𝟎𝟒 | 𝐃𝐔𝐑𝐌𝐀 𝐁𝐄𝐌

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— Hã? — franzo o cenho.

Pelo amor de Deus, Richarlison, volta pra realidade e pare de viajar na maionese.

— Você 'tá parado aí faz mó cota e não apertou o botão — ela informa com um sorriso gentil, porém desconfiado, apontando para os botões dos pavimentos. — Qual é o andar?

— Ah sim.

Respondo sua pergunta apertando o número quatro e esfregando os olhos para conseguir limpar minha mente e filtrar meus pensamentos.

Imaginar essa mulher nua, fritou o pouco de miolo que eu tenho aqui dentro.

Para de pensar nela assim, caralho!

Ela vai dormir no meu quarto, porra. Não posso agir que nem um maluco.

A ida até o quarto foi um silêncio total. Estou numa briga interna tentando controlar minha cabeça sem noção enquanto Julia está verificando alguma coisa no celular que eu não presto atenção.

Abro a porta do meu quarto e por educação, deixo a morena entrar primeiro.

— Não repara na bagunça — digo quando fecho a porta. — Não sou organizado.

Ela passeia pelo lugar, olhando ao redor com curiosidade. Estudando bem onde vai dormir ou até mesmo algumas das minhas roupas jogadas numa pilha perto da mala.

Meu Deus, que não tenha nenhuma cueca à mostra.

— Achei aconchegante até — ela diz, me olhando com simpatia, mas logo descendo o olhar por si mesma. — Mas preciso de uma roupa. Não posso dormir com esse vestido, ele é desconfortável.

— A gente devia ter passado no seu quarto primeiro, né?

— Não seria uma boa ideia, meu namorado é doente e pode interrogar minha irmã até ela dizer pra onde fui — ela informa descansando as mãos na cintura e olhando para minha mala. — Vou ter que improvisar. Me empresta uma camisa sua e... uma bermuda também. Acho que serve.

— Vai usar minhas roupas?

— 'Tô sendo abusiva demais?

— Não — nego de imediato. — Não é isso. Mas é que... sei lá. É estranho. A gente mal se conhece e você vai, tipo, dormir comigo e usar minhas roupas.

— Falando assim parece até que a gente vai transar — ela brinca com a merda de um sorrisinho malicioso que me faz viajar de novo nas ideias. — E foi você que me ofereceu ajuda.

Eu não devia ter oferecido ajuda porque agora eu me encontro num grande conflito interno.

Meu coração é frágil e mulher bonita mexe com meu coração.

Estou só aquela música do Seu Jorge. Eu pego, não pego, eu pego, não pego, não.

E definitivamente não vou pegar.

Areia demais e filha do meu técnico.

E tem namorado, porra. Tenho que parar de pensar na possibilidade.

— E então? — ela pergunta de novo, insistindo já que eu havia mais uma vez deixado meus pensamentos idiotas me dominarem.

— Ah — assinto, logo caminhando até a mala e caçando uma camisa e uma bermuda. — Não trouxe muitas roupas porque vou usar a maioria da Seleção. O que eu tenho é isso aqui.

Estendo uma camiseta da nike cinza e uma bermuda preta qualquer que eu achei ali por cima.

— Posso usar seu banheiro? — ela pergunta e eu, claramente, não irei negar.

MAGNATA ━ richarlison (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora