2. un bonito recuerdo

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| 𝗖𝗵𝗿𝗶𝘀𝘁𝗼𝗽𝗵𝗲𝗿 |

Uma semana depois...

Hoje é o primeiro de trinta dias de ensaios antes de sairmos em turnê. Chego no enorme galpão alugado para os ensaios serem realizados e a estrutura do show ser montada para os engenheiros e técnicos fazerem os últimos ajustes. Foi dada a largada nos ensaios de coreografia, ensaio geral, passagem de som dos músicos...
Muitos profissionais transitam dentro do local. Nesse galpão algumas salas foram adaptadas como pequenos camarins para cada um de nós cinco.

Chego 𝘴𝘰𝘻𝘪𝘯𝘩𝘰 no local e Oscar já está no estacionamento me esperando para entrarmos juntos, quando entramos, já tive o desprazer de 𝘷𝘦-𝘭𝘰𝘴 juntos. Por que é que ela trouxe ele?

Cumprimento todos e conversamos um pouco. Ando um pouco pelo local para conferir a estrutura do palco que está sendo montada e depois me junto com a banda que começa a instalar e afinar os equipamentos. Vejo Any, Mai e Chris conversando animados no centro do galpão, Guillermo está conversando no viva-voz junto com um dos produtores e alguns empresários que estão alí, com certeza devem estar conversando com mais alguém envolvido no projeto. Dulce está conversando e rindo abraçada ao... Bom, estão sozinhos no mundinho deles um pouco afastados do resto do pessoal.

Christopher: onde será que tem café?

Oscar: oi? - Desvia a atenção do celular e me olha.

Charly: no nosso camarim tem café, chá... Acredito que no de vocês também. - Diz enquanto afina a guitarra.

Christopher: vou até lá. - Oscar apenas assente e sigo pelos corredores procurando por meu camarim.

Abro a porta onde tem uma pequena placa com meu nome e a tranco, me jogo no sofá e fecho os olhos tentando controlar a ansiedade que estou sentindo.
Sento no sofá e tento me reconectar comigo mesmo, estou completamente fora de mim, parece que todo autocontrole que venho praticando há alguns anos se foi.

Christopher: 𝘦𝘭𝘢 me desestabiliza. - Falo pra mim mesmo me levantando do sofá com as duas mãos na cabeça e dando voltas ao redor do camarim.

Pronto, Christopher, agora que você já assumiu isso pra você mesmo, será que pode voltar seus pensamentos para aquilo que há dois anos vem trabalhando: o projeto com o RBD?

Impossível. Eu jamais pensei que isso aconteceria. Uma coisa era o nervosismo pela reaproximação que tivemos após o reencontro na casa do Poncho em 2019. Ainda que somente no nosso grupo, ter ela de certa forma de volta na minha vida acelerava as batidas do meu coração. Quando começamos as reuniões para a Live em 2020 através de vídeos, esse nervosismo se intensificou. E quando tinha que tocar no nome dela em entrevistas então? Ufff!
Mas até aí, tudo bem. Eu conseguia disfarçar, ou pelo menos acho que conseguia.

Quando ela disse que não poderia mais participar naquele momento, senti uma leve decepção, mas entendia os motivos dela. Até tentei convencer Guillermo para adiarmos, mas mesmo assim ela não iria poder no prazo que ele deu.

Já durante aqueles meses tentava entender a ansiedade em tê-la por perto. Foram anos longe um do outro e sem qualquer contato, houve um desentendimento de forma pública onde acabei descontando nela tudo aquilo que vinha guardando sobre nós dois. Céus, como eu me arrependo!
Estava insuportável ver todas as marcações dos vondys em conteúdos sobre Dulce e eu, Natalia todo dia reclamava disso e era mais uma que não me deixava esquecer Dulce. Ela não conseguia perceber que ela própria não me deixava esquecer Dulce. Mas o ápice pra mim foi quando descobri que 𝘦𝘭𝘢 tinha acabado de conhecer uma nova pessoa e já estava toda empolgada com isso. Pessoa hoje que é seu atual... Bom, é seu atual.
Ela estava grávida, casada com outro e feliz porque estava realizando seu maior sonho, que era constituir uma família. E eu sinceramente ficava feliz por ela, mas isso mexia comigo.

Acho que toda correria na época da Live acabou me distraindo e não me deixando pensar nela e em como seria ter ela alí. Quando começamos a planejar essa turnê eu sabia que a presença dela me abalaria um pouco, mas não imaginei que seria tanto assim.

Não consigo me controlar desde o primeiro encontro. Meu corpo estremece só de estar na presença dela, e não é uma atração sexual, é algo que mexe com toda minha estrutura, pensamentos, coração. Agradeço por isso, porque se fosse apenas um desejo carnal, eu começaria a me preocupar comigo mesmo.

Me encontro em um conflito interno. Nós mudamos tanto, amadurecemos, nossas vidas mudaram, mas só de ter ela por perto parece que retrocedo e volto a ser um antigo Christopher. Aquele Christopher que foi muito feliz estando com 𝘦𝘭𝘢. Só que hoje, muito mais maduro e consciente. Bom, isso em alguns pontos, não é? Se não eu não estaria aqui, nos auge dos meus trinta e cinco anos, tremendo na presença dela. E isso é o que me irrita, eu estou totalmente errado, em pensamentos estou ignorando meus princípios porque não consigo controlar meu coração. O que eu achei que estava bem guardado e era apenas 𝘂𝗻 𝗯𝗼𝗻𝗶𝘁𝗼 𝗿𝗲𝗰𝘂𝗲𝗿𝗱𝗼, ressurgiu com a força de um furacão.

Por mais ridículo e errado que isso seja, eu não quero nem pensar em como serão os próximos dias.

Oscar: bro? - Ouço batidas na porta e vou destrancá-la. - Bro, está bem?

Christopher: estou, estou... Precisava apenas de um café, estou um pouco cansado.

Oscar: certo... - Assente desconfiado. - Bom, estão te chamando. Os coreógrafos chegaram.

Christopher: vamos, então!

Votos e comentários são importantes para que eu continue a história, não deixem de interagir nos capítulos 💜✨

Para de Me Chamar Pra Trair (VONDY)Where stories live. Discover now