𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓𝐌𝐀𝐑𝐄 ✦ ʜᴏᴜsᴇ ᴏғ ᴛʜᴇ ᴅʀᴀɢᴏɴ

Capítulo 5

- Parem seus fedelhos de merda! - gritou outra vez o homem.

- Fedelhos? - repetiu Aemond indignado.

- Você briga depois, vem! - e correu, o platinado ao seu lado.

Eles correram lado a lado, passando por entre as pessoas. Aemond, mesmo na correria, pôde ver o sorrisinho divertido nos lábios do mais novo.

Ele estava adorando.

- Pra onde? - perguntou o platinado quando já tiveram passado pelas as pessoas.

Tentando acompanhar o outro, Alec era rápido.

- Esquerda - respondeu.

- Por quê?

- Tem beco na lateral, vai nos esconder - voltou a dizer. - Agora corre mais rápido!

- Fácil falar! - gritou.

Alec teve a liberdade de olhar para trás, e agora já não bastava um perseguidor, eram três.

- Merda! - sussurrou.

O garoto notou o corredor a esquerda, era a hora. Deixou que Aemond o alcançasse e derrubou alguns barris.

- Você é louco? - perguntou o platinado.

- Só quando estou sem saída - respondeu puxando a mão do mais velho e entrando no beco.

- Eu nunc-

Foi interrompido por Alec pondo a mão em sua boca e pedindo silêncio. Ele se inclinou para espiar se vinha alguém.

Tão ocupado olhando que não percebeu que o garoto platinado parecia ter uma crise existencial.

O que ele estava fazendo junto ao filho de sua irmã?

Isso quebrava todos os protocolos, todas as regras que sua mãe havia posto para seus filhos.

Fique longe de Rhaenyra, fique longe dos filhos dela. Se ela chegar ao trono, todos nós vamos morrer.

"Ela iria arrancar nossas cabeças sem pensar duas vezes."

Aemond olhou para Alec, retirando a mão de sua boca. O mais o novo devolveu o olhar, confuso.

- Tudo bem? - perguntou em sussurro.

Não - pensou.

O platinado o encarava, cada traço e cada cachinho bagunçado em sua testa.

Se Rhaenyra ocupasse o trono de ferro e chegasse a morrer, Alec iria ocupar seu lugar.

E os Targaryen filhos de Alicent estariam arruinados.

Se perguntou se o garoto se cachos seria tão cruel a esse ponto, tão cruel para deserda-lós. E a resposta seria sim, ele seria se isso dependesse de salvar sua família.

E Aemond sorriu com o pensamento, se vão ser inimigos de lados apostos, então era bom que Alec realmente o conhecesse.

E ele iria.

A dança dos dragões estava cada vez mais próxima.

- Sim - respondeu de alguns segundos em silêncio. - Acho que eles já foram embora.

E saiu.

Alec ficou parado, estático. Se perguntando o que havia mudado nele em segundos.

- Pra onde está indo? - perguntou o Targaryen de cachos.

- O festival ainda não acabou, temos que ver o resto - respondeu. - Venha! - mandou e seguiu em frente.

- Você poderia pedir de vez em quando - ironizou o outro se colocando ao seu lado.

- Porque eu pediria se tenho autoridade o suficiente para mandar?! - retrucou, mas Alec não deu ouvidos.

O garoto seguiu um pouco mais a frente, tinha pessoas plantadas e paradas assistindo ao grande teatro.

- Aquela é... - sua voz sumiu.

- Rhaenyra - respondeu Aemond. - É uma peça sobre a realeza. Vamos ver outra coisa...

- Não! - respondeu de imediato. - Eu quero ficar.

O platinado travou o maxilar, se pondo ao seu lado outra vez.

- O tempo se tornou quase inexistente, agora a coroa será entregue a alguns dos pertencentes... - começou o homem locutor com uma rima. - Será Aegon, o primeiro filho de Viserys? - perguntou a plateia e as pessoas gritaram concordado. - Ou será a princesa com tetas? Rhaenyra Targaryen!

Pessoas vaiando, foi isso que recebeu.

- Quanta merda! - sussurrou o cacheado.

- Eles não acreditam que uma mulher possa sentar no trono, isso nunca aconteceu, você entende agora o por que a coroa é tão acirrada? - perguntou em sussurro ao seu ouvido.

Mas Alec não teve tempo de responder, o locutor acima do palco improvisado voltou a falar:

- Acho que todos sabemos a resposta, não é? - perguntou ao público. - Mas vocês já se perguntaram o que acontecerá depois?

Murmúrios confusos.

- Ratinho! Vamos embora - segurou a mão do outro, mas ele não se moveu.

- Quem será que ocupará o trono depois? - gritou. - Os filhos de Aegon, ou o primeiro filho de Rhaenyra, Alec Targaryen Velaryon? - zombou do último nome. - Sério? Velaryon? Quem acredita que aquele garoto é filho de Laenor Velaryon? Impossível! Vocês já o viram?

A plateia gritou, concordando. O cacheado puxou o ar, mantendo a raiva dentro do peito.

- Os filhos legítimos de Aegon? - perguntou, gritos de satisfação foram ouvidos. - Ou o bastardo do garotinho estúpido? - outra gritaria.

- Acho que eles já tem um escolhido antes da coroação - brincou Alec sentindo a garganta apertar.

Aemond não disse nada, apenas o puxou juntos aos outros que iam embora.

- Não é questão em ter um escolhido... - respondeu.

- Então? - perguntou baixinho.

- Eles acreditam no poder - respondeu. - Como eu havia dito, nenhuma mulher sentou ao trono de ferro, e junto a ela, nenhum...

- Bastardo? - atirou.

- Alec... - tentou.

- Tudo bem! Você cresceu ouvindo isso - respondeu, sua cabeça baixa enquanto caminhava. - É normal termos a ideia sobre quando aprendemos dessa forma, não acha?

- Você seria um ótimo rei - comentou.

- É mesmo? - brincou o olhando. - Por que?

- É um bom ouvinte, e não importa o quão ruim esteja, você procura saber os dois lado da história - respondeu.

- Eles não acham isso - disse o garoto mais novo.

- Quem se importa? - perguntou. - Você tem a porra de um dragão, se quiser, pode queimar todos eles sem precisar fazer esforço algum

Alec riu, uma risada genuína e gostosa de ouvir.

- Do que tá rindo? - perguntou Aemond não conseguindo conter o sorrisinho brotando em seus lábios. - Não me diga que está considerando queimá-los vivos?

- A proposta é tentadora, mas eu estou rindo de você! - respondeu. - Me consolando de uma maneira surpreendentemente estranha.

- Eu paro se quiser! - levantou as mãos em rendição.

- Não seja estúpido, platinado idiota - bateu levemente o cotovelo em seu braço. - Eu gosto.

E Aemond parou, ele gostava de seu jeito meio fora do lugar e insano?

- Vem! Tá tarde, temos que voltar - disse o cacheado parando mais a frente.

O maior concordou, seguindo caminho ao seu lado conversando sobre como seria uma ótima ideia dar sumiço na maioria daquelas pessoas.