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Essa história é uma fanfic baseada em house of The Dragon, o texto é original escrito por mim.
Espero que gostem.
  

Esperei.
Ate que som do aço se chocando e dos gritos cessasse, estava abaixada entre as árvores com Joffrey aninhado nos meus braços, ele tremia aterrorizado, os seus olhinhos sempre tão meigos arregalados e marejados.
Eu tentava manter uma postura calma, mesmo temendo o pior, se fôssemos capturados pelos verdes estaríamos perdidos, eles não terão misericórdia, assim como não haviam tido com Lucerys.
A simples lembrança dele fez-me apertar os olhos com raiva, eu amava-o e ele fora tirado de mim, emboscado e morto covardemente por seu tio Aemond Targaryen, o mesmo que nos emboscara enquanto eu cumpria uma ordem do meu pai, levar Joffrey até Vila Gaivota, para ficar protegido, por não sabermos quanto tempo aquela guerra iria durar e já havíamos perdido Luke.
O som das espadas cessou, apurei os meus ouvidos, tentando ouvir vozes, mas só havia agora os resfolegar de cavalos e pássaros nas árvores,Joffrey encarou-me inquisitivo, com cuidado o afastei e protegi o seu corpo entre os arbustos, coloquei um dedo sobre os lábios pedindo que fizesse silêncio e comecei a engatinhar, indo até uma área de onde pudesse ter uma boa visão da estrada por onde vínhamos antes de ser atacados,deitei-me de bruços, me atrapalhando um pouco com o vestido e espreitei por entre as folhas.
Os guardas do meu pai eram agora apenas corpos sem vida,uma verdadeira carnificina se desenhava a minha frente, apenas um ainda estava vivo, Sir Robin Payne estava prostrado de joelhos diante de homens trajando o verde dos Higtowers, os seus braços haviam sido amarrados a suas costas e ele sangrava, de um ferimento no ombro.
- Vou-te dar mais uma oportunidade de responder Payne.
A voz fria, veio de uma área fora da minha visão, limitada pelos arbustos, mas eu conhecia-a, o meu sangue ferveu com o ódio, a última vez que a ouvira fora durante o jantar, quando o rei viserys ainda vivia, antes do golpe dado para usurpar o trono, antes de Luke ser morto pelo dono daquela voz.
- Pará onde vocês seguiam, qual era sua missão?
Robin olhou com ódio para um ponto a sua frente e cuspiu em desprezo.
- Vá para o inferno,coalho
O guarda que o segurava o acertou com violência causando mais ferimentos no seu rosto,
- Vou te ensinará a respeitar o príncipe,velho.
Payne foi atingido por mais socos e chutes, mas manteve-se em silêncio,cravei as minhas unhas no chão sufocando uma exclamação de revolta.
Aemond entrou no meu campo de visão, andou com calma parando diante do meu guarda, diferente do outros que usavam o verde, ele estava vestido todo de preto, a única evidência da sua facção era o brasão que ostentava na sua armadura,continuava exatamente como eu me lembrava, os cabelos loiros, quase brancos, semipresos, a postura arrogante e ameaçadora, acentuada pelo tapa-olho.
Eu estava lá no dia que ele perderá o olho, Lucerys o arrancara e pagara com a vida muitos anos depois, lembrar de Luke aqueceu o meu sangue, eu odiava Aemond Targaryen, meu primo e inimigo, o homem que roubará o meu direito sobre o dragão da minha mãe e assassinara Luke ,de quem jurei vingar me e estava agora a alguns passos de mim, mas contra o qual eu não podia lutar, nunca teria chances.
Ele abaixou-se diante do guarda e ladeou a cabeça,o estudante com o seu único olho, um sorriso desprovido de humor brotou nos seus lábios e ele voltou a se erguer.
Outro guarda aproximou-se a carregar algo nas mãos, a minha respiração falhou ao constatar o que era
,quando o soldado a sacudiu como a uma bandeira,Aemond pegou a capa negra com o emblema Targaryen,a seda bordada em alto-relevo com fios dourados, minha capa, eu perdera-a durante a fuga e agora eles saberiam.

- Cheiro de mulher bem nascida, meu príncipe, realeza.

Aemond lançou um olhar lacónico para o homem de aparência bruta, correu os dedos pela seda e levou-a brevemente ao nariz inalando o meu cheiro, amaldiçoei o sabonete perfumado que usara no banho que ainda exalava da minha pele e certamente estava também na capa..
Jamais foi cogitado que os verdes pudessem estar naquelas terras,os negros dominavam aquela região de westeros,era para ter sido um trajeto seguro.
Seu olho bom se fechou por um momento enquanto inalava o cheiro de Álisso que impregnava a capa,era meu cheiro favorito ,eu sempre me banhava com um sabão feito com o extrato daquela planta,era meu cheiro e agora ele o estava sentindo,o asco remexeu meu estômago.
- Onde está a dona dessa capa?
O príncipe questionou,Payne olhava preocupado para a seda ,sua expressão controlada um pouco abalada,senti a culpa me dominando, eu colocara a vira de Joffrey em perigo ao perder aquela maldita capa,ele era apenas uma criança, mas isso não o livraria de Aemond,eu duvidada que houvesse algum sentimento nobre nele.
Aemond era feito de violência,ambição e arrogância.
-Nenhuma mulher viajava na nossa comitiva.
Foi a resposta de Robin,os guardas de Aemond riram,ele apenas olhava para o chão,quando ergueu os olhos pareceu ter tomado uma decisão.
-Você é leal Payne,eu admiro isso.
Aemond fez uma breve aceno de cabeça e o resto foi tão rápido que eu mal consegui ver,a cabeça de Robin rolou pelo chão e seu corpo tombou, e o príncipe já embainhava novamente a espada.

-Encontrem a dona dessa capa e a tragam para mim. Ordenou.

Arquejei,os homens começaram a se mover,controlei o medo que tentava paralisar o meu corpo e me arrastei o mais silenciosamente possível de volta a Joffrey, ele estava do mesmo jeito que o havia deixado,pareceu aliviado em me ver.

-Temos que sair daqui.-sussurrei,o ajudando a se levantar,o som dos homens se movendo e gritando comandos enchia o ar,peguei Joffrey pela mão e comecei a ir em direção a parte mais profunda da floresta,seus pés pequenos não eram muito ágeis,e ele tropeçava nas raízes das árvores,me abaixei e o peguei nos braços,ele era pesado e meu corpo magro reclamou,mas me forçei a continuar.
A árvores eram maiores e menos esparsas a medida que avançamos,eu não sabia pra onde estávamos indo,só sabia que precisamos ir o mais longe possível de Aemond e seus homens.
Meus pés doíam e nem havíamos avançado muito,andei por mais alguns metros e parei soltando Joffrey,só precisava recuperar o fôlego e continuaríamos.
Um galho se quebrou em algum lugar ali perto e um assobio soou,pequei Joffrey pela mão o puxando para uma pequena fenda entre duas árvores,ele choramingou amedrontado e tapei sua boca com a mão,eu podia ouvir passos a alguns metros de nós.
Os minutos pareceram horas,uma gota de suor escorreu pelo meu rosto e eu mal ousava respirar,fiz uma prece silenciosa,clamando pela ajuda dos deuses,Joffrey tremia agarrado a mim.
Os sons se dissiparam, após um tempo ,apurei os ouvidos,e uma esperança brotou no meu peito,mas não durou muito,mãos se infiltraram em nosso esconderijo e fomos arrastados com brusquidão.

Joffrey foi puxado de meu colo e caiu no chão com um baque,mãos impiedosas me puxaram pelos cabelos,me prendi no braço do guarda e tentei arranhar seu rosto descoberto,esperneei mas foi em vão,o guarda que me pegará tinha três vezes o meu tamanho,era uma massa de músculos e violência.
Fui arrastada e depois jogada como um saco de batatas sobre o ombro do homem,continuei lutando até ser solta de qualquer jeito,bati com o rosto no chão e cuspiu terra e sangue.
Tentei me levantar e me deparei com botas pretas a minha frente,subi os olhos e um único olho azul me encarou de volta.
Uma mistura de medo e ódio líquido correu pelas minha veias,eu finalmente estava diante do homem que matara Luke,mas nunca imaginei que séria naquela situação,comigo totalmente indefesa.
Tentei me erguer mas minhas pernas não me obedeceram,tentei novamente mas só consegui ficar ajoelhada diante dele, que me observava em silêncio,seus guardas riram,mas Aemond apenas estendeu a mão, olhei com desprezo para seu gesto ,me recusando a aceitar,ele assentiu impaciente.
Soltei uma exclamação surpresa quando sem cerimônia ele me juntou do chão e me carregou no colo como se eu pesasse menos que uma folha ao vento.

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⏰ Última atualização: Jan 11 ⏰

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