Capítulo 29 - Treta com o (ex)amigo

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Então, resolvi sondar, obviamente sabendo bem a resposta. Mas, abri o gravador de som no celular e pus para gravar. Mudei de assunto:

- Cara, recebi esse link hoje de manhã. - e mostrei o celular, onde aparecia o vídeo que era a razão de eu estar ali

- Ah, sim, foi um vídeo que eu achei no seu computador e não podia ficar perdido lá para sempre. Ainda mais sendo aquela sua vizinha gostosa. Se deu bem hein?!

- E com autorização de quem você simplesmente pega um vídeo no meu computador e se acha no direito de postar na internet?

- Autorização minha, Gustavo.

- Eu não autorizei você usar este vídeo.

- Você é engraçado. Grava um vídeo desse e não quer que vejam!

- Estava no meu computador, você que saiu mexendo.

- Alias, as fotos da Echii ficaram muito boas. - soltou indicando que descobrira o que queria saber - Sinceramente, por quanto tempo ia esconder que sua vizinha é a dona daquele blog?

- Ela tem os próprios motivos para esconder a identidade. E você nem pense em divulgar essas fotos!

- Tarde demais! Já joguei em todos os lugares que pude.

- A troco de quê, Matheus? Acabar com a vida de uma mulher sem razão nenhuma?

- Serei conhecido como a pessoa que revelou a identidade da grande Echii do Contemporânea Erótica.

- Nossa! Parabéns!

- Aquelas fotos dela não podem ficar apenas no seu computador. Merecem ser compartilhadas!

- Elas são de um projeto nosso e seriam publicadas mais para frente. Obrigado por ter estragado tudo!

Nesse momento, parei a gravação de áudio, me levantei e acertei um soco bem no rosto de Matheus. Ele caiu da cadeira fazendo bastante barulho, tanto que a mãe dele veio ver o que era. Esbravejei o que estava entalado em mim tinha anos:

- Sinceramente, Matheus, você é um merda insuportável! Não sei porquê continuei seu amigo por tanto tempo, já tinha atitudes bem questionáveis, mas agora passou de qualquer limite!

- Vai brigar comigo por causa dela? Mesmo? - protestou, se levantando

- Vou! Para a sua informação: Eu amo a Helena! E estaria fazendo a mesma coisa se você fizesse isso com uma irmã ou uma amiga minha.

- Meninos, o que houve? - a mãe dele, que até então estava olhando, tentou perguntar e não teve resposta

Matheus se recuperou e veio para cima de mim e acertou três socos bem no meu rosto. Senti que ia ficar com o olho roxo.

Começamos a brigar e o meu ex-amigo era bom nisso, diferente do ex da Helena. Iniciamos no quarto e depois fomos para a parte da frente da casa, em meio aos protestos e gritos da mãe dele.

Ficamos alguns minutos trocando socos e chutes, um caia e outro levantava. Até sangue chegou a rolar. Eu só ia sair dali quando deixasse ele com a cara toda amassada e nocauteado no chão. Estava consumido por um ódio!

Nós dois nos recuperamos de mais uma sessão de trocas, Matheus veio para cima de novo e eu estava determinado daquele ser o confronto final e que ia apagá-lo era agora. Achei a abertura que precisava e só dei mais um, bem no meio do nariz e ele tombou no gramado.

- Meu filho! - a mãe dele se aproximou do filho caído - Por que fez isso?

- Pergunte ao seu filho quando acordar. Ele machucou uma pessoa que eu amo, é o mínimo que ele merece.

- Vai embora da minha casa!

- Não se preocupe, já estou fazendo isso. Agradeço a sua hospitalidade de qualquer forma. Desculpe qualquer coisa!

Ela não falou mais nada e como minhas coisas estavam no meu bolso, apenas abri o portão e sai. Resolvi retornar caminhando para não ter que ver a cara das pessoas para mim. A distância era 10 minutos de ônibus e uns 20 andando, precisava espairecer um pouco, se é que era possível. Olhei a hora no celular e passava um pouco da hora de almoço. Abri a Contemporânea Erótica e estava explodindo de comentários sobre o vídeo e sobre as fotos. Algumas pessoas encontraram rapidamente o perfil da Helena em outras redes e jogaram o link lá nos comentários. Fui verificar o perfil da Helena e estava lotado de mensagens dos mais variados tipos.

Uma mensagem do meu irmão apitou de novo:

"Irmão, está tudo bem? Não respondeu mais."

"Sai para resolver uma coisa."

"Não aprontou nada não?"

"Não posso dizer que não!"

"Gusta... Cuidado..."

"Eu sei, irmão. Fui só terminar a amizade com um cara sem noção."

"E a Helena, como está com isso tudo?"

"Ela acha que fui eu, mas vou falar com ela mais tarde."

"Qualquer coisa me avise!"

"OK!"

Bloqueei o telefone de novo e prossegui com meu trajeto. Ia passar em casa, me limpar e colocar um gelo na minha cara e depois ia conversar com a Helena, caso ela queira me ouvir.

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