- Não deveria fazer isso! – Digo mordendo os lábios enquanto minha mente faz uma viagem para os lugares mais profanos do planeta.
- Isso aqui?
A pergunta me pareceu bem provocativa. Porém, não se comparava ao que estava sendo feito comigo.- Porra!
Jogo a cabeça para trás enquanto sou abocanhado e tento equilibrar meu corpo encostado no frio azulejo dentro do box no banheiro do nosso apartamento.
Sinto meu corpo se contorcer sob um prazer que já não é possível controlar. Pulso, quente e desejoso! Tendo a certeza de que a qualquer dia este homem com quem divido a vida acabará me matando com um ataque cardíaco, já que sempre me leva a um estágio de tesão enlouquecedor.
Minhas pernas bambeiam. Traidoras!
Denunciam, descaradamente, que meu ápice se aproxima e explodo num gozo forte. Sendo tomado por completo por aquele que sempre foi o único dono do meu coração.
- Amo você, Gustavo!
- Não mais que eu, Cabeleira!
Confesso que esse apelido já não me desestabiliza mais. Talvez eu tivesse me adaptado ou no fundo, gostasse do modo com o qual a boca do meu amor se movia para pronunciá-lo. Em vez de ficar com raiva por ter um jeito, somente meu, em ser chamado. Parei e observei a forma carinhosa como o tratamento me era dado e o mais gostoso, na pessoa que assim me chamava. Fui reparando que até o que antes eu achava ser uma implicância boba de criança, sempre foi uma pura demonstração do mais sincero amor e ainda há na face da Terra quem duvide da grandeza desse sentimento ou em como ele é capaz de nos transformar e regenerar por completos.
Fazia anos que eu desfrutava do paraíso e era acompanhado por quem desejei que me desse a mão. Mesmo tendo pensado que talvez perderia a batalha e acabaria morto dentro daquele hospital, recebi uma segunda chance para recomeçar e valorizava todo e qualquer instante, para fazer com que meus dias valessem todos a pena.
Sempre apostei na ideia de ser um bom soldado, talvez agora, minha patente tivesse subido, Já que após o meu transplante ter sido bem-sucedido, eu estivesse me sentindo realmente: vivo!
- Não deveria testar meu pobre coração, Guga!
- Tenho certeza de que ele é bem mais forte do que você presume.
- Então, o tenta querendo se certificar disso ou me mostrar que ele aguenta a pressão?
- Não diria que o que faço é com essa finalidade.
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Uma Doce Páscoa
RomanceUma pequena leitura com um grande amor. Um mimo com muito carinho para todos os leitores. Feliz Páscoa! 🐰