O medo da perda

78 11 1
                                    

Aviso: sugiro ouvir música enquanto leiam.

Estava voltando para casa depois de um longo dia exaustivo, as cortinas da carruagem estavam fechadas, respirando fundo com os olhos fechados. Tentei dormir um pouco mas não consegui por conta da preocupação, a carruagem parar e entro em casa.

O lugar não parecia o mesmo, sempre que voltava era recebido por um abraço e um beijo, caminho para o primeiro andar em direção a um dos quartos. As cortinas que ficam em volta da cama estavam abaixadas.

Puxo a cortina para o lado e vejo minha amada esposa, pálida e fraca, deito ao lado dela e passo a mão pelo rosto da mais nova. Meu coração dói ao vê-la nesse estado, eu deveria estar com ela naquele dia.

Um mês atrás

Abro a porta da mansão e sou recebido por um abraço e um beijo da minha querida esposa.

-Bem vindo de volta querido -sorri

-Como você está querida? E a nossa criança? -sorrio e passo a mão pela barriga dela

-Estamos bem, só um pouco cansada.

Enquanto acariciava a barriga da minha esposa, sinto o bebê chutar e dou um sorriso, coloco meu casaco e minha cartola no cabide.

Passei um bom tempo ao lado dela, concordamos que enquanto ela estiver grávida, ela deveria ficar em casa para não correr nenhum risco. Fazer parte do governo não é fácil, é uma das maneiras de conseguir inimigos.

Tenho medo que alguém faça mal a ela e ao nosso bebê, no final do dia sempre trago algo para fazê-la feliz.

Ela já está no sexto mês da gestação, quando ela está muito entediado caminhamos pela cidade, sempre somos recebidos por parabéns, elogios, olhares de inveja.

Ultimamente tenho recebido algumas cartas anônimas, ameaçando a MI6 e minha família. No meio da noite escuto algumas batidas na porta e vou ver quem era. O mordomo disse que um dos agentes deixou um recado, eu teria que comparecer no governo com urgência.

Eu achei isso estranho, ir para o governo no meu da noite, parte de mim não queria ir por causa da minha esposa, mas como chefe eu teria que ir de qualquer maneira.

Enquanto vestia meu traje, escuto a s/n se sentar na cama, olho para trás e a mesma está sentada coçando os olhos.

-Está muito tarde querida volte a dormir.

-A onde você vai -dizê sonolenta

-Tenho que ir para a MI6 agora com urgência.

-Mycroft eu não quero ficar sozinha.

Arrumo a gravata borboleta e sento na beira da cama, seguro a mão dela e a tranquilizo.

-Eu vou tentar voltar o mais rápido possível, os empregados vão estar aqui se precisar de alguma coisa.

-Eu tenho um mal pressentimento sobre isso.

-Se algo acontecer, ligue para meu escritório, entendeu?

-Entendi.

Dou um beijo na cabeça dela e me despeço, saio da mansão e vou direto para a MI5, ao chegar lá tudo estava uma bagunça. Alguns falaram que eu tinha dito que teríamos uma reunião de emergência, outros falaram que foi o Albert, e mais alguns.

Percebo que estava faltando alguns agentes, vou para meu escritório andando de um lado para o outro, volto para a parte de baixo e dispenso todos os agentes dizendo que fomos enganados.

Um dos agentes vem até mim e me deu uma notícia não muito boa, entro na carruagem e volto o mais rápido possível para mansão, quando cheguei o mordomo me disse que o médico já estava aqui.

Tinha vários cacos de vidro no chão, os empregados estavam todos machucados, caminho até o quarto e vejo o médico saindo. Ao ouvir tudo sobre o ocorrido, meu coração afunda ao ouvir tudo, abro a porta do quarto, e vejo minha esposa sentada na cama, com as costas curvadas e com as mãos no rosto.Ela tira as mãos do rosto e olha para mim.

-Mycroft.

Fui até ela e a abracei, a mesma estava com o rosto vermelho e soluçando por tanto chorar.

-Me desculpe s/n...me perdoe...eu deveria estar aqui com você.

Depois de um tempo ela adormeceu, agora estou sentado na cadeira do meu escritório com as mãos cruzadas, eu me sinto culpado, eu deveria ter ficado aqui.

Desde então, s/n não tem se alimentando bem, desde aquele acidente perdemos nossa filha. S/n ficou doente nesse período, tenho feito o possível para tentar alegrá-la e bem.

Por volta das oito da noite estou indo para o quarto, s/n estava usando uma camisola branca, a pego no colo e a mesma passou os braços ao redor do meu pescoço.

-Mycroft?

-Quero te mostrar uma coisa.

Caminho para o lado de fora da mansão e subo na carruagem, depois de um tempo a carruagem para. Caminho pelo campo e peço para a s/n fechar os olhos, depois de um bom tempo paro e peço para abrir os olhos.

Nos olhos dela tinha pequenos brilhos.

~~~

Ao ver aquele lindo lugar, pequenos brilhos surgem em meus olhos, lindas rosas brancas que brilhavam sob a luz da lua, borboletas que emitem luz azul por conta da lua. Nunca tinha visto isso antes, uma das borboletas chega até mim, levanto minha mão e ela senta em meu dedo.

-Eu queria mostrar esse lugar quando estivemos todos reunidos, ela poderia gostar desse lugar assim como você, eu deveria ter ficado com você naquela noite.

Posso ver a tristeza no olhar dele, olheiras em volta do olho dele, ele deve estar sofrendo mais do que eu, desde a perda do bebê ele tem feito de tudo por mim. Mais eu estava agindo como uma criança de birra por causa de alguma coisa que os pais não queriam dar, tenho dado muito trabalho para ele.

-Por favor querida, volte a ser quem era antes, não quero perdê-la também.

Ele está com medo de me perder... estou fraca, não tenho me alimentado direito, perdi todas as esperanças que tinha antes, lágrimas escorrem pelo meu rosto, escondo meu rosto no peito dele e aperto o blazer.

-Me desculpe, Mycroft... me desculpe.

Desde aquele dia tenho me esforçado em segredo, tenho feito tudo o que os médicos me recomendam, aos poucos voltei a ser quem era antes, não estou mais pálida como antes, posso correr, andar e dançar sozinha no salão.

Estou sentada na cadeira perto da janela, está quase na hora do Mycroft voltar, enquanto lia um livro, vejo a carruagem chegar, me levanto e vou correndo para o andar de baixo.

A porta se abre e Mycroft coloca o sobre tudo no cabide, o som dos meus sapatos na escadaria é bem audível, Mycroft olha para mim e pulo nele.

-Bem vindo de volta querido.

-S/n... você está melhor.

-Uhum -coloco as mãos no rosto dele e o beijo- Eu o deixei preocupado por algo que não foi sua culpa, te diz ficar com medo de me perder, me desculpe querido.

Mycroft sorri e faz um carinho em meu rosto, depois do jantar fomos para o salão, dançamos uma falsa ao som do violino.

-Querida?

-Sim?

-Nunca mais me deixe preocupado, eu te amo.

O medo da perda -Mycroft Holmes X Reader Where stories live. Discover now