S/n- Ok, vamos até a cozinha - Limpei novamente meu rosto e o policial me seguiu.

P- Você tem algum tipo de contato com Robin Arellano ou um dos outros garotos desaparecidos?

S/n- Gryffin era um antigo amigo, Billy um amigo um pouco próximo, Bruce era colega de classe e Robin... É meu namorado - Dei uma pequena pausa quando lembrei do Robin.

P- Bom, você poderia me descrever em detalhes se o viu hoje e quando foi a última vez?

S/n- Sim, eu e ele voltamos para casa hoje.

P- Sozinhos?

S/n- Sim, sempre voltamos sozinhos.

P- E não tinha nada de estranho?

S/n- Não, ele foi pegar um vaso que tava no chão e eu acabei indo... - Comecei a balançar a minha perna ansiosa.

P- Você acha que teria alguém que queria machucar o Robin?

S/n- Robin se metia em muitas brigas, o que mais tem é gente querendo bater nele.

P- Que horas eram quando você estava na frente da casa dele?

S/n- Onze e cinquenta.

P- Depois disso você não ouviu nenhum grito, barulho ou algo estranho? As casas são próximas e os vizinhos disseram que tinham ouvido um grito - Depois de vagar pela minha mente eu lembrei do grito, aquele que eu achei que era coisa da minha cabeça.

S/n- Eu ouvi um grito.

P- Ouviu?

S/n- Sim, eu estava de fone e não tinha escutado muito nitidamente, achei que era coisa da minha cabeça quando virei para trás e vi...

P- Viu o que?

S/n- A van - Minha mente se abriu e eu lembrei daquela Van.

P- Que van?

S/n- Uma van preta, eu a vi pela primeira vez no dia que o Billy desapareceu bem próximo ao horário, hoje quando escutei o grito virei para trás e só a vi ela passando por mim.

P- Você se lembra da placa ou pode descrever quem estava dirigindo?

S/n- Não, a única coisa que me recordo era de que o homem que dirigia tinha a cara pintada - Meu olhos começaram a lacrimejar novamente - Foi culpa minha, o grito foi dele e aquela van o pegou. - Disse começando a chorar.

P- Provavelmente, essa foi a informação mais útil que coletamos até agora.- Ele viu meu rosto ficar molhado - Não chore menina, não sabemos ainda oque houve com nenhum deles. - Limpei meus olhos e fiquei quieta.

S/n- Seu. Policial por favor, me diz que vão encontrar o Robin.

P- Nós vamos tentar, não tem só ele de desaparecido e quem está fazendo isso não deixa nenhum rastro a não ser os... - Ele parou de falar, provavelmente porque não podia falar a informação.

S/n- Os balões pretos, sim eu sei.

P- Como?

S/n- Sabendo... Tinha na casa do Robin?

P- Sim. - Ele respirou fundo e viu Vance resmungar no sofá - O que ouve com o seu irmão?

S/n- Acidente de carro.

P- Uma pena, melhoras pra ele - Ele pegou seu bloquinho e sua caneta - Ele viu algo?

S/n- Não, Vance ganhou alta do hospital hoje e se tivesse visto ou ouvido algo teria me falado.

P- E seus pais?

S/n- Minha mãe é enfermeira, ela chegou junto com o Vance até porque foi ela quem o trouxe.

P- Ok, isso tudo é bastante - Ele se levantou - Sinto muito senhorita?

S/n- S/n.

P- Senhorita S/n, sei como é perder alguém que amamos muito. - Fomos caminhando até a porta - Qualquer coisa que lembrar, ouvir ou descobrir me liga - O policial me entregou um cartão com o seu número.

S/n- Tudo bem - Ele foi indo mas eu o segurei pelo braço - Por favor, me promete que vão encontra-lo.

P- Querida, eu não posso prometer isso.

S/n- Por favor - Deixei lágrimas escorrem novamente pelo meu rosto e o mesmo me olhou triste.

P- Eu irei fazer o possível e o impossível para trazê-lo de volta.

S/n- Obrigado.

P- Não diga isso, quando ele estiver aqui com você aí sim me agradeça.

S/n- Ok.

P- Tchau.

S/n- Tchau - Fechei a porta e fui andando em direção ao meu quarto.

Vance- O que ele disse?

S/n- Que vão tentar acha-lo.

Vance- Não tem nenhuma pista?

S/n- Não - Entrei no meu quarto e tranquei a porta. Tudo que eu preciso agora é de um tempo sozinha, isso tudo é muito para mim, é muito para uma pessoa só.

Fui até a minha cama e peguei o ursinho que Robin tinha me dado no dia em que fomos no parque, o polvo vermelho.

S/n- Eu te amo - Falei abraçando o polvo e lembrando dele, novamente meus olhos  juntaram água e eu começei a chorar sem parar.

Robin era uma das pessoas mais importantes da minha vida e agora o tiraram de mim, igual sempre fazem. Ele não merece isso e nem eu. Nenhum dos garotos merece isso e essa investigação de merda da polícia não vai resultar em nada.

Olhei para a minha escrivaninha e vi um porta retratos, nele tinha uma foto minha e de Robin juntos, minha indignação subiu e de raiva eu peguei o abajur e taquei na parede com toda a força que tinha.

S/n- Volta pra mim, por favor... - Segurei a foto na mão e acariciei o rosto de Robin sorrindo. - Você não pode me deixar, não pode - Olhei para o chão e vi aquelas cacos - Eu te amo tanto e não vou suportar saber que nunca mais irei escutar a sua voz. - Peguei um dos cacos e coloquei no meu outro braço que não estava enfaixado. Robin me fez prometer que não ia mais fazer aquilo, e cá estava eu, quebrando a promessa e me cortando novamente.

Os cacos eram grossos e tinham pontas afiadas, com que fez eu cortar meus pulsos e o antebraço com cortes profundos e rápidos.

S/n- Não me deixa... - Fui até o banheiro e entrei na banheira segurando o polvo e o caco - Eu não consigo suportar a dor de não ter você aqui comigo. Então, por favor Robin, não me deixe. - A cada palavra que eu dizia, minha mão empurrava o caco cada vez mais fundo no meu braço, até que de repente tudo começou a ficar escuro e eu apaguei, com o rosto molhado de lágrimas, as roupas e o banheiro cheios de sangue e o coração partido.

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1600 palavras e eu estou aqui chorando enquanto escrevo.

Não me matem por favor, já existem muitos defuntos aqui.

Beijos da Titi e até o próximo capítulo.

Querido Robin | Robin Arellano Where stories live. Discover now