O coração do loiro estava acelerado e ansioso, como receio do que iria acontecer com ela durante essa conversa, mas queria deixar que aquilo transparecesse, então não encostou seu peito com o dela, para que ela não sentisse.

Elle apenas relaxou os ombros com o toque dele e sentiu os lábios machucados do loiro beijarem sua testa.

JJ se afasta e volta a encara-la:
— Me liga se precisar de qualquer coisa ou tiver algum problema.

— Vai abandonar o John na cadeia pra vir aqui, por acaso? — Questiona, levantando uma sobrancelha.

— Talvez... — Responde com humor.

— Vai logo embora, vai. — Elle diz, dando tapinhas no braço dele.

Os dois caminham até Matt, que estava um pouco distante e escorado em uma árvore, apenas olhando a interação dos dois com um sorriso no rosto.

Ele endireita a postura ao ver os dois se aproximando e desfaz o sorriso, cruzando os braços.

— Finalmente acabou a melação. — Diz, fingindo que não estava achando aquilo fofo há alguns segundos atrás.

— Não finge dar uma de "sem coração", não combina nada com essa sua carinha de Labrador. — Elle devolve, fazendo ele voltar a sorrir.

— É muito difícil fazer esse papel. — Matt fala, descruzando os braços.

JJ se aproxima mais de Matt, e coloca a mão no ombro dele:
— Não esquece de ficar de olho no celular o tempo todo. — O loiro instrui.

— É só você dar um toque que eu vou logo até o ponto de encontro. Mas deixa a localização do seu celular ligada, caso já esteja na ambulância. — O garoto dizia.

— E... se perceber as coisa ficando estranhas... — JJ fala um pouco mais baixo, e desvia o olhar para Elle, que estava distraída encarando a fachada da casa. Depois volta o olhar para o Rodrigues. — Tenta tirar ela da situação, não sei se vou conseguir chegar a tempo caso tente ligar.

— Tudo bem. — Matt concorda, sabendo que já faria isso mesmo se o loiro não pedisse. — Boa sorte.

Os dois fecham os punhos e os juntam em um cumprimento.

— Nos vemos mais tarde. — JJ fala alto para os dois e Elle parece acordar de seus devaneios.

Os dois acenam para JJ, que sobe de volta em sua moto, e segue a caminho de seu incrível plano.

Elle olha para o Matt, vendo ele lhe lançando um sorriso que transmitia coragem.

— Está pronta para entrar? — Ele pergunta, colocando as mãos em suas próprias costas e balançando o corpo para frente e para trás.

Elle respira fundo e concorda com a cabeça:
— Vamos logo acabar com isso.

— Quer que eu segure sua mão pra entrar, ou... — Matt começa em um tom de humor.

— Não, nem tenta Labrador. — Elle o responde, vendo ele sorrindo.

Ela se vira novamente para a casa, suspirando:
— Vamos lá.

  A tensão de seus ombros haviam voltado no exato momento em que Elle adentrou a residência dos Rodrigues.

Ela batia o pé contra o chão de madeira enquanto encarava uma parede em um tom azul mais claro, esperando que Matt fechasse a porta.

O Rodrigues mais novo se põe ao lado de Elle e lhe chama a atenção:
— Eu e meus irmãos queríamos pintar uma das paredes da casa de laranja, mas meu pai não deixou e pintou de azul. — Começa a falar tentando distrai-la um pouco. — Disse que o laranja ficaria vibrante e nos cegaria. — A Aplin solta uma risada. — Pois é, ele pode ser meio dramático as vezes.

Aplin² • Outer Banks Onde histórias criam vida. Descubra agora