Capítulo 9 - Cidade do Pecado

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— Apenas fiquei surpresa por dizer que não pareço desse mundo, de certa forma é verdade... eu nunca saia da... fazenda em que vivia, meu mundo era lá — contou uma meia verdade a humana, de fato nunca saiu do mundo das fadas, sua vida inteira foi lá, exceto quando foi para o submundo com Belzebub.

— Que triste! Não viu nada do mundo! — Maya fala tristemente ocasionando em um fraco sorriso em seu rosto.

Nunca pensara por esse lado, mas também nunca almejou conhecer o mundo, a única liberdade que conhecera, foi justamente onde era para ela ser "presa", dada a maneira como parou lá, mas no submundo, sentia-se livre de todas as amarras e regras que a seguiu durante toda a sua vida, era grata ao deus por isso, pensara que ele a tirara de seu mundo, mas ao contrário, ele tinha lhe dado a liberdade.

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O local era extremamente arejado, cercados de produtos que acreditava ser para a beleza, passara a tarde de mãos em mãos com vários produtos passados em seu corpo, rosto e cabelo, apesar de achar tudo aquilo estranho, gostara da maneira que as humanas cuidavam de seus corpos.

A sua pele estava mais macia que nunca, os cabelos numa leveza sem igual, nunca dera muita atenção para si mesma, justamente pelo fato das veelas carregarem o peso de ser naturalmente belas, sempre se cuidou para ser uma guerreira, esqueceu que também era uma mulher, não importa a raça, todas deveriam colocar-se em prioridade sempre.

— Porra Aine está ainda mais linda! — Clara comenta fazendo-a girar para que as amigas pudessem vê-la.

Sentia-se mais bonita, mais confiante e sobretudo mais feliz, se ele não a queria o que ela poderia fazer se não aceitar?

Os dias longe dele estavam sendo bons para colocar na mesa seus sentimentos e o que queria para si, não podia obriga-lo a algo que ele não estava interessado, doía pensar nisso, mas ao menos a raiva e o ressentimento que sentia por ele estava começando a passar.

Ainda doía em lembrar-se dele, mas era pelo sentimento que estava nutrindo, ele não iria sumir da noite para o dia, isso iria demandar tempo, o principal já estava fazendo, livrar-se dos sentimentos ruins que sentia com a rejeição.

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Os olhos estavam fundos demonstrando a sua falta de descanso, não conseguia descansar sem ter nenhuma notícia dela, aquele dia completava uma semana de seu desaparecimento, estava ficando completamente maluco, a ausência dela estava doendo demais.

Como ela pode sumir sem deixar rastros?!

Os seus demônios procuraram pelos quatro cantos do mundo humano, no reino das fadas, druidas, das ninfas, dos deuses e nenhum sinal dela. Estava sufocado pela ideia dela ter sido capturada e ele não saber nada sobre, sentira vontade de invadir o mundo das fadas a procura dela, obrigar a maldita rainha falar a verdade, mas se ela não estivesse lá, estaria colocando-a em perigo.

Não sabia mais o que fazer, estava sem saída, sentia-se esgotado, o choque apareceu em seu rosto ao senti-lo molhado, a quanto tempo não chorava?

— Que droga! Onde você se meteu?! — a voz ecoou pelo cômodo lembrando-o da sua solidão.

Teria que admitir que não era capaz de encontrá-la sozinho, isso apenas o deixou mais carrancudo, ela estava levando-o a insanidade, se é que ainda restava alguma.

— Melahel — a sua voz soou como uma ordem, não demorara muito para que um de seus servos mais fieis prostra-se em sua frente.

— Sim, Príncipe infernal? — Melahel perguntou ainda olhando para o chão.

O Experimento do DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora