01| Simpatia pelo velho diabo veste Prada

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Observei o local antes de respirar fundo e entrar. Oito da manhã e o veneno já rolava no ar.

— Ela. É. Uma. Vaca! Não a aguento mais.

Quem aguenta? Quero dizer, realmente... QUEM AGUENTA? — sibilou Nathaly, uma garota de vinte e poucos anos em uma saia de pele de cobra e uma camiseta justa bem mini, parecendo mais adequada para uma noitada numa boate do que para um dia no escritório.

— Eu sei. Eu seeeeeiii. Uma vaca. E carrega um enorme par de chifres também —concordou sua amiga com uma sacudidela enfática de seu adorável cabelo.

— Quem? — Pergunto enquanto coloco meu trench coat nos ganchos.

— Amm...ninguém Catherine respondem em uníssono. Era óbvio que estavam falando de mim. Eu e meu ex-infiel noivo éramos os assunto dos corredores.

— Catherine, preciso saber se você já encontrou outra assistente? — Me pergunta Cheryl assim que meu pé esquerdo pisa na minha sala.

— Ah, sim — confirmo a ela com um olhar exasperado. É claro, como me esqueci disso? A assistente junior, Allison, fora promovida a assistente sênior, e isso deixava o cargo de assistente júnior vago! — Ainda nenhuma, mas você será informada assim que ela existir.

Corro para falar com Lana, a minha melhor amiga desde que me mudei para cá, afim de saber se ela tinha alguma conhecida que se interessava. Mas me calo ao vê-la com os olhos cheios de lágrimas.

— Lana, o que aconteceu? Anna foi estúpida com você de novo? — pergunto a minha amiga. Lana era a nova assistente pessoal de Anna e sempre era tratada com muita ignorância por não saber na ponta da língua as vontades dela. Eu sei o que Lana esta passando, eu também já fui assistente pessoal de Anna antes de conseguir provar meu valor para moda.

— O que você acha? Anna queria que eu fosse buscar seu carro no lava rápido e depois pegasse sua cachorrinha e deixasse tudo em seu apartamento, para que ela pudesse vir para cá!

— Certo — falei calmamente enquanto pegava um copo de água para ela — e o que aconteceu depois disso?

— O que aconteceu foi que Anna simplesmente se esqueceu que NÃO sei dirigir e ela ao menos me disse em que lugar idiota sua cachorra mimada está! E tem mais, eu não sei onde fica a porra do apartamento dela! Cathy, eu vou surtar...não faz nem um mês que estou aqui e esse emprego já está me causando insônia e ansiedade.

— Fica calma Lana. Preciso que me diga em que lava-rápido você marcou para que lavassem o carro, qual o nome?

— Sharp Auto Spa & Lube Center.

— Maravilha! Vou resolver isso para você, fique tranquila. Preciso que pegue o telefone da governante de Anna, você tem aí? Não lembro de cabeça — Lana concordou e me passou uma agenda indicando o número. O telefone caiu na caixa postal e pedi para que Lana me mostrasse o numero da baba. Mais uma vez, fiz a ligação, mas, agora, a babá de Anna tendeu no segundo toque.

— Cara, oi, sou eu. Catherine.

— Oi, o que houve? Aconteceu algo?

— Sim, pode-se dizer que sim. Tenho de pegar o Porsche de Anna no lava-rápido e depois quer que eu pegue Madelaine e a leve para o apartamento. Tem ideia de onde ela pode estar?

— Está no veterinário. Foi castrada. Eu deveria buscá-la, mas Anna acabou de ligar e me mandar pegar as meninas mais cedo na escola, para que todos possam ir a Hamptons. Ela está no Eas't Side Animal Hospital, na rua 52, entre a Primeira e a Segunda. Desculpe, Cathy, mas tenho de buscar as meninas agora. Mas ligue se houver algo que eu possa fazer.

— É assim que se faz Laninha... — Deixo minha amiga com uma piscadela e corro ate os motoristas da empresa.

Chamei um motorista para me levar ao lava-rápido, onde entreguei um bilhete, em que forjei a assinatura de Anna, instruindo-os a me liberarem o carro. Ninguém pareceu se preocupar a mínima em saber se eu tinha alguma relação com essa mulher, ou que um estranho tivesse entrado ali e pedido o Porsche de outra pessoa. Jogaram-me as chaves e só riram quando pedi que o manobrassem para fora, porque eu não estava segura de dar marcha à ré em um carro como esse. Levei meia hora para percorrer dez quadras, e ainda não sabia onde ou como virar, de modo que segui em frente. As chances de conseguir chegar ao apartamento, sem me machucar gravemente, ou o carro, ou um ciclista, ou um pedestre, ou outro veículo, eram inexistentes.

Como não havia, evidentemente, lugar para estacionar, permitido ou não, liguei para a clínica veterinária e pedi que trouxessem Madelaine. Uma mulher prestativa surgiu alguns minutos depois com uma cadelinha choramingando, fungando. A mulher me mostrou a barriga costurada de Madelaine e disse para eu dirigir com muito, muito cuidado, porque a cadela estava "sentindo um certo desconforto".

— Está bem, senhora. Vou dirigir com muito, muito cuidado exclusivamente para salvar o meu emprego e, possivelmente, a minha vida. Se a cadela se beneficiar com isso, será apenas um bônus — A mulher me olhou assustada e eu ri sem graça — Estou brincando! Madelaine está em primeiro lugar.

Com Madelaine enroscada no banco do carona, ela alternava entre chorar, gemer e bufar. Quando chegamos ao edifício de Anna, a cadelinha estava quase histérica. Tentei acalmá-la, mas ela percebeu minha falta de sinceridade - e, além disso, eu não tinha mãos livres com que pudesse lhe fazer carinhos.

Consegui me livrar do carro na garagem e da cadela com o porteiro, sem acidentes, mas as minhas mãos ainda estavam tremendo quando corri para dentro do escritório torcendo para que Anna ainda não estivesse aqui.

Agora só faltava passar rapidamente no Closet de Beleza, onde uma das editoras deu uma olhada na minha maquiagem riscada de suor e pegou um baú cheio de corretivos.

Nada mau, pensei, olhando-me em um dos onipresentes espelhos de corpo inteiro. Talvez nem se percebesse que minutos antes eu estava prestes a me matar e a matar o cachorro da minha chefe na volta. Fui para minha sala e sentei-me tranquilamente pronta para começar a minha pauta sobre o novo editorial quando Anna passa por mim, seguida de Lana.

— Catherine, preciso que venha até minha sala — Bosta. Ela deve ter percebido que fiz o trabalho de que ela tinha mandado Lana fazer e agora estamos as duas ferradas.

Pulei da minha cadeira e corri o mais rápido que pude sobre o carpete felpudo, usando um salto de doze centímetros.

— Lana. Onde estão o carro e a cadelinha?

— Deixei o carro com o manobrista e Madelaine com o porteiro, Anna — respondeu Lana.

— E por que fez isso? — rosnou, erguendo os olhos de seu exemplar de Women's Wear Daily pela primeira vez desde que entramos em sua sala. — Pedi especificamente que trouxesse os dois ao escritório, já que as meninas chegarão daqui a pouco e temos de sair.

— Oh, bem, na verdade, achei que tinha dito que os queria em...

— Chega. Os detalhes de sua incompetência não me interessam. Vá para sua mesa. Vou achar alguém que busque o carro e a cadelinha.

— Anna, eu me lembro que você tinha dito para levar os dois a seu apartamento — gaguejou Lana — Me desculpe eu ....

— La-na, sabe o que sinto em relação a desculpas. Não estou particularmente interessada em ouvir as suas. Espero que nunca mais ocorra algo desse tipo, correto? Isso é tudo. Saia agora. Catherine! O que tem na sua agenda para amanhã e este fim de semana? — Era uma pergunta ardilosa? Um prefácio da acusação de que eu estava esquecendo alguma coisa?

— Humm, deixa eu ver. Na verdade, acredito que nada — eu disse animada.

— Quero que vá a um desfile em Veneza. Gucci, pré-coleção resort/cruise. Alessandro insistiu que fosse você a pautar a nova coleção. Termine suas tarefas, seu voo sai amanhã de manhã. E não esqueça, deixe tudo organizado para todos poderem seguir as tarefas sem você! Não quero que a redação fique parecendo com um curral cheio de galinhas correndo desesperadas para o abate.

— Pode deixar. Tudo vai estar completamente organizado.

Ever since Veneza | H.SNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ