A mais bela, o mais doce coração

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Século XVIII - Inglaterra

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Século XVIII - Inglaterra

De longe, de baixo, enquanto tinha as gotas de suor escorrendo pelo peito e as mãos ocupadas nos serviços braçais, ele sempre a via. Dia após dia, ano após ano, estação após estação. A doce princesa com seus longos cabelos da cor do sol e olhos da cor do céu, rodando em seus maiores e mais bonitos vestidos, com a barriga encostada no mármore da varanda enquanto contempla os belos jardins do palácio.

Mas para ele, nada consegue superar a beleza dela. Jamais. Nem ao menos os mais belos jardins do mundo. Se perde por horas, só a fitando, sempre de longe, nunca de perto.

A vê na varanda nos ares de verão quando o sol a pinta e faz pequenas sardas aparecerem entre as bochechas coradas como as rosas do jardim. A vê na varanda quando as flores da primavera ficam presas nos longos cabelos loiros trançados, a vê na varanda quando os flocos de neve a fazem espirrar ou quando as folhas laranjas de outono a fazem dançar.

E a viu em cada uma das estações há quase duas décadas. Ele cresceu junto com ela, Edward Munson é filho de um antigo e leal camponês que trabalhou por anos no palácio e desde pequeno acompanhou o pai e morou por aqui, nos quartos dos empregados. Tem a mesma idade que a princesa.

A vê caminhando pelo palácio, se curvando aos outros, sorrindo docemente a cada segundo, recebendo visitas de lordes e reinos interessados pela graciosidade da mais bonita e prendada no reino. A vê por brechas de portas lendo os livros liberados, tricotando, dançando, recitando poemas, treinando a caligrafia, pintando, cantando, tocando lindamente o piano ou trançando os longos cabelos enquanto a rainha consorte aperta o espartilho e a transforma na mais prendada do reino para que se case com um rei distante e juntem as riquezas.

Um dia, enquanto limpava o palácio, ele perdeu a noção do tempo. Ficou mais de 10 minutos com olhos na brecha de uma porta a venda tocar cantigas lindas e lentas no piano, os dedos delicados e limpos, diferente dos dedos grandes e sujos dele, tocando o piano e enchendo todo o salão principal com música, as notas melódicas percorrendo pelas paredes e colunas douradas de todo o palácio incrivelmente belo, construído em gesso e ouro, com esculturas e quadros raros adornando seus corredores.

Nada se iguala à beleza da princesa enquanto caminha delicadamente com seus longos vestidos e longos cabelos pelos corredores. Como um anjo deslizando pelo céu, de uma beleza etérea e delicada.

E num palácio cheio de artes, ele só tem olhos pra ela.

Maravilhado. Olhos tímidos a vendo de longe, com medo de ser pego.

A diferença dela para todos no palácio é o bom coração. Chrissy Cunningham não é maldosa, arrogante e mesquinha como seu pai, o rei. E nem arrogante quanto a mãe.

Ele sabe disso porque cresceu junto com ela, a viu em cada dia de sua vida e sempre a vê sendo doce com tudo, com seus enormes sorrisos de gengivas rosadas. E por ser tão doce, a mãe a repreende o tempo todo.

Champagne Problems - Eddie Munson | stand byOnde histórias criam vida. Descubra agora