#𝟎𝟎𝟔 𝐃𝐈𝐄 𝐘𝐎𝐔𝐍𝐆

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─ Uma família jantando normalmente não me parece assustador, Harry. Stephen King nunca escreveu sobre, então não é macabro o suficiente.

─ O que tem de normal na minha família? Não aja como se já não conhecesse-os. Minha mãe estava falando sobre os preços dos legumes e não sobre como meu pai é um cuzão por ter traído ela com a secretária, ou como a mulher dele é uma vagabunda, ou como eu nunca visito ela porque estou sempre com algum cara. O que pode ser normal no meio de toda essa loucura, eu te pergunto. E minha irmã? Não reclamou daquele relacionamento infeliz dela nenhuma vez, nem fez comentários sobre eu ser um depravado.

─ Contou pra ela do bombeiro do bairro? Talvez ela te ache depravado o suficiente depois de saber o que vocês fizeram.

─ Não tem graça! ─ o taco o travesseiro que antes estava na minha cabeça e ele chia de dor, logo pegando do chão e me atacando também.

Me levanto da cama pegando o outro travesseiro que nela estava e começamos uma guerra. Quando eu consigo pegar os dois travesseiros e começo bater na cabeça dele repetidamente até que algumas penas voem, ele grita:

─ Trégua, trégua, trégua. ─ toda essa guerra foi um lembrete que eu preciso fazer mais exercícios físicos, já que consigo sentir meu pulmão arder pela falta de ar.

  Me sento na cama novamente tentando regular a minha respiração. Enquanto isso, Niall se ergue aos poucos do chão, ainda com as mãos em cima da cabeça, preparado para um golpe que nunca vem. Dou risada da sua pose de defesa e ele também ri quando se aproxima da cama e fica de pé na minha frente.

─ Bom menino, bom menino. ─ ele debocha passando a mão no meu cabelo e eu dou um tapa na sua mão, afastando-a de mim enquanto reviro os olhos ─ Você tá muito bravo, Harryzinho, por Deus. Sabe o que todo esse seu estresse pede? Muito álcool e música ruim de balada. Já é sexta, para que esperarmos até o final de semana?

  Beber até esquecer meu nome e meus problemas. Me animo de imediato com a ideia..

─ Só vou trocar de roupa.

  Ignoro a dança comemorativa que Niall faz ás minhas costas enquanto passo os olhos pelo meu guarda-roupas. Não importa o quanto eu faça compras compulsivamente, estourando os cartões que não tenho dinheiro para pagar, sempre que preciso meu armário não parece ter uma opção boa para a noite.

  Penso que poderia ser uma boa ideia se nós estivéssemos nos arrumando na casa do meu amigo. Niall sempre se veste como um cafetão e eu estou sempre como o amigo gay do cafetão. Sou tirado dos meus pensamentos pelo meu nome sendo chamado.

─ Hm? ─ murmuro.

─ Qual foi a última vez que lavou o cabelo? Minha mão tá oleosa até agora.

Me viro chocado e ele aperta os lábios.

─ Do que você tá falando? Eu lavei meu cabelo hoje!

─ Não sei não... Lava melhor esse sebinho, amigo.

Quando percebi a provocação escancarada, meu rosto de surpresa se tornou em um raivoso e eu o atirei a primeira coisa que vi na minha frente.

─ Sebinho é esse seu pau, seu idiota.

Fui jogando tudo que via pela frente até ele estar encolhido na cama, tentando se proteger com os braços e pernas enquanto ria escandalosamente.

─ Ai, ai ai!

─ Você está olhando pro seu próprio reflexo desde que saímos da sua casa, Harry. Aconteceu alguma coisa ou é só o seu narcisismo.

𝐀𝐅𝐄𝐓𝐑𝐎𝐏𝐈𝐀 ── larry stylinson.Onde histórias criam vida. Descubra agora