De onde eu estava enxergava uma forma
Alguém sobre o púlpito da proa
O barco em sua inauguração não bebeu do champagne
Aquele dia foi dia de margaritaDo oriente veio, para o oriente foi
Do deck, eu só admirava o barco
Se aquele barco pudesse falar talvez não se acharia grande coisa
Mas de tão pomposo que era demorou a sumir no marOs dias passaram
O tempo mudou
Os pássaros começaram a cantar diferente
O cheiro era de chuva, tempestadeDo deck, só o mar
Ligeiro em se quebrar nas pedras
A força daquela possibilidade esmurrava o meu peito
O ocidente não era ocidente sem o orienteApesar do medo eu tinha a minha âncora
Em um guardanapo, rabiscadas as coordenadas
Deixei no barco o caminho de volta para casa
Apenas por segurança, esperançaÉ incrível como o planeta não resolve esperar
Girando sem parar, trazendo águas novas ao meu deck
Mas o vejo seco
Dessa vez o sal não é do marO guardanapo, devo ter rabiscado errado
Pois não trouxe o meu barco de volta
O oriente ganhou um novo significado
O gosto salgado do mar.
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Guardanapo
PoetryUm poema cheio de metáforas e referências a uma paixão que decidiu partir