NONA ARTE - HISTÓRIA DOS QUADRINHOS

Crescimento - Comics

Na década de 1910 os quadrinhos se tornam mais intelectuais, com tramas psicológicas; um exemplo é Krazy Kat (1911), de George Herriman, que é uma narrativa poética sobre gatos, ratos e cães.

A história acontece num cenário irreal de férias, no condado de Coconino, Arizona, num cenário surrealista; as tiras tem seu enfoque num triângulo amoro entre o personagem título, seu antagonista, o rato Ignatz, e o cão policial, o oficial Bull Puppy. Seu amor não e correspondido e ele é menosprezado pelo rato que quer atirar um tijolo na cabeça de Krazy, ao cão policial só resta interferir prendendo o meliante.

Um novo conceito surgiu nos idos de 1910 nos comics, no qual os personagens das histórias deveriam ir envelhecendo na medida em que fossem sendo publicadas, ficando cada vez mais velhos e mudando as suas fisionomias; o pioneiro neste realismo foi George MacManus, com a tira Bringing Up Father, traduzida no Brasil como Pafúncio e Marocas; a história de um casal humilde que enriqueceu e as suas dificuldades em viver o novo estilo de vida 'chique' (apesar de estar escrito 1912, o lançamento da obra é de 1913).É uma história que se concentra em satirizar as convenções sociais.

Nota – apesar de estar escrito 1912, o inicio da publicação da obra Pafuncio e Marocas é de 1913.

Em 1918, os automóveis estavam tornando-se uma mania nos EUA. Buscando aproveitar essa onda, em 24 de novembro desse mesmo ano, Frank King lançou a tira em quadrinhos Gasoline Alley, protagonizada por Walt Wallet, para a página de quadrinhos dominicais do jornal Chicago Tribune. As histórias giravam em torno dos amigos Walt, Doc, Avery e Bill conversando sobre automóveis. Até aí, seria uma tira normal de quadrinhos da época. A grande virada, porém, veio em 14 de fevereiro de 1921, quando, buscando atrair o público feminino para sua tira (uma sugestão do editor Joseph Patterson), Frank King introduziu um bebê na história.

Walt é acordado pela campainha em uma manhã e, ao abrir a porta depara-se com um bebê abandonado na frente de sua casa. Ele, um solteirão, adota o bebê, dando-lhe o nome de Skeezix, e a partir desse momento a tira passa a acompanhar o desenvolvimento do bebê em tempo real, tornando-se mais uma narrativa da vida de uma família tipicamente americana do que comentários sobre automóveis. Skeezix passa a ser o primeiro personagem de quadrinhos a não se manter imutável com o tempo, envelhecendo junto com seus leitores, assim como passa a ocorrer com os demais personagens da tira.

Outros desenhistas prosseguiram a tira. Que recentemente completou cem anos, sendo a segunda mais longa, depois de Katzenjammer Kids (Sobrinhos do Capitão).

Em 1919 surge o primeiro astro do desenho animado, técnica que estava sendo gradualmente desenvolvida no início do século XX (20), Felix the Cat, ou o gato Felix em português, criado por Otto Messmer e Pat Sullivan; era a época do cinema mudo e os seus desenhos surrealistas e sua personalidade sarcástica fizeram ele tão popular que era suficiente para atrair o público para assisti-lo nos cinemas. Com o surgimento do cinema sonoro e particularmente o despontar de Mickey Mouse, de Walt Disney (1928), ele parou de ser produzido, tendo renascido somente nos anos de 1950 como desenho para Tv. Sobre Walt Disney e seu império dos quadrinhos, iremos estuda-lo no próximo capítulo.

Em 1929 ocorre a grande depressão, e para ajudar as pessoas e protege-las surgiu uma geração de heróis e super-heróis, o primeiro, neste ano, foi Popeye, o marinheiro. A evolução dos heróis e super-heróis será o tema de nosso próximo capítulo.

Gasoline Alley tem o título de mais longeva história em quadrinhos, sendo desenhada por vários artistas a mais de cem anos, além disso seus personagens continuam a envelhecer, e novas gerações surgem acompanhando as mudanças dos tempos.  Abaixo, página panorâmica da tira publicada nos anos de 1920.