III - O REENCONTRO DOS MERCENÁRIOS

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- Será uma honra Lorde, não é mesmo, companheiros?

Robert Rygersen, o Bardo, se inclinou em uma reverência e seu cabelo levemente ondulado cobriu-lhe os olhos. Dentre os soldados ele era o mais alto, o comandante da unidade de lanceiros. Mais do que um guerreiro do reino, era um irmão de guerra, viu muitas batalhas ao lado de Khaos.

Enquanto ele permanecia ajoelhado em frente as chamas em posição de respeito, outras figuras se aproximaram também, um deles, segurava em suas mãos a Adaga das Chamas que Khaos deixara nas ruínas da antiga taverna após o ritual.

- É mesmo sim meu irmão!

Era Kristiel Ithlylas, o menino lobo de olhos verdes, comandante da unidade de dualistas do exército de Khaos no passado. Kris, um meio elfo magricela, ágil e muito animado, tinha a pele num suave tom de oliva. Após girar algumas vezes a lâmina em suas mãos ele devolveu-a para Khaos e assumiu seu lugar à esquerda de Robert, seguido pelos demais companheiros de antigamente.

Ao lado dele veio Thirak O Machado Sombrio, filho de Thiraim O exterminador Sombrio, lutava com um machado médio na mão direita e um escudo no braço esquerdo, olhos pretos assim como seus cabelos e sua barba que se estendia até a altura de seus joelhos. Apesar do sangue quente de anão, ele quase sempre era calmo e trazia palavras de sabedoria aos demais.

Primo de Thirak e Filho de Yurfral Coração das Runas, Yurfing era outro Comandante do antigo exército de Khaos. Ele carregava em seus braços e pernas runas de proteção que falavam por ele e contavam sua história, um anão de poucas palavras, de temperamento volátil, muito orgulhoso de seu cabelo castanho, crespo e volumoso, com um passado tenebroso que pesava em seus ombros e o fazia aparentar ser mais velho do que sua verdadeira idade.

Sem dizer nada ele tirou de sua bolsa um grande pergaminho, caminhou até Khaos, com o mapa do reino, que ele mesmo havia desenhado, suas mãos habilidosas copiavam e criavam os traços de qualquer coisa, todos os guerreiros do clã o procuravam para terem as runas gravadas em seus corpos também.

- Obrigado Yurfing.

O anão ajudou Khaos a segurar o mapa sobre a relva cinzenta enquanto os comandantes se aproximaram.

- Conheço cada centímetro deste mapa, temo que o lugar que buscamos não faz parte de nosso reino meus caros… - Khaos enrolou novamente o pergaminho e devolveu a Yurfing - não existe por aqui nada semelhante ao que vou lhes mostrar agora.

Khaos pegou em seu cinto a bolsinha contendo uma pena da fênix branca que para a surpresa de todos ardia em chamas douradas sem se danificar, tão pouco queimava a mão de Khaos. O silêncio sepulcral tomou conta da reunião.

- Talvez isso nos ajude em nossa jornada. Essa pena se desprendeu do pássaro ao passar por mim. Um acaso, um presente dos deuses. O bater de suas asas curou todas as minhas feridas. Imaginem o que este poder poderia fazer aqui nestas terras apodrecidas!

Um deles se levantou entusiasmado, não fazia muito tempo que vira algo semelhante, podia jurar que estava ali, em algum lugar de sua bolsa. O Escriba, Ferdinand Skriversen, era o mais jovem dos comandantes, mas também o mais antigo na companhia de Khaos, quando se aventuravam nas espadas de treino.

Ferdinand era um humano de porte mediano de pele muito clara devido à ausência de exposição ao sol por toda sua vida, assim como a maioria ali, nunca vira o azul do céu. Responsável pelos registros do clã mantinha em sua bolsa muitos diários que ele escrevera e outros que comprara de mercenários viajantes, conhecia assim muitas histórias, mas não sabia ao certo quais eram verdadeiras e quais eram lendas.

Revirando seus papeis, ele encontrou um tomo de artefatos, pertencente a algum aventureiro, suas páginas foram arrancadas e costuradas manualmente uma a uma após cada viagem, um descuido ultrajante com registros tão valiosos. Em meio a vários outros desenhos, algumas páginas eram dedicadas à um cetro dourado.

- Seja quem for o autor destas páginas parecia fascinado por esta joia, há muitos rabiscos dele em toda parte.

- Estou começando a entender seu fascínio. Olhem para este desenho – Kristiel apontou para uma ilustração de uma ave como a que Khaos descrevera.

- Muito bem Kris, você estragou a pena – Yurfing disse enfezado notando que o fogo sobre objeto havia se apagado.

Os ânimos se exaltaram tentando achar o responsável por apagar a centelha de chama da pena, contudo, sem nenhum consenso a discussão era uma perda de tempo, não tinham a mínima ideia de como funcionava nem do porquê havia parado de funcionar.

- Lorde, o que acha de levarmos estas informações para alguém que saiba interpretá-las? - Thirak sugeriu.

- E quem seria essa pessoa?

- Ora, quem mais poderia ser? O Mago! Ele estuda todo tipo de artefatos! Lorde, devemos mostrar para ele estas coisas, quem sabe ele não encontrou algo em suas pesquisas que nos ajude a entender como isto funciona.

Mas o rei nada ouviu, havia se deitado sobre a relva queimada aquecendo os pés na fogueira enquanto observava as pequenas fagulhas que pulavam do fogo caírem sobre o couro se sua bota e se apagarem...sua mente estava muito longe dali, imaginava o pássaro sobrevoando seu novo reino e tudo ganhando vida, um banquete farto, comida fresca, um belo caneco de hidromel para molhar a garganta! Ah como estava faminto! Só agora se dera conta do vazio em seu estômago.

-LORDE!! – ele é tirado de seus devaneios com um desrespeitoso chute nas pernas vindo de Robert - Meu Lorde, Thirak sugeriu que levemos a pena para Troldmand.

- Aquele botânico esquisito? Do que ele poderia entender? - Yurfing interrompeu, não simpatizava muito com aquele conhecido como, O Mago.

A ideia era excelente, pensou Khaos, já fazia um bom tempo que Troldmand havia abandonado sua torre, abarrotada de pergaminhos, os artefatos entulhavam suas prateleiras e baús espalhados pelo chão trancavam o caminho até a pesada porta de metal onde um enorme olho pendurado encarava todos que ali chegavam.

 O troll ao qual pertencia ele? Esse devia estar lá no rio caído até hoje! Só removera seu olho esquerdo…bom...e algumas tripas! Troldmand era um sujeito muito alto, sem nem um fio de cabelo sobre sua cabeça. Usava capa preta e um chapéu roxo tão grande que sua ponta pendia para o lado, suas vestes pesadas escondiam uma silhueta corpulenta.  Ele vagava pelo reino em busca de algo secreto, sempre avistado vasculhando aqui e ali.

- Talvez...é, talvez Troldmand saiba nos ajudar, mas primeiro precisamos saber onde encontrá-lo, o que nos leva ao mesmo impasse de antes.

 Khaos dispensou os mercenários da reunião, estavam todos de acordo, o próximo passo era localizar o Troldmand e Termit se voluntariou a missão, montava um enorme cervo albino das montanhas, já extinto, único de sua raça, se assemelhava muito ao dono, ambos tinham olhos azuis, estatura elevada e grande lealdade. Faria uma jornada breve até o Forte de sentinelas mais próximo, enviaria corvos aos quatro cantos do reino requisitando informações sobre o paradeiro do Mago.

Khaos esperaria até o amanhecer pela resposta, “tenho olhos por todo o reino, não deve levar mais que algumas horas para localizá-lo”, pensando isso ele se recostou mais uma vez a ouvir o crepitar das chamas.

















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Heimsgatt - A Grande TavernaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang