(01) O homem sem roupa do lago

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A mansão que Sierra Wittelsbach havia chego para passar a temporada de verão, era maior do que imaginava.

Quando seu irmão mais velho, Louis, lhe garantiu que seria um retiro para férias e não uma viagem pela busca de um marido, esqueceu de mencionar que iriam para uma mansão, rodeada de esculturas e quadros do tamanho de árvores.

O anfitrião não estava para recebê-los, não que a menina se importasse, após os últimos acontecimentos estava farta de formalidade da alta sociedade.

– Eu não disse, Sissi?! – Seu irmão lhe chamou a atenção. – Vais poder esquecer sobre aquilo... – A lembrança constante do episódio a deixava com tanta vergonha que só concordou.

De fato, o lugar era diferente do que haviam crescido, era mais rústico, com certeza seu dono apreciava a arte em geral. Pelo menos, nisso, seu irmão não havia mentido. Sabia que também havia dedo de Lola nessa viagem, sua esposa, que adorava esbanjar em bailes da aristocracia.

Louis precisou assumir o cargo de Duque logo após a morte de seu pai, nunca fora apto para tal papel, passara maior parte de sua vida viajando pelo mundo ou estudando música. Conheceu o amor de sua vida numa dessas aventuras e nunca se separou dela, viviam juntos, uma dançarina e atriz chamada Eliza, mas que após ganhar o título de Condessa, mudou o nome para Lola Montez.

Algumas mudanças ocorreram a partir dali, Louis decidiu tomar conta dos irmãos menores, casando as meninas e mandando para um internato o pequeno Maximiliano. Mesmo perdendo um pouco o controle da situação ao noivar sua irmã Helene com o futuro imperador da Áustria, Louis tinha boas intenções, prometeu um descanso de todas as regras e etiquetas que a menina estava farta. Mas, Sissi, sabia que ele havia lhe arrastado para Londres, justamente na alta temporada, no intuito de arrumar casamento.

Lola, era barulhenta demais e dado a origem de seu nascimento, não tinha modos algum, sequer um gosto refinado, entretanto, os dois eram felizes e era disso que todos tinham inveja.

– Vamos checar nossos aposentos... – Lola convidou seu esposo.

Eles não se desgrudavam e quando faziam, falavam um do outro sem parar. Sierra, não conseguia decifrar o que era pior.

A movimentação dos criados para com as bagagens agitou o hall de entrada. O lugar era muito bonito, mas a menina estava interessada mesmo no que poderia ter ao lado de fora.

Saiu em direção a porta, sem antes escutar de sua criada:

– Não vá muito longe, Srta. Wittelsbach! – Suplicou.

Mas Sissi já estava longe para lhe responder.

Quando chegou ao gramado exageradamente verde, Sissi descalçou seus sapatos e em seguida retirou as meias de uma cor azul claríssimo, possibilitando o contato da sola de seus pés com a natureza do lugar.

Foi como um choque de tranquilidade, sabia que tinha essa conexão com o ar livre, sempre fora considerada uma pessoa que preferia o verão, por conta de sua preferência para com lugares não cobertos, que pudessem visualizar todo o esplendor do céu, mas dentro de si, conhecia sua própria predileção pelo colorido da primavera ou do outono.

Inspirou bem fundo, uma onda de relaxamento percorreu seus nervos e até esquecera do que estava lhe aborrecendo há poucos minutos atrás.

Caminhou um pouco, despreocupada, sem ter muito para onde ir, apenas observando e contemplando a beleza que os arbustos refletiam em conjunto das árvores. Todo aquele verde era revigorante.

Desceu uma colina, se é que podia chamar assim, um pequeno barranco que levava até o pomar. Não sabia que quem quer que morasse ali cultivava os próprios legumes e verduras. Não teve dificuldade em identificar o que estava plantado, ainda que apenas as folhas e caules estavam á vista, indicando que a hora da colheita estava longe daquele momento.

O amor de Benedict Bridgerton Where stories live. Discover now