Chegamos no gramado do lado de fora do castelo. Ana e Natanael estão escondidos e me ajudaram com os efeitos especiais. Ana logo controlou o jacaré.

    — Ah, não! Ele nos achou! — as crianças correram, assustadas. Corri com elas, para não estragar o plano.

    — E agora, tia? E agora?!

    — Algum de nós deve virar o amigo dele. Mas, quem? — fingi estar com medo.

Como estávamos todos atrás de uma moita, abri um buraco na mesma e olhei em volta.

     — Vejam! Aquela seta está apontando para aquela direção. Só que o Mordedor tá no caminho... — a menina disse.

     — Deixa que eu vou. — falou o menino que perguntou o motivo minutos antes. — Eu vou virar amigo dele!

Não tivemos tempo de impedi-lo e ele logo saltou fora do esconderijo. Abri meu manto e coloquei todos ali.

     — Ele vai ficar bem, né, tia?

     — Eu não sei... — fingi.

Até que o jacaré avançou e parou na frente do pequeno garoto e ficou quieto.

     — Eles viraram amigos? — a menina perguntou.

    — Sim!

Todas as crianças comemoram.

****

    Ao terminarmos a brincadeira, levei todos para comer algo que eu preparei. Como tive tempo pra tanta coisa? Nem mesmo eu sei. Mas Felipe deu ordens para William não permitir que eu fizesse muito esforço. Então, num piscar de olhos, tinham vários soldados posicionando os itens no lugar que eu pedi.

As crianças me agradeceram e foram levadas embora pela freira responsável pelo orfanato.

    — Ufa... Eu tô um caco... — Natanael falou, com as mãos na cintura. — Você tem mais energia que essas crianças juntas. Viu que aquela menininha já está dormindo? E ainda abraçada com a estrela de pelúcia que você deu à ela!

     — Admita que foi legal. Todos acharam que nós éramos os vilões finais antes de libertar a boneca toda enrolada em lençol de cama!

    — É a magia da inocência, gente. Eu gosto disso. Eu vou tomar um banho e capotar. — falei. — Obrigada por tudo, pessoa. Ainda tem muffins. Só pedir pro pessoal da cozinha e...

Senti uma leve vertigem e me apoiei na batente da janela. Ana logo me segurou nos braços, me encarando.

     — Você se alimentou direito, amiga? — ela murmurou.

     — Sim. Acho que foi muita emoção pra um dia só e...

     — E muito esforço. — Willian disse. — Você subiu e desceu as escadas do primeiro andar por umas sete vezes e só hoje. Me acompanhe. Vou te levar aos seus aposentos e mandar um médico ir te examinar.

    — Não vai ser necessário. Só estiu cansada e...

Não adiantou. Os três estavam me empurrando para o meu quarto. Ana me acompanhou em um banho e me deitou na cama, me vigiando. Ela mandou buscarem frutas e remédios para enjôos.

    — Você comeu hoje, amiga? — ela perguntou de novo.

     — Sim, já falei! — cruzei os braços.

Grávida do Príncipe Where stories live. Discover now