Depois Que Te Conheci - G. Barbosa

Capítulo 2

ANTONELLA POV:

- Mais uma noite de desastre pra conta de Antonella Garcia! - murmurei, ajeitando meu rímel na frente do espelho da pia. Estava num encontro mais chato do que assistir um jogo da série B. 

Jonas era amigo dos meus amigos e um velho conhecido da faculdade. Não nos falávamos muito, mas sempre comentavam que havia um interesse da parte dele. Resolvi dar uma chance e foi o princípio de mais uma noite ruim.

- Ora, se não é a moça azarada de sábado passado! - uma voz masculina murmurou atrás de mim e eu me assustei ao ver Gabigol parado próximo ao banheiro masculino. Pelo menos hoje eu estou mais apresentável!

- Ah, oi! Não acredito que você lembra de mim e ainda me "apelidou" dessa forma! - ele deu um sorriso e se afastou da porta e se aproximou mais de mim.

- Como está sendo sua noite hoje?

- Péssima!

- Por quê?

- Estou num encontro horrível, o cara só sabe falar da mãe dele! - Gabi riu.

- Te falta sair com o cara certo pra suas noites de sábado serem mais animadas! - foi a minha vez de rir.

- Ou não aceitar qualquer proposta de amigos e ficar em casa com a minha cachorra, tomando sorvete! - comentei, ainda rindo um pouco e guardei meu rímel na bolsa - Bom, de qualquer forma, lá vou eu encarar mais uma história da super mamãe! - Gabriel gargalhou e eu acabei rindo junto. 

- Boa sorte! Quem sabe alguém não aparece pra te salvar?

- Pois é, já mandei um milhão de áudio pra minha amiga pra ela me ligar, inventando qualquer merda pra me tirar daqui!

- É uma boa estratégia! - disse com aquele sorrisinho de lado dele e se afastou, indo em direção à porta do banheiro de novo.

- Vou indo lá! - ele assentiu e adentrou pela porta e eu caminhei em direção à Jonas novamente, que estava com os braços cruzados, observando o ambiente.

- Desculpa a demora, a fila estava enorme! - eu disse voltando para a mesa e me sentando em frente à Jonas. 

- Não tem problema, Anto! Na verdade, isso me lembra uma história engraçada! - disse risonho - Teve uma vez que eu fui num restaurante com a minha mãe e ela também teve que usar o banheiro daí... - eu fingia ouvir o que ele falava, com um sorriso mais falso que no rosto, como se também estivesse achando graça de mais uma de suas historia. FALA SÉRIO!

Dei uma olhava em volta do restaurante e meus olhos bateram diretamente em  Gabriel, que também me encarava. Ele deu um risinho, tomando sua bebida e se concentrando novamente na conversa com sua irmã e seu primo. Voltei a atenção para a mesa, só que dessa vez mais especificamente para o meu celular, vendo que Luísa não tinha visto nenhuma das minhas mensagens. Cadê os amigos quando mais se precisa?

- É...! - cocei a garganta - Que tal a gente pedir a sobremesa? - sugeri, contando o assunto que ele falava.

- Tudo bem. O que você gosta?

- Eu gosto de... - fui interrompida por um toque no meu ombro. Olhei a mão tatuada e já imaginei quem era.

- Antonella? É você? - Gabriel me olhava com um sorriso no rosto e eu o olhei confunsa.

- Ah é, sou eu sim! 

- Nossa, quanto tempo! - disse abrindo os braços em minha direção e eu me levantei para abraçá-lo.

- O que você 'tá fazendo? - sussurrei no ouvido dele, ouvindo uma risada curta.

- Apenas entra no jogo! - disse antes de se afastar e foi pegar uma cadeira de outra mesa, para se sentar ao meu lado.