- Eu prefiro ir sozinha. - Falei de imediato e ela me olhou enquanto o carro estava parado no sinal. Eu engoli seco tentando me conter, eu estava demonstrando demais todo meu nervoso. - Quer dizer...

- Está tudo bem. Eu sei que você deve estar confusa. Não quero invadir seu espaço. Não sei até onde me encaixo nisso por enquanto, mas se puder, só me dê notícias. - Ela falou calmamente alisando minha coxa e eu apenas assenti. Pra minha sorte, ela me respeitava.

- Soube que foi no presídio ver sua irmã... - Mudei totalmente de assunto e a vi ficar tensa. Eu não era a única a esconder as coisas. Normalmente eu daria um show com ela por esconder de mim que andava visitando Carolline, mas eu não estava com a ficha limpa. Então resolvi ser cautelosa.

- Ela me ligou algumas vezes querendo falar comigo e eu fui ver o que ela queria.

- E o que ela queria? - Perguntei curiosa.

- Sinceramente? Até agora eu não sei.

- Não precisa mentir pra mim.

- Não estou mentindo. - Ela se ajeitou no banco e fiquei a observando. - Ela veio dizer coisas como se estivesse sofrendo muito, que não ia aguentar muito tempo e precisava me ver.

- A famosa pressão psicológica de Carolline. Você caiu nessa?

- Não. Eu falei coisas terríveis que a deixou irritada e ela surtou e disse que ia sair de lá e me matar. - Ela riu e eu fiquei seria a encarando. Senti um calafrio percorrer todo meu corpo involuntariamente. Não sabia o que era aquilo, talvez não fosse nada.

- Eu acho melhor você não ficar indo visita-la. Nós sabemos do que Carolline é capaz. É melhor não alimentar as paranoias dela. Um dia ela realmente vai sair de lá. E do jeito que a lei do Brasil é uma piada, ela não vai ficar 24 anos. - Tentei explicar e Sarah parecia pensativa sobre isso. Eu temia muito a Carolline quando se tratava de Sarah, e eu sabia que eu era a culpada de seu ódio ter aumentado, mas eu protegeria Sarah em qualquer situação. Ela parou o carro em frente a empresa e se voltou a mim.

- Eu tenho noção disso. Também não achei que foi tudo fingimento, ela parece estar mal. Não sei se está arrependida, mas não me importo. Ela também disse que queria que eu fizesse algo por nossa mãe.

- E você? - Perguntei preocupada. Era só o que faltava.

- Não disse que sim nem que não. - Ela desviou e olhar do meu. Suspirei forte negando com a cabeça.

- Nem pense nisso, Sarah.

- Annalise quer conversar comigo hoje. Depois daqui eu vou lá. - Ela disse e meu corpo travou. Annalise. Essa mulher não gostava de mim. O que ela queria com Sarah? Será que sabia de alguma coisa? Senti meu coração se debater no peito, mas tentei disfarçar. Não tinha como ela saber.

- Do nada resolveu se envolver com todo mundo que não presta? - Perguntei e ela revirou os olhos. - Você sabe que essa mulher não vai nem um pouco com a minha cara.

- Tudo bem, Juliette. É coisa de trabalho. Eu vou ser mãe, preciso de qualquer emprego que vier. - Ela abriu a porta do carro e saiu, então fiz o mesmo. Comecei ame sentir mal pela maneira dela falar, eu não tinha tanta certeza se ela realmente ia ser mãe. - Quando tudo estiver resolvido eu vou conversar com você, ok? - Ela parou na minha frente alisando meu rosto e eu assenti a contra gosto. Definitivamente não queria Sarah perto de Annalise.

Fomos entrando de mãos dadas dentro da empresa. Comecei a suar de nervoso, não sabia o que esperar. Além de ser a primeira vez trabalhando, eu já tinha me envolvido em monte de merda até antes do meu primeiro dia, era impossível não ficar totalmente apavorada. Tentei respirar corretamente enquanto andava, não queria demostrar o quão nervosa eu estava, mas Sarah estava percebendo. Me olhava vez ou outro sem entender a tremedeira na minha mão.

STOLEN [ INTERSEXUAL ] SARIETTE Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ