O Thor tem um filho.. Repeti para mim mesma, para minha mente. O Vingador tem um filho, caralho.. Eu tô em choque extremo! Será que ele sabia?

Vargas: Um moleque mais novo que o Jorginho, coisa de um mês se pá.. Não sei direito não. - Eu balancei minha cabeça desacreditada. - A mãe do moleque veio aí de manhã.. Pediu pra te ver mas tu tava lá no Vidigal e aí eu pedi pra ela vir outra hora.

Carmem: Meu Deus.. eu não sei nem o que dizer. Caralho, eu tô completamente em choque Vargas. - Abri meus braços gesticulando com as mãos. - E o que ela queria comigo? Ela falou?

Vargas: Não sei não, pô.. Só sei te dizer que o Thor sabia, a mulher disse que ele falou de tu pra ela e que ela queria falar contigo. - Assenti curiosa e em choque.. - Ela tava bem abalada pô, disse que não sabia que o Thor tá morto.. Que procurou por ele pela Penha e algum morador informou da morte dele.

Carmem: Sabe quando ela vem? Endereço? Telefone? Qualquer coisa.. - Ele negou. - Então preciso que tu descubra isso, agora. Eu vou achar o Pedaço, pedir pra ele ficar com o Jorge até amanhã e vou encontrar com ela.

Vargas: Opa, pera aí, pô.. - Se levantou e negou. - Eu vou achar ela e trago ela aqui, beleza? Tu não vai sair encontrar uma estranha, a gente nem sabe se esse papo dela é verídico ainda.

Eu me levantei concordando, meio atordoada e abalada, confesso. O Thor morreu e tem um filho.. Um que ele sabia que iria ter e que não conheceu. Agora pensando um pouco, tudo faz sentido, o Thor estava muito feliz com a chegada do Jorge e agora eu sei o porque.. Não era sobre o meu filho. Era sobre o filho dele. Tudo.

Carmem: Vargas, - Chamei ele que já estava saindo em direção a porta. - Tenta.. Pede pra ela trazer o bebê, por favor, se puder..

Vargas: Tranquilo.. Tu quer uma carona? - Assenti e ele balançou a cabeça. - Bora lá, pô.

****

Desci da moto do Vargas puxando o cós da minha calça para cima, ajeitando a calça. O Vargas acelerou e saiu pilotando pela rua. Eu levantei a cabeça olhando pela praça movimentada e logo para a sorveteria, procurando meu filho e o pai dele.

Andei um pouco até a entrada da sorveteria e observei as mesas espalhadas, a maioria vazia. Logo reparei no tatuado com a camisa jogada no ombro, balançando o bebê conforto em cima da mesa. Subi os três degraus e caminhei pela sorveteria, acenando para a atendente quando ela sorriu pra mim. Dei a volta em uma das mesas e parei atrás do Pedaço, por um momento me passou na cabeça a ideia de dar um susto nele.. Então eu me aproximei bem devagar e abaixei um pouco a cabeça, inclinando ela eu gemi em um sussurro no ouvido dele. Ele deu um pulo na cadeira e agarrou firme no bebê conforto do Jorge.

Carmem: Tá devendo, Anderson? - Perguntei rindo, andando para o lado.

Pedaço: Qual foi caralho? Tá maluca, pô? Que isso.. - Negou soltando o bebê conforto e esticando a mão até a cadeira do lado dele.

Ele puxou a cadeira para trás e um pouco mais para perto dele, apontando com a cabeça para mim sentar. Eu ainda rindo balancei a cabeça fazendo cara de nojo e sentei na cadeira.

Pedaço: Que ideia de maluca é essa de ficar gemendo no ouvido dos outros? - Perguntou e eu balancei os ombros. - Estrelinha, Estrelinha..

Ignorei o tom de voz claramente malicioso e a risada dele, e parei olhando meu filho cochilar. Sorri vendo a boca pequenininha aberta se mexer e ele respirar fundo.. O Jorge é lindo! Completamente lindo!

Pedaço: Quer açaí? - Perguntou roubando minha atenção e eu passei os olhos pela mão dele estendida. - Só ofereço uma vez, pô.

Carmem: Quero. - Respondi erguendo a mão e pegando a colher dentro do copo cheio, peguei um pouco do açaí e um dos pedaço de morango, colocando tudo na minha boca. Devolvendo a colher logo em seguida.

Pedaço: O que tu quer, Estrelinha? - Perguntou pegando um pouco do açaí, falando comigo antes de colocar tudo na boca.

Carmem: Vim ver o meu filho. Me certificar que ele tá sendo bem cuidado, né. - Respondi sorrindo e ele me olhou sério oferecendo o açaí de novo. - Ah, eu tô brincando cara.

Pedaço: Tu anda tão engraçadinha, vou te fazer chorar de novo. - Encarei ele totalmente incrédula. - Coé, tô brincando.

Ignorei a brincadeira totalmente idiota dele e peguei o copo de açaí, ouvindo ele me xingar baixinho. Então comecei a fingir que ele não existe, porque sinceramente, ele consegue me estressar muito fácil e eu só quero paz.

Pedaço: Tu vai fazer o que amanhã, Estrelinha? Coisa grande? - Perguntou puxando assunto.

Carmem: Nada. Porque eu faria algo amanhã? - Perguntei com deboche virando a cabeça para olhar pra ele.

Pedaço: Ótimo, pô. Então tu se arruma que vai sair comigo, quero tu bem arrumadinha.. Daquele jeitão que tu sabe bem. - Avisou e eu ri revirando os olhos. - Jorginho vai ficar com teu pai. Avisa ele.

Carmem: Tenho compromissos mais importantes. - Disse calma balançando o copo.

Pedaço: Comigo mermo. - Deu um tapa pesado na minha perna, me dando um susto e sorrindo. - Te busco meia noite.

Carmem: Não vou, não tenho roupa. - Ele riu e apertou minha coxa muito de leve, eu olhei feio para ele que apenas me ignorou.

Pedaço: Coé, tenho problema nenhum em te ver sem roupa. Até prefiro, pô, tu sabe bem.

Bati na mão dele e ele afastou ela, rindo e me olhando com atenção. Eu bufei irritada e ele franziu a testa curioso.

Carmem: Você é um safado, sem vergonha alguma. - Ele sorriu de lado. - Nem pense em aparecer lá em casa, sério, tu vai ficar plantado lá na frente!

Pedaço: Não esquece, pô, meia noite.. - Disse de novo e eu bufei.

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