32. Acenda a Luz

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Berlim, Alemanha

A L I C E

Eu sabia que esse momento chegaria. Querendo ou não, eu teria que contá-lo toda a verdade e tudo o que escondi por esse tempo que passamos juntos. Ou que pensei ter escondido. Bom, isso não vinha ao caso agora, como ele viu ou deixou de ver minhas coisas eu resolveria depois. Por isso, deixei que Sam e Steve conversassem ao canto e puxei uma cadeira, me sentando de frente para o homem.

— Eu.. É melhor começar do jeito certo… Meu nome é Alice Dolohov, Nikolaev é por parte de pai, é um sobrenome que eu abandonei aos oito anos.

— Então.. Você realmente matou ele?

— Sim. E fui adotada por um major do exército dos Estados Unidos. Anos depois eu descobri que sou uma mutante, e que o gene é passado pelo pai, então provavelmente-

— Seu pai era um também.. Desculpa interromper, eu só estou tentando acompanhar. Minha cabeça ainda está confusa.

— Não se desculpe, pode interromper.

Meu pedido é sincero, e eu toco a perna dele quando falo, querendo lhe passar sinceridade. Não queria deixá-lo confuso com tudo aquilo, por isso falava de forma mais objetiva possível, para que nenhum tópico lhe causasse dúvidas. Mas podia sentir seu receio até para me olhar, me tocar..

— Eu sou capitã, no exército dos EUA também. Sou agente especial do Pentágono e conhecida como “Tigresa Branca”, porque é a minha mutação. — Explico, dando uma pausa para caso ele queira perguntar algo.

— Uma X-Men… Agora a roupa faz sentido, as listras… — Ele comenta, dando um sorrisinho de lado.

— É… Bom, eu trabalho pra um homem chamado Thaddeus Ross, general. Há algum tempo ele me deu a missão de vir a Romênia para capturar o líder de uma equipe de mutantes. Ele é um “vilão”, procurado em diversos países. É o Erik.

— Aquele seu- — O interrompo quando assinto, vendo ele fazer uma feição surpresa, sem esconder. — Oh… Então você só estava tentando se aproximar, heh?

— Sim. Mas não se culpe. Aparentemente ele sentia algo por mim. Eu nunca percebi, mas..

— Mas quem vê de fora sempre percebe. — Ele retruca, o que me faz rir.

— Ok, ok, você estava certo. — Respondo, vendo ele dar de ombros de forma convencida. — Bom, lembra do meu pai? O que me adotou?

— O major, sim.

— Agora ele é tenente-general. — O corrijo sutilmente, vendo-o dar uma risadinha. — Bom, ele tem uma agência também, similar a S.H.I.E.L.D. Nessa agência, eu sou agente tática de elite, e recebi uma missão dele.

O vejo abrir a garrafinha de água novamente, ainda processando cada pequena informação que dava. Não queria lhe exaustar por tanto falar mas tinha que ser sincera, não podia lhe esconder nada. Qualquer pequeno deslize seria suficiente para perder toda a confiança que ele ainda tinha em mim. Possivelmente, claro. Não sabia se estava me ouvindo por bem ou apenas por querer saber de tudo antes de se afastar.

— Era uma missão conjunta com a S.H.I.E.L.D, inclusive. Haviam rastros de que você poderia estar na Romênia, e Steve queria achá-lo, eu me encarreguei disso. Mas dei a sorte de encontrar você assim que cheguei. Só não quis reportar e mandarem vir buscar você.

— Porque?

— Achei arriscado. Sei das pessoas que controlam outras pessoas nos Estados Unidos, você não ficaria em boas mãos e ninguém seria capaz de salvar você. Não seria nada bom.

𝐒𝐊𝐘𝐅𝐀𝐋𝐋 ꩜ bucky barnes (✓)Where stories live. Discover now