Um mundo no vazio - 13

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Ele beijou minha testa e saiu do meu quarto, antes de sair ele olhou para trás e depois fechou a porta do quarto. Eu estava com sono, meus olhos estavam pesados e aquilo era estranho. Foi então que eu ouvi pela a segunda vez,era como se algo estivesse se quebrando, como um jarro que estava se quebrando mais antes disso acontecer, ele estava trincando. Senti que aquilo não era algo bom, então fui até minha escrivaninha e peguei um papel e um tinteiro.

Comecei a escrever uma carta para minha mãe, meu pai e meus irmão, depois uma carta para minha legião com apenas uma ordem, para que eles protegessem minha família caso eu não estivesse aqui para fazer. Depois eu fui até a cama e me deitei.

Foi como se eu estivesse caindo e tudo ao redor era escuro, vazio e sombrio. Minhas costas bateram contra algo sólido era como o chão, porém estava tudo preto, não conseguia enxergar nada além e nem mesmo ao meu redor, um verdadeiro vazio.

Finalmente, consegui entrar. - Disse uma voz assustadora, sua voz me deixo com medo.

Kendra: Quem é você? E que lugar é esse? - Perguntei olhando ao redor tentando localizar o dono daquela voz.

Criatura tola, não acredito que alguém como você conseguiu roubar uma fração da chama primordial. - Disse com desdém em sua voz.

Kendra: Roubar? Eu nem sei do que você está falando, não roubei nada. - Tentei me defender.

Algo me atingiu e a única coisa que consegui fazer foi me defender, meu braço estava queimado e não estava se curando.

Kendra: Ah! Por que fez isso? - Disse com dor e segurando meu braço.

Porque agora você é meu novo brinquedo,há milénios que eu não tenho nenhuma diversão. - Disse com diversão.

Kendra: Quem é você? E O que quer comigo? - Me levantei e encarei o nada.

Sou aquela que a muito tempo foi esquecida, aquela que ajudou na criação de todo os seres e da magia, sou um ser primordial que foi exilada porque era forte demais... fui aprisionada, eu sou aquela que deu origem a luz e ao calor. - Disse e uma luz apareceu diante de mim, algo foi tomando forma e uma enorme fênix apareceu diante de mim.

Seu corpo estava repleto de chamas e meu olhos estavam ardendo com tanta luz e calor que radiava de seu ser.

Kendra: Você tem um nome? Me acusa de ter te roubado e nem sequer me diz seu nome. - Falei endireitando meu corpo.

Não tenho um nome, apenas meu mestre pode me dar tal coisa. - Disse se mostrando indiferente.

Kendra: Posso dizer que tal mestre não existe. - Disse mais para mim mesma.

É claro que não, nunca tive um mestre, porque nunca existiu alguém digno para isso. - Disse com rispidez.

Kendra: Tudo bem, agora me fala o que eu roubei de você... não me lembro de ter roubado nada. - Falei tentando não me importar com a dor em meu braço.

Você roubou um fio da minha chama, e exijo que me devolva. - Disse brava.

Kendra: Não roubei não. - Falo rapidamente.

Roubou sim, sua ladra! - Disse furiosa.

Kendra: Não me lembro, quando foi isso? - Perguntei tentando me lembrar.

Quando estava quase morrendo, assim que nasceu... sua vontade de sobreviver era tanto que acabou tocando na chama primordial, sua insolente. - Disse com rispidez.

Kendra: Não tem como eu te devolver algo que nem sei como peguei, me desculpa mais não tem como devolver. - Disse simples.

Vai me devolver de um jeito ou de outro. - Disse com ameaça.

Senti meu corpo queimar e senti cada pele do meu corpo e meus ossos queimando, a única coisa que consegui fazer foi gritar e esperar meu fim. Então a dor parou e eu estava deitado no chão, com cinzas espalhadas pelo meu corpo.

Kendra: Como isso é possível? - Perguntei vendo meu corpo sem nenhum ferimento.

Eu fiz isso, você vai continuar queimando e voltando até me devolver o que é meu. - Disse simples.

Kendra: E se eu te dar algo que seja melhor? - Perguntei com rapidez.

O que seria melhor? - Perguntou.

Kendra: Sua liberdade, você não disse que tinha sido presa aqui? Posso te tirar. - Falei com esperança.

Só um jeito de me tirar daqui e acho que você não conseguiria fazer tal coisa, criatura burra. - Respirei fundo e encarei ela ou ele.

Kendra: Talvez eu consiga, me diga como te tirar daqui. - Falei e a encarei com esperança.

Eu teria que te aceitar como minha mestre, para ser minha mestre teria que ser forte o suficiente para aguentar um contrato comigo... e você não passa de um ratinho fraco, morreria assim que o contrato fosse feito. - Disse e começou a rir.

Kendra: Eu posso me tornar mais forte, você não quer sair daqui? Eu também preciso voltar, minha família deve estar preocupada comigo. - Falei e tentei não chorar.

Quer ser minha mestre? Me libertar e se libertar? Vai ter que perder algo para conseguir outro, conseguiria abrir mão de quem você é? - Me perguntou.

Kendra: Eu nem sei ao menos quem eu sou, a única coisa que sei é que preciso sobreviver. - Disse com lágrimas.

Então vou te tornar forte para que possa me libertar, mais saiba que as consequências para essa escolha, são gigantescas. - Avisou seu corpo se transformou em uma mulher, com cabelos negros e pele acinzentada e com uma cicatriz no rosto.

Kendra: Então temos um acordo? - Perguntei.

Sim, temos um acordo e acho que vai se arrepender dele. - Disse e senti meu pulso queimar e logo depois uma marca aparecer.

Ela deu risada e depois jogou uma espada na minha direção. Parece que o único jeito de sair daqui é enfrentar esse ser e me tornar mais forte.  






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Boa leitura ❤️❤️❤️

Corte de Sombras e ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora