- Nós dois gostamos de pernas muito longas - se referiu a Helaena e seus insetos. - E de cachos bem definidos! - se referiu a Aemond com Alec.

Aemond iria retrucar, mas seu irmão já havia saído atrás da moça.

- Aegon... - se cansou.

O platinado voltou seus olhos para o local atrás de uma única pessoa, não o encontrando, ele seguiu caminho.

Alecsander sentiu a brisa bater contra seus cachos, sentiu o silêncio e a areia da praia contra suas botas.

As ondas batendo contra as pedras e a lua sorrindo para a noite.

Ele ouviu os rugidos de Vaghar ao longe e quase sorriu por sua mãe tê-lo deixado vir em Drake.

Quase.

Seus dedos ainda rodopiavam a adaga que fora de seu pai, o adorno no cabo deixando uma sensação familiar.

Sor. Harwin havia pego aquela adaga antes dele, tinha se responsabilizado e cuidado com sua vida.

Era conexão e confiança.

E agora, Alec a tinha entre seus dedos como uma forma de lembrá-lo: Seja forte!

A adaga parou de rodopiar quando o Targaryen ouviu passos se aproximando, era quase impossível de perceber por conta da areia amortecendo as pegadas.

Mas Harwin o ensinou o truque da concentração.

"Ache seus inimigos antes que eles achem você!"

O truque sensorial era bom em muitos aspectos.

- Crianças deveriam estar na cama - disse Aemond.

- Sou apenas dois anos mais novo que você, platinado estúpido - respondeu Alec sem levantar ou se virar, não era necessário.

Confiança.

- Quanta audácia - se sentou ao seu lado. -, para um rato.

- Tô começando a achar que você tem uma queda por mim e não sabe dizer - brincou.

Aemond ficou ainda mais pálido do que o normal.

O maldito rato era atrevido.

- Não fui eu que fiquei vermelho com a nossa rápida aproximadade no dia do festival - rebateu.

Alec sentiu a língua enrolar e o tom carmesim voltou as suas bochechas tão rápido quanto Drake.

Conexão.

- Eu prefiro morrer ao ter uma queda por você! - respondeu não o olhando.

- É mesmo? - brincou Aemond e Alec pôde ouvir uma risadinha de diversão ao seu lado.

- É, é mesmo! - repetiu voltando seu olhar para o platinado. - O que é tão engraçado?

- Se for mentir, faça isso olhando diretamente nos meus olhos - respondeu.

- Se é assim que quer, que assim seja - retrucou virando-se completamente para Aemond.

Alec se aproximou e Aemond tornou a olhá-lo sentindo a respiração do garoto em sua bochecha.

- Eu... - começou Alecsander, seus olhares se fixando um no outro. - te... - o platinado viu a diversão dele a cada palavra. - odeio!

- É mútuo - respondeu e no outro segundo seus lábios foram esmagados pelos os de Alec.

Uma corrente elétrica percorreu o corpo dos dois, e Aemond travou em surpresa pelo o ato inesperado.

Alec se afastou, seus pensamentos confusos e suas mãos tremendo. Percebendo o que havia feito no impulso, ele levantou.

- Perdão, eu não deveria... - tentou procurar as palavras freneticamente. - Foi um impulso!

- Alec! - pronunciou. - Tudo bem, eu entendo. Você está de luto, é normal algo fora do planejado acontecer.

- Não, sério! Eu não sabia o que estava fazendo, me desculpe. Tio! - deu um passo para trás.

Aemond segurou seu pulso o puxando para baixo antes que conseguisse se afastar mais, Alecsander caiu de joelhos ao seu lado.

O platinado foi rápido em colar seus lábios em um segundo pequeno beijo mais calmo.

Conexão e confiança.

Não era nada malicioso, apenas um singelo selinho entre dois adolescentes rivais e confusos.

O que era irônico de certa forma, o beijo era simples e seus corações e mentes eram fodidamente complexos.

Ambos sabiam que aquilo era errado, não por serem garotos, mas sim por serem inimigos. Suas mães enlouqueceriam se chegassem a descobrir.

Mas tudo parecia ser tão certo, tão dócil, tão comum e radiante.

Tão imperfeito de uma maneira perfeita.

O preto e verde formando-se no azul.

Seus lábios se separaram e suas testas estavam uma contra a outra, os conectando.

Nada disseram até então, apenas os olhos fechados escutando o barulho calmo do mar.

Seria o silêncio ideal se não fosse por Vaghar fazendo um som estridente, outro rugido.

- Eu deveria ir... - sussurrou Alecsander se afastando.

Aemond coçou a garganta em nervosismo e timidez.

- É, você deveria - respondeu. - Eu irei logo depois - o platinado precisava fazer algo antes.

- Ok... - disse baixinho e deu um leve aceno, se retirando em seguida. Estava tão tímido quanto o outro.

O mais velho deixou um leve sorrisinho crescer em seus lábios, aproveitou a coragem que estava tendo e seguiu para o seu destino.

Vaghar.

𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓𝐌𝐀𝐑𝐄 ✦ ʜᴏᴜsᴇ ᴏғ ᴛʜᴇ ᴅʀᴀɢᴏɴKde žijí příběhy. Začni objevovat