Regulus foi mais gentil. Ele provavelmente teria permitido o desejo de Harry à distância sem nunca mencioná-lo. Tom não era Grindelwald, e Harry não acreditava que Tom o machucaria fisicamente, se almas gêmeas pudessem se machucar dessa maneira, mas Tom era um Lorde das Trevas e, na experiência de Harry, os Lordes das Trevas tinham uma paciência muito fraca.

- Tom!- Regulus sibilou do outro lado da sala. Ele obviamente não esperava que esse problema fosse resolvido aqui e agora. Pelo menos, Harry poderia se confortar em saber que Regulus não fazia parte dessa emboscada.

Harry apertou a mandíbula e desviou o olhar, incapaz de manter o de Tom.

- Porque achei muito interessante...sua escolha de companhia ontem à noite. Ele tinha uma certa...digamos...familiaridade, para dizer o mínimo.- Tom continuou como se estivesse falando sobre o tempo e não sobre o fato de que o amante de Harry tinha uma semelhança óbvia com Regulus. Sua capacidade de permanecer calmo e controlado, apesar do que estava fazendo com Harry, doía tanto quanto irritava.

Harry se levantou, derrubando a cadeira enquanto se virava e olhava para Tom. Tom não tinha o direito de fazer isso. Regulus era tanto de Harry quanto de Tom, e Harry os havia deixado em paz, ainda os estava deixando em paz. Tom foi quem escolheu trazer o assunto à tona. Tom era quem cutucava e atacava.

Harry estava simplesmente fazendo o melhor que podia para construir uma vida e sobreviver sem eles. Não havia muitas coisas na vida de Harry que lhe trouxessem alegria ou o deixassem feliz. Nada poderia curar a dor da rejeição de suas almas gêmeas, mas houve breves momentos de alívio. Havia algumas pessoas que Harry tinha que ajudaram. Tom simplesmente não podia deixá-lo ficar com isso por algum motivo.

Em seguida, Tom tentaria tirar Sirius dele. Se Tom fez Sirius escolher entre vê-lo ou Regulus, isso aterrorizou Harry ao considerar a possibilidade.

A própria magia de Harry avançou para encontrar a do Lorde das Trevas. Sua aura fraca era visível para Harry enquanto girava em torno de Tom, verde como a maldição da morte contra o breu de Tom. Ele se perguntou se Tom também podia ver, sabia que provavelmente podia.

Tom era poderoso demais para não perceber. Harry se perguntou se Tom notaria como a magia deles se misturava. Parecia que sim quando os olhos de Tom piscaram brevemente para uma mecha de sua aura escura se estendendo e se entrelaçando com a de Harry como se recebesse o toque de um amante.

Harry queria afastar sua magia tanto quanto queria se inclinar para ela, deixar Tom puxá-lo para baixo e consumi-lo.

Em vez disso, Harry rosnou.

- Quem eu transo não tem nada a ver com você!

Tom empurrou-se de onde estava encostado em sua mesa e deu um passo em direção a Harry. Cada parte de seu corpo parecia um predador, pronto para atacar.

- Discordo. Minha alma gêmea tem tudo a ver comigo.

Harry rosnou novamente, e a poltrona no chão entre eles que ele estava sentado mais cedo voou contra a parede. Seu temperamento sempre foi um problema. A fachada calma perpétua de Tom, mesmo que sua magia negra rodopiante provasse o contrário, deixou Harry louco. Ele queria que Tom reagisse, queria que Tom perdesse o controle mesmo que um pouco. Mesmo que fosse um ataque de raiva.

Regulus estava de pé e entre eles no segundo seguinte, sua mão no peito de Harry, a outra no de Tom enquanto eles se encaravam com olhos que queimavam.

- Parem com isso! Vocês dois! Do que se trata? Estamos aqui para falar sobre quem está nos ameaçando. Não sobre...seja lá o que for!

- Seja lá o que for?- Tom repetiu com a voz sedosa e tranquila, sem tirar os olhos de Harry.- Como se não fosse óbvio. Não acredito que demorei tanto para ver. Ele está apaixonado por você.

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