Ten fingers, ten toes / O primeiro mês

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— Vai ser bom passar na pediatra, ela parece muito magrinha, Sassenach.

Claire revirou os olhos de forma extremamente enfática.

— Jamie, às vezes você esquece que sou médica. Ela perdeu o inchaço dos meses no útero e está se adaptando à dieta de leite... É normal, já te disse! ‒ Ela de fato já havia me falado sobre. — Oh, pai bobão. ‒ Ela me deu um beijo na bochecha.

Esse dia em particular, Brianna estava brava, as sobrancelhinhas unidas me fitando no seu lugar favorito no colo de Claire. Não havia um motivo, mas ela não dormia nem no peito, nem no colo e muito menos no berço.

— Você fez a mamãe dormir, filha. ‒ Havia se passado quase uma hora. Peguei o corpinho minúsculo e deixei Claire adormecida.

Fomos até o quarto ao lado, onde coloquei uma música e me sentei com Brianna deitada nas minhas pernas.

— Vamos ver. Tem chulezinho nesse pezinho aqui? Não tem! ‒ Eu estava completamente apaixonado pelos dedos de bolinha dos pés de Brianna. — E nessa mãozinha, tem cheiro de leite? Tem! Tem cheiro de mamãe, né filha. Eu sei porque você só quer ficar no colo dela, antes de você, papai também só dormia lá.

Brianna resmungava, os olhinhos concentrados em algum ponto no teto, depois olhava pra mim, seguindo a minha voz.

— E nesse pezinho aqui, tem chulé... Um, dois, três, quatro e cinco dedinhos, todos meus, só meus. ‒ Era como segurar uma boneca. — Seu pezinho é igual ao da mamãe, com dedinhos em escadinha. Falando na sua mãe, ela está tão cansada, você não acha? Anda toda desgrenhada e chorona, e papai não sabe muito o que fazer para ajudar. ‒ Claire estava passando por processos hormonais severos com o puerpério, e vinham em ondas de choro com a privação de sono.

— Agora vamos ver essas mãozinhas. ‒ Olhei o papel de parede do quarto de bebê, os planetas dispostos lado a lado. — Esse dedinho aqui é Júpiter, o maior planeta do nosso sistema solar, depois dele, nesse dedinho, vem Saturno, que é belo e cheio de anéis, o meu favorito. O próximo é Urano, depois dele é Netuno... Ah, esse dedinho é a nossa Terra, nosso lar. Nessa outra mãozinha, temos Vênus, Marte, que é o planeta vermelho, depois Mercúrio, Éris, e o mais distante de todos e o menor, o nosso anão, Plutão.

Sorri me lembrando que quando Bree ainda estava na barriga, eu já recitava o sistema solar inteiro para ela.

— Ei, vocês dois, fujões. ‒ Claire apareceu silenciosa, me pegando de surpresa.

— Oi, querida, quis deixar você dormir.

Brianna se agitou um pouco, os bracinhos levantados com as mãos fechadas.

— Ela ainda está acordada, minha nossa! Isso não é normal.

— Nem sinal de querer dormir. ‒ Juntei os pezinhos um no outro, o corpinho assustadoramente flexível. — Acho que ela está ficando com fome.

— Você sabe que ela não é um brinquedo, não sabe, Jamie? ‒ Ela me observava torcer, esticar e apertar Brianna inteira.

— Tem certeza?

Claire sorriu, seu rosto exibia um ar de humor em me ver remexer os pés e mãos de nossa filha.

— Veja como ela tem as unhas longas como as suas, querido. ‒ Comparou mais uma semelhança. Ela fazia isso o dia todo.

— Já o pezinho é igual ao seu, com os dedos em escadinha.

— Ah, preciso te mostrar uma coisa. ‒ Claire mexeu no pezinho de Bree algumas vezes. Primeiro ela pressionou o polegar perto dos dedinhos, que se esticaram e se fecharam em torno do dedo dela. Depois passou a unha pela lateral do pezinho e seus dedinhos se abriram como um leque. Repetiu e Brianna resmungou, nos fazendo rir.

O diário de BreeDonde viven las historias. Descúbrelo ahora