1

21 1 0
                                    


©𝐜𝐨𝐩𝐲𝐫𝐢𝐠𝐡𝐭, 𝐉𝐞𝐧𝐧𝟏𝐱𝐬™
━─━────༺༻────━─━

Em plena luz da tarde, o sol batendo e refletindo sobre as janelas do famoso restaurante Los Ferrari, próximo a 645 H St NE, Elly estava eufórica depois ter atendido várias pessoas que permaneciam em lugares opostos. A mesma sentou-se em um banco que fica atrás do balcão e enquanto descansava, sua amiga Bianca, vinha até ela reclamando do quão chato o dia estava.

—Quero logo terminar a faculdade, não aguento mais!
Resmungou após revirar os olhos.

—O dinheiro que ganho aqui não dá pra sair da casa dos meus pais, então você não é a única que quer sair...—Pronunciou-se Elly e em seguida caiu nas gargalhadas com Bianca.— Vamos logo acabar o turno, faltam 4 horas ainda!—Após dizer, ela logo se levantou e foi atender mais pessoas.

Logo a escuridão da noite chegou, o turno de Elly já chegara ao fim e isso deixou ela feliz, pois queria sentir o conforto de sua coberta novamente - Era o que ela esperava.
Elly pegou um táxi às 21h e foi direto para casa, quando adentrou a residência o seu pai a encarava com os olhos marejados porém, não era de tristeza e sim de ódio. Elly não sabia o que estava acontecendo, mas sentiu uma forte vibração estranha - A única certeza que ela tinha naquele momento.

No acampamento da 2°Companhia do Exército Americano, o 3°Pelotão esperava firmemente a licença de descanso após um treinamento intenso, antes de irem pro Afeganistão. Levi e seus amigos aguardavam seus nomes serem chamados, quando finalmente chegou a hora.

—Levi Jacobs.—General Taylor.

—Sim, senhor, aqui estou.—respondeu indo para a frente, logo pegou a licença.

—Tem dois meses para descansar e treinar de sua preferência, pode pegar suas coisas e se retirar-se imediatamente.—Disse o general encarando, por conseguinte Levi assentiu e saiu carregando suas bolsas.

—Vai querer carona, Chris Kyle?—Perguntou Noah parando o carro ao lado.

—Valeu, limpador de escapamento!—Brincou Levi ao entrar no carro.

Noah, um dos amigos da divisão que o Levi está, o levou para casa e seguidamente o loiro de cabelos escuros entrou em sua residência. Largou suas coisas na cama ao entrar no quarto, pegou roupas novas e limpas, entrou no banheiro e foi tomar banho.
Após sair do quarto já pronto para dormir, fez algo para jantar e depois que terminou foi logo se deitar na cama. Ele não conseguia dormir direito, não sabia o porquê, ficou encarando por alguns minutos os seus tênis de corrida - Não seria uma má idéia sair a noite para caminhar.

Com Elly a situação era mais complexa.

— O que aconteceu?—Elly pergunta colocando as chaves da casa no chaveiro.

—A sua mãe...Ela está doente. Não venha dizer que é culpa dela. Depois que o seu irmão morreu, ela veio piorando a cada dia mais, os remédios não ajudaram e pelo o que aconteceu...isso é culpa sua.—Albert, pai da Elly, dizia as palavras com raiva.

—Como é que é?Você não vai querer discutir sobre isso!E não, não é culpa minha que ela está doente!—diz jogando a bolsa no sofá.

—Você matou o Henry, o seu irmão!—Ele altera a voz.

—Então vai ser assim?A culpa vai ser toda minha?—Elly diz enchendo os olhos de lágrimas.—Qual é o seu problema?

—Seu pai está certo. —Fala a mãe de Elly, Hailey, se aproximando dos dois com dificuldades naquele cômodo.— Foi você que o matou, você que me deixou neste estado!—Disse Hailey apontando o dedo indicador enquanto derramava suas lágrimas.
— Você não saberia a dor que é perder um filho!

—Vocês são inacreditáveis!—Diz Elly derramando suas lágrimas.
" Foi eu que paguei as despesas dessa casa nos últimos dois anos, foi eu que paguei o velório do Henry, foi eu que fui em milhares de sessões com um psiquiatra, foi eu quem ficou internada no hospital por causa da morte do Henry, e não achem que eu ainda não me culpo!Eu me arrependo de não ter observador ele direito, mas eu também sou um ser humano!"

"Eu sou a única filha de vocês!E tudo o que fazem é me culpar!Mesmo se o Henry estivesse aqui, vocês continuaram me maltratando e não é de agora. Eu aguentei vocês dois e nunca recebi um elogio...Nada do que eu fazia e faço, agrada vocês. Uma das únicas pessoas que me entendia melhor do que a tia Nancy, era o Henry. E não, mãe, eu não sei a dor de perder um filho mas eu sei a dor...de perder um irmão."
Termina Elly molhando totalmente seu rosto com suas lágrimas.

—Saia...—Suplica Hailey e Elly a olha surpresa.

—Vá embora desta casa. Você não é mais bem-vinda aqui!—Disse Albert abraçando a esposa.

—Certo. Espero que saiba que agora mãe, você perdeu dois filhos.—Falou, logo em seguida pegou sua bolsa e retirou-se da casa as pressas.

Caminhando pela calçada do bairro, Elly não conseguia parar de chorar, ela se culpava todo dia pela morte de seu irmão Henry, um garoto de 13 anos que morreu após escorregar e cair de uma colina, em uma viagem com a família. Ela entendia seus pais mas não conseguia mais aguentar ouvir mais vozes dizendo que a culpa era dela.

Por que, por que comigo?Por que isso tinha que acontecer?Por que eu perdi o meu irmão?Por que Deus?Por que fez isso?

Isso não saía da mente da morena. Desesperadamente ela abre sua bolsa pra pegar seus remédios antidepressivos, mas viu que acabaram e isso deixou ela mais nervosa. Ela andou, andou e andou até chegar a ponte George para espairecer sua mente porém deixou ela mais perturbada. Ao chegar na ponte já eram 00hPM.
Por favor, Deus, me leve agora. Eu não aguento mais essa dor, eu não aguento mais carregar esse fardo.
Isso se repetia por minutos em sua mente, acabou fazendo com que Elly surtasse ali mesmo. Ela apoiou-se firmemente no parapeito de ferro da ponte, e a única coisa que fazia sentido para ela era que se pular da ponte faria com que todos os problemas iriam sumir.
Elly mantinha-se permanecida ao querer pular, jogou sua bolsa no chão e tentou ficar em pé sobre o parapeito. Seus cabelos voavam para trás, suas lágrimas impediam que ela abrisse os olhos totalmente, seus lábios tremiam, seu corpo ficava cada vez mais fraco, quando em um milésimo de segundos alguém a puxou para trás fazendo com que os dois corpos se chocassem e caíssem no chão.
Ele chegou na hora certa.

Através do Limite Where stories live. Discover now