— Você pegou? — ele ergueu uma sobrancelha.

    — Ah, costumes de pobre! — sorri para ele. — Sinta-se em casa. Só não te apresento ela pois é minha primeira vez aqui. Estou indo dormir. Boa noite.

    — Obrigado. E boa noite.

Subi as escadas pois foi o lugar onde Felipe havia ido. Na minha cabeça, o quarto devia ser no andar de cima. No meio da escada ele estava descendo com o cobertor para Willian.

    — Se está indo pro quarto, é a segunda porta à esquerda. — ele falou e continuou a descer.

Fui para o dito quarto. Toquei na parede em busca do interruptor para acender a luz do lugar. Dei uma boa olhada antes de entrar. Dá pra ver que a mobília foi feita com delicadeza, nos tons de um bege com detalhes em marrom escuro. A cama de casal, bem no centro, me surpreendeu. É imensa. Tenho certeza de que, quando meu bucho ficar enorme, mal vou conseguir sair dessa cama. Deve ter uns dois colchões! No lado direito tem uma mesinha com um abajur e um quadro com qualquer paisagem. No lado esquerdo, tem um armário pequeno, com outro abajur e duas gavetinhas. Na parede atrás da cama tem uma janela com cortinas brancas.

Enfim, do lado direito, próximo da cama, tem um guarda-roupa grande, com as mesmas cores que as demais mobílias. E logo ao lado tem uma porta que julguei ser o banheiro.

Já no lado da porta tem uma televisão plana no centro de um conjunto de armários. Vi que as prateleira, com portinhas de vidro, tinham muitos DVD's e CD's. Minhas malas e as malas do Lipe estavam nesse lado, atrás de um sofá- cama marrom. Ignorei outros detalhese fui até a cama, me sentando de frente para o guarda-roupa.

Senti meu quadril agradecer por ficar sentada. O dia de hoje foi puxado e fiquei muitas horas de pé. Alisei meu ventre com uma mão enquanto a outra está apoiada nas minhas costas.

    — Pensei que você ia tomar um banho... — escutei a voz de Lipe.

    — Que susto, homem! Não aprendeu a bater na porta? — resmunguei.

Nos encaramos e ele riu com a ousadia do que eu disse. Ele nem precisava bater na porta. Era alguém que abria a porta para ele e ainda avisava que ele estava ali.

    — Eu vou tomar um banho. Só parei um pouco pra analisar o quarto. — falei e ele veio se sentar ao meu lado.

    — Quer ajuda? Sabe que posso te dar um banho bem capr...

    — Sai daqui, Lipe. — resmunguei e ele riu, se jogando na cama. — Não. Na verdade, pega aquela mala pequena pra mim? A cinza com uma logo da Barbie!

Ele se levantou na hora, incrédulo. Seu olhar foi para o montante de malas e ele riu, sem acreditar no que via.

    — Você tem uma mala da Barbie?! E nem é toda rosa?!

    — Eu peguei a mais discreta que tinha. — me defendi. — Vai pegar pra mim ou tá difícil?

     — Nem parece que acabamos de nos casar. Tem certeza de que não estamos casados há, no mínimo, 20 anos? — ele resmungou, indo na direção das malas e pegando a que eu disse.

Ele colocou na cama e abriu a mala pra mim. Vi um saco de presentes preto com um laço vermelho. Não tinha nada assim antes. Será que essa era a "lembrança do meu pai"?

Naah. Impossível. Minha mãe não teria guardado uma coisa tão importante na maleta de calcinhas e produtos de higiene pessoal.

     — O que tem aí dentro? — ele perguntou, sem esconder a curiosidade.

     — Não sei, vou descobrir. Mas deve ser algo pequeno. Só tem ar aqui dentro.

Desfiz o laço e encarei o conteúdo antes de tira-lo de dentro. Senti que meu rosto mudou de cores umas cinco vezes antes da cor da vergonha pintar minha face. Fechei o saco e joguei dentro da mala, fechando a mesma e mantendo minha mão encima.

Grávida do Príncipe Kde žijí příběhy. Začni objevovat