olhando pra ele - Como você está de licença me colocaram com ele

- O que está achando? - perguntei curioso mas eu já imaginava a resposta

- Estou sentindo a sua falta - falou simples - Ele é um demônio - completou e eu ri baixo

- É sim - concordei - Mas é um excelente professor, foi ele que me treinou e eu aprendi muita coisa com ele

- Pensei que tivesse sido treinado pelo seu avô - falou confuso

- Também - dei de ombros - Ele é o meu mentor e me socorre quando preciso porém quando iniciei o meu estágio fiquei com o Andrade - dei uma pausa - Já viu o meu avô com estagiário?

- Ele não tem - falou pensativo

- Pois é, ele quis que eu tivesse toda experiência que um estagiário comum e eu rodei o escritório todo até parar em definitivo na área que sempre quis - contei - E o Andrade me treinou

- Agora entendi como aprendeu a torturar estagiários - falou e arregalou os olhos quando se deu conta que falou em voz alta

- Eu pego leve - falei e ele negou com a cabeça

- Não, não pega - rebateu e eu arqueei a sobrancelha

- Então sai do escritório - falei simples - Não aguenta a pressão? Sai - dei uma pausa - Só que quando um promotor acabar com a sua raça em um tribunal você não pode reclamar

- Melhor eu ficar - falou e eu ri fraco

- Com licença - uma enfermeira falou - Vocês podem ir lá

- Finalmente - me levantei rápido mas arrependi pela pontada no abdômen - Não vem? - perguntei olhando pro Guilherme que não tinha nem se mexido

- Ah, eu não quero vê-la assim - falou baixo - Eu não consigo

- Tá bom - balancei a cabeça - Vai pensando em uma defesa pra um cliente que está sendo acusado de ter mantido a esposa em cárcere privado, ter estuprado e a torturado - dei uma pausa - Mas ele alega e possui provas que ela nunca esteve presa, ao contrário, ela podia ir e vir, tinha acesso a telefone e internet, e pra fechar ainda recebia visita da família

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