-- Doce criança... - Murmurou sua vó, flutuando de mãos dadas com seu marido ate a moça que os observava chocada. -- Nós estamos indo... Mas antes, precisavamos despedir-nos de voce, minha tão amada neta. - Seu espectro abraçou-a.

-- Maite... - Sussurou seu avô. -- Não desperdisse lagrimas por nós, ja estamos com cento e sessenta anos. Só tenho a agradecer por poder conhece-las... - Voltou seus olhos para sua esposa e neta. -- Voces serão eternamente meus grandes amores. - Ambos os tres sorriam alegremente. -- Deixo esta terra com esperança de encontra-las na proxima. - Então o espectro sorrindo, desapareceu.

-- V-Vovó... - Maite havia recuperado seus movimentos e estava tremendo, derramando lagrimas. -- N-Não me deixe... - Tentou segurar os pulsos dela.

-- Querida, eu fiz uma promessa ao seu avô... Que jamais a deixaria. - Ela sentiu esperança preencher seu coração. -- E eu jamais farei isto... Estou com voce, bem aqui... - Apontou para o proprio coração. -- E aqui... - Seu indicador subiu ate a lateral de sua cabeça. -- Seu avo me espera, tenho que ir... - Murmurou suspirando com um sorriso radiante. -- Ambos estamos bem, meu amor. Agora me prometa que será forte. - Maite assentiu dessesperadamente, jurando em silencio.

Então como se fosse ilusão, sua avó ja não estava mais ali. Anweris correu até o quarto deles com desespero e muitas lagrimas, reparando nos corpos sem vida e sem cor de seus avos. Ela gritou alto, permitindo-se sofrer por eles, pelas pessoas que a auxiliaram em sua cura.

Mas a vida não para, o que quer dizer que após algumas semanas de luto ela voltou a Londres, ja com a mente forte o bastante para suportar qualquer tipo de rejeição.

Feliz Natal.

-- Meu amor! - Exclamou a senhora Anweris, após encontra-la na porta de casa. -- Voce não avisou que vinha. - Abraçou-a com saudade. -- Como se sente? - Indagou seguando o rosto dela.

-- Eu estou bem, mamãe. - Sorriu suspirando logo em seguida. -- O que esta acontecendo por aqui? - Indagou observando sua mãe desfazer seu sorriso.

-- È... Uma festa. - A senhora Anweris jamais mentiu para Maite depois do que houve. -- Bem... se voce tivesse avisado, eu com certeza a cancelaria. Mas é hoje, e esta em cima da hora. - Suspirou voltando-se para o outro lado. -- Voce esteve fora por muito tempo, com certeza, pode ficar no quarto se quiser... Ou de repente um hotel seria melhor. Por que não, afinal? - Indagou acenando para o elfo. -- Leve sua senhora a um hotel bem distante, por favor... - Murmurou receosa.

-- Espere... - Suspirou. -- Talvez uma festa seja um bom jeito de voltar a sociedade. È quase como debutar. - Sorriu observando sua mãe fingir sorrir tambem.

De fato, seria uma grande surpresa para os convidados, em alguem especial, na verdade. E com toda a certeza, Maite não deveria comparecer a festa. No fundo, mas no raso tambem, ela queria voltar a fazenda e nunca mais sair de la. Foram longos quinze anos...

De qualquer jeito, agora maite sabe o que é melhor para sí. A consequencia disso se tornou deixar seu quarto em uma linda e estonteante aparencia, onde ela ja estava uma mulher madura, sem traço algum de velhice, e sim de extrema beleza.

Tudo o que ela precisou antes de começar a se arrumar fora de um chá, uma refeição, um banho e um momento para digerir a sensação de voltar para seu quarto. Tantas memorias, cenas, sensações, palavras...

Todos puderam contemplar a maravilhosa mulher que descia as escadas. Os bruxos presentes no salão fofocavam que aquela era a filha especial da familia Anweris, a filha que fora mandada para fora do país para se especializar em alguma area da magia.

Contudo, ao contempla-la, o lorde que dava ordens a familia imediatamente se cholocou de pé, chamando a atenção para sí. Finalmente, quando chegou ao ultimo degrau, ela voltou seus olhos para o olhar penetrante e aterrorizante de Tom Riddle, agora Lorde Voldemort.

Ele sussurou consigo o nome dela, e a sensação de doçura o extasiou, o que fez com que ele bebesse o ultimo gole de seu champanhe e o depositasse sobre a bancada de granito, caminhando ate ela com frieza e superioridade enquanto certificava-se de que sua aparencia estivesse agradavel para ela.

O que Anweris sentiu, jamais doeria tanto. Ela sentia o nervosismo de te-lo olhando para sí daquela maneira. E como suas mãos grossas e musculosas balançavam enquanto ele caminhava ate ela, ignorando a todos que tentavam para-lo. Em um minuto a festa voltou ao normal, e enquanto a mulher ja madura, paralizada, o observava caminhar ate ela, Tom sentia seu coração pular para fora. Haviam anos que ele a procurava de forma obsessiva.

-- Maite... - Suspirou o homem, abraçando-a como uma forma de alivio. -- Minha Maite... - Sussurrou no ouvido dela enquanto agraciava suas narinas com o cheiro da mulher. -- Eu senti sua falta, meu amor... - Afastou-se, acariciando o rosto palido dela. -- Me permita beija-la... - Segurou o pescoço da mulher com as duas mãos, tentando selar seus labios, mas sendo parado por ela.

-- Desculpe-me, senhor. Mas eu não o conheço. - Disse de forma fria, afastando as mãos dele de seu corpo. -- Por favor, eu não gosto que desconhecidos fiquem me tocando. - Palavras tão frias, que Tom nem mesmo a reconheceu.

A verdade, é que o que o lorde fez com ela, fora tão profundo, que nem mesmo a poção mais poderosa poderia cura-la, exceto uma, a poção do esquecimento.

Esta não é mais a doce e ingenua Maite... Ela se foi com suas memórias, Tom.

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O que é o Amor? - Tom RiddleWhere stories live. Discover now