ON AIR: Achados e perdidos

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Assim que colocou o celular no centro da mesa, Soobin e Kai se curvaram sobre o aparelho para avaliá-lo como uma dupla de filhotinhos de gato atraídos por um feixe de luz.

— Tá, e aí? Por que você não respondeu? — perguntou Soobin, erguendo o olhar na direção do amigo, com sua voz ainda soando abafada por estar mastigando o tteokbokki.

Os lábios dele estavam levemente sujos do molho apimentado de uma maneira adorável e que teria feito Yeonjun beijá-lo, se estivesse presente.

Beomgyu agradeceu pela ausência dele.

Ahn, porque... bem, só porque, talvez, exista a possibilidade de eu estar com medo dele me rejeitar — murmurou, envergonhado, desviando o olhar dos amigos para o exterior do restaurante novamente.

— E por que você acha isso? — quis saber Soobin, sinais de incredulidade brotando em seu tom de voz.

Beomgyu grunhiu de frustração, em resposta. Ele tinha contado aos amigos sobre o beijo com Taehyun no dia anterior, fazendo questão de pontuar como o mais novo tinha fugido sem explicação alguma após os dois se separarem e como isso estava o enlouquecendo desde então, porque não sabia a que conclusão poderia chegar com a atitude do outro rapaz. Não sabia se deveria chegar a alguma conclusão, ou apenas se deixar ser consumido pela agonia da espera.

Para falar a verdade, não sabia mais nada.

Tudo o que Beomgyu tinha consciência era um único fato: tinha se declarado para Taehyun e Taehyun o beijara, somente para largá-lo completamente sozinho e confuso logo depois. E os motivos para o mais novo ter feito isso eram tão variados que, no fim de tudo, a única resposta ao qual o cérebro ansioso de Beomgyu conseguia chegar era que estava errado durante todas aquelas semanas e Taehyun nunca esteve na mesma página, no mesmo caminho, na mesma batida de coração que ele.

Então, que o processem por ter medo de conversar com o mais novo e ser rejeitado diretamente, embora soubesse que esse era um risco que estava correndo ao declarar seus sentimentos românticos por um dos seus amigos em uma música performada para toda uma multidão de universitários e seus agregados.

— Você lembra que ele fugiu depois do beijo? — retrucou, na defensiva, voltando a encarar os amigos.

Soobin deu de ombros, enquanto limpava a boca com um guardanapo que Kai tinha estendido para ele.

— É, mas foi ele que tomou a iniciativa do beijo, não foi? Ele te beijou porque quis, Beomgyu-yah — disse o mais velho, cheio de uma certeza a qual Beomgyu não queria se apegar no momento, uma vez que estava temendo criar expectativas. — E antes que você pergunte como eu posso ter tanta certeza, fui eu que tomei a iniciativa do meu primeiro beijo com o Yeonjun hyung e posso te garantir que sim, fiz aquilo porque quis. Se o Taehyun fez isso também, foi porque ele também queria te beijar.

— Pelo que me lembro bem, o hyung disse que tudo só aconteceu porque ele te chamou pra sair e te convidou pra ir até o apartamento dele — implicou Beomgyu, abrindo um sorriso vitorioso ao ganhar um par de olhos arregalados.

— Ya! É porque ele é um aproveitador que ama roubar os créditos dos outros! — exclamou Soobin, revoltado. Seu tom alto chamou atenção de um grupo de pessoas sentadas em uma mesa próxima, mas aquilo não os impediu de continuar a discussão boba.

— Então é assim que você fala do seu namorado quando ele não está presente? — provocou Beomgyu. — Acho que vou ter que te dedurar, hyung.

Soobin fez menção de tentar acertá-lo com um tapa na testa, mas foi interrompido por uma mulher baixinha, com olhos muitos semelhantes aos seus e uma touca de redinha segurando seus fios de cabelo tingidos por vermelho, que brotou no balcão do caixa e exclamou impacientemente:

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